"Uma batalha após a outra": outro doce do Capitalismo Tecnocrata Ultra-dinheirista desumanizador


Dopamina ideológica sob encomenda do capital.


Dia desses, vi alguns exaltando o “brilhantismo artístico” do filme Uma Batalha Após a Outra, estrelado por Leonardo DiCaprio e dirigido por Paul Thomas Anderson, o novo “herói” da luta cinematográfica contra o fascismo contemporâneo. E é aí que mora o primeiro delírio coletivo: acreditar que Hollywood, essa fábrica global de anestesia cultural, ainda produz arte; quando, na verdade, produz dopamina ideológica sob encomenda do capital.

Esse tipo de filme, assim como a maioria das séries e produções modernas, é o que chamo de doce do capitalismo tecnocrata ultra-dinheirista. Um 1984 gourmetizado, envolto em fotografia de prestígio e discursos progressistas de boutique, criado para manter as pessoas entretidas, distraídas, indignadas na medida certa e completamente impotentes diante da máquina do "Grande Mecanismo da Corrupção Sistêmica Generalizada" que não é só capital, teórico, simbólico, ideológico, mas sobretudo, mental, moral e espiritual. Aliada ao apego doentio às coisas materiais como forma de realização existencial, a corrupção capital, mas também mental, moral e espiritual vão destruir a humanidade ou, na hipótese mais otimista possível, jogá-la de volta à Idade da Pedra.  

O espectador consome “resistência” com a mesma volúpia com que devora um combo de streaming e redes sociais, comendo um monte de porcarias que entopem as artérias do coração. Sai da sessão acreditando ter participado de uma catarse política, mas, no fundo, foi apenas mais um consumidor domesticado e um usuário da algoritmia do caos IA-lizada, essa inteligência artificial travestida de liberdade de escolha, que manipula o desejo, o pensamento e até a sensação de estar “do lado certo da história”.

Hollywood aprendeu o segredo: vender revolta é mais lucrativo do que vender conformismo. Por isso, seus roteiros servem como uma espécie de homeopatia ideológica, pequenas doses de subversão cuidadosamente dosadas para que ninguém acorde de verdade. A esquerda performática woke chora, aplaude e posta o cartaz do filme; a ultra-direita burra urra contra o “marxismo cultural” do qual nunca leu sequer meia página; e o sistema (criado pela Elite e para a Elite), gargalhando, transforma essa polarização em receita líquida e uma riqueza cada dia mais, hedionda e obscena.

Trata-se, em essência, de uma mise en scène/encenação global do engano e do delírio. Um espetáculo coreografado para desavisados que não tem noção do que estão fazendo na vida, sobretudo, para esquerdistas pobretões sonharem com o dia em que serão esquerdistas caviar, enquanto recebem seus auxílios estatais do “pai dos pobres”, aquele mesmo que, nos bastidores, alimenta o Narco-Estado, negocia com o capital que jura combater e mantém a O Mecanismo da Corrupção Sistêmica Generalizada sugando e distribuindo as riquezas do Planeta para A Elite.

A idiotização em massa não se dá mais pela força, mas pela estética. É o controle via prazer. O rolo compressor da algoritmia IA-lizada não impõe nada: ele apenas seduz, isto é, faz você deitar para ser esmagado sorrindo, achando que aquilo é o máximo e que está fazendo a sua parte 'na grande batalha'. E é assim que o Planeta segue sendo destruído, não por tiranos, mas por bilhões de abestalhados consumidores bem-intencionados, com consciência ecológica e assinatura premium.

No fim, Uma Batalha Após a Outra, além de doce veneno, é também só mais um espelho: reflete nossa necessidade de acreditar que ainda lutamos, quando, na verdade, somos apenas figurantes da guerra que o sistema já venceu. Então, porque você se importa se já está tudo perdido, perguntará o 'lutador delirante'? Respondo, não me importo, nenhum pouco. Menciono isso apenas para me distrair e para passar o tempo nesse Hospício Chamado Terra. E digo mais, a todos, façam o que quiserem, se iludam, delirem, se distraiam para passar o tempo (de preferência hedonisticamente) como eu, lutem, se arrebentem por causas perdidas em guerras mais do que perdidas. Tanto faz! Fiquem à vontade para fazerem o que lhes der na telha! Estamos todos ferrados mesmo! Ou diante de tudo isso, haverá alguém em sã consciência, que ainda acredita em algo maior, sobretudo, algo maior a ser feito? E aí, reafirmadores da vida? Deliremos em paz...Paz de espírito no caos...


E. E-Kan










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