O caráter trágico da vida na prática e a aceitação ressignificadora
“Mesmo quando estava entre a multidão, estava sempre sozinho.” (Ernest Hemingway)
"Quanto mais tentamos escapar da condição trágica da vida, mais a vida se torna trágica." (E. E-Kan)
A primeira coisa que um espírito livre, um autêntico Viajante da Luz na Escuridão, deve cravar em sua cabeça, coração e alma após o despertar é que NESTE MUNDO, NINGUÉM É AMIGO DE NINGUÉM, sobretudo, deve compreender profundamente àquilo que Maquiavel e Hobbes já ensinaram, 'que todos agem sob interesses, com segundas e terceiras intenções, na maior parte por interesses escusos, perversos, pervertidos e degradante; que todo ser humano é lobo de todo ser humano e vive em uma constante guerra de todos contra todos até o fim dos tempos; e compreender, sobretudo ainda, que em face do processo de desumanização da humanidade através da idiotização em massa via redes umbrais sociais e demais meios de controle social, a maldade natural que está na essência primitiva de todo ser humano, está fora de controle e todos querem a cabeça de todos. Portanto, o autêntico espírito livre, Viajante da Luz na Escuridão, deve compreender que neste mundo ele só tem a si mesmo e a outros raríssimos espíritos livres e Viajantes da Luz na Escuridão, se tiver a sorte de encontrá-los em vida. Do contrário, essencialmente, está sozinho, mesmo na multidão, mesmo abraçado, acolhido e aparentemente amado.
Ademais, sobre a vida prática, posso dizer que já vivi de tudo nessa vida, já fui a festas, antigas e novas, já tive 'bolas' de "amigos" nas redes sociais e bebendo no bar, mas quando um dia eu precisei, deu para contar nos dedos os que se importaram em estender a mão sem nenhum interesse.
Todos só agem por interesses e não se deve confiar em absolutamente ninguém, até que mereça alguma confiança e tal confiança raríssima e rígida pode se perder na primeira demonstração de interesse e falsidade ou deslealdade.
Em sentido mais amplo, o fato é que, todos nós, uns mais outros menos, viemos sozinhos, vivemos sozinhos e morremos sozinhos.
Basta observar que na maior parte do tempo e principalmente nos momentos mais fodas, não há ninguém, nem mesmo aqueles que juram te amar e nós mesmos, mesmo sem querer, podemos ser insensíveis aos que amamos e aos que achamos que amamos.
O fato é que quem teve alguém ou alguéns de verdade nos momentos fodas, acertou na loteria.
Então, só o que nos resta é compreender que estamos só de passagem, toda companhia (por mais forte que seja) é passageira e o nosso maior momento (o da morte) será brutalmente e profundamente solitário, ainda que alguém, por pura sorte, segure a nossa mão. A passagem derradeira será apenas entre você e você e ninguém mais.
Portanto, vivamos com isso e com tudo, apesar de tudo, da melhor maneira que pudermos, aceitando esse caráter trágico da vida, numa tentativa, ainda que utópica pareça, de ressignificação final.
E. E-Kan
________Filosofia Insólita
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Imagem: Ernest Hemingway bebendo na companhia de seu gato.
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Por quê da imagem do Hemingway bebendo com o gato de companheiro? Cada um encontrará a sua resposta se refletir atentamente.
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