O próximo passo da evolução do homo sapiens e a alegoria do Zaratustra de Nietzsche

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Quem está no topo do mudo? Quem comanda tudo e, de certa forma, influencia os destinos de todos, num sentido muito mais complexo? 

O 1% dos animais falantes que se acham pensantes, os que detém - (de maneira hedionda e com muito sangue derramado de sua própria espécie, com terror, atrocidades e todas as formas da hediondez (entre elas, a Convenção Social, a moral, a cultura, a religião, sistemas de poder, valores, leis e regras gerais), o empobrecimento da maioria da população mundial para seu bel-prazer e empoderamento (e que cria e mantém a mega bolha do abismo social de injustiças, misérias e abusos criminosos) e também por meio de um Mecanismo de Corrupção Sistêmica Global, cujo padrão se repete das menores comunidades aos mais altos cargos de governos/regimes) - 99% das riquezas da Terra.

São esses - que pelo poder do dinheiro roubado dos povos e acumulado através dos tempos - os que se acham donos das Cidades, dos Estados, dos Países e do Planeta, que se alto-proclamam "o próximo passo da evolução do Homo Sapiens, quase semideuses.

Mas, como eles, esse 1% de mega zilionários, fizeram tudo isso? Oras, se colocando acima de todos os demais, pela sua força, loucura, crueldade, uso severamente pragmático de sua inteligência, de seu aprendizado, de suas experiências, de sua capacidade de observação, uso de fúria, de sua fome de ter mais e mais, ultrapassando, muitas vezes, todos os limites da psicopatia e da sociopatia, em suma, pela criação de suas próprias leis, regras e modus operandi, pelo uso e abuso de todo seu poder para obter mais poder, como um Super-homem enlouquecido pelo apego doentio às coisas materiais e sua fome insaciável de ter mais e mais. 

Para se tornar um ser assim, acima do contrato social, da convenção social, das próprias leis, regras e normais que criou para todos, estabelecer e fazer valer as suas próprias leis e regras,  acima de tudo e de todos, é preciso ser muito louco, muito sangue frio,  milhares de vezes pior que o mais insano psicopata/sociopata. 

Essa versão do Super-homem corrompido (que é o 1% dos 'humanos' que detém 99% das riquezas da Terra e se acham o próximo passo da evolução do homo sapiens, semideuses, etc) perdido no apego doentio às coisas materiais, é a versão repugnantemente contrária à utopia Nietzscheana do Super-homem belo, bom e sábio que colocaria a humanidade numa era de extrema coexistência pacífica e próspera em todos os sentidos. 

Curiosamente, em Assim Falou Zaratustra, na parte das Três Metamorfoses, Nietzsche mostra, de certa forma, um roteiro básico para se chegar ao Super-homem. 

Ele diz:

[...] Conquistar o direito a valores novos, é a tarefa mais temível para um espírito paciente e laborioso. E decerto vê nisso um acto de rapina e de rapacidade.

O que ele amava outrora, como bem bem mais sagrado, é o ‘Tu deves’. Precisa agora de descobrir a ilusão e o arbitrário mesmo no fundo do que há de mais sagrado no mundo, a fim de conquistar depois de um rude combate o direito de se libertar deste laço; para exercer semelhante violência, é preciso ser leão.

Dizei-me, porém, irmãos, que poderá fazer a criança, de que o próprio leão tenha sido incapaz? Para que será preciso que o altivo leão tenha de se mudar ainda em criança?

É que a criança é inocência e esquecimento, um novo começar, um brinquedo, uma roda que gira por si própria, primeiro móbil, afirmação santa.

Na verdade, irmãos, para jogar o jogo dos criadores é preciso ser uma santa afirmação; o espírito quer agora a sua própria vontade; tendo perdido o mundo, conquista o seu próprio mundo.

Disse-vos as três metamorfoses do espírito: como o espírito se mudou em camelo, o camelo em leão, e finalmente o leão em criança.”

Assim falava Zaratustra, e morava nesse tempo na cidade que se chama Vaca Malhada. (p. 25-26) [...] 

Como uma criança que ignora as convenções sociais, as leis, as regras, o certo e o errado, o bem e o mal, o bom e o mal, o que é santo e pecado e tudo mais, estabelecendo à partir de si mesma e para si mesma, suas próprias leis e regras, o Super-homem deve querer assim proceder. 

E como dito acima, se pensarmos bem, o 1% dos 'humanos' que detém 99% das riquezas da Terra, que podem fazer tudo o que lhes der na telha, são essa versão do Super-homem, só que, ao meu ver, corrompida pelo apego doentio às coisas materiais. Apego doentio esse, que já causou tanta morte e destruição em todo o Planeta e que, certamente, vai levar a humanidade ao caos total, à morte, ao auto-extermínio, ou, na hipótese mais otimista possível, de volta à Idade da Pedra. 

______E. E-Kan

Filosofia Realista Insólita
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Imagem: Exordia