Darnton e o Massacre de gatos


Livro: (título original) Os trabalhadores se revoltam: o grande massacre de gatos da Rua Saint Severin

Mais conhecido como: O Grande Massacre De Gatos, do Historiador Robert Darnton (2ª edição traduzida - 1988)

É importante observar que Darton é um desses historiadores que prega que se deve dar voz ao povo na história, sobretudo, aos desconhecidos da história.

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Breve resumo da história do livro:

No livro "O Grande Massacre de Gatos", Robert Darnton nos transporta para o século XVIII, mais precisamente 1730-1750, na França, onde encontramos dois aprendizes de tipografia, Jérôme e Léveillé 'fazendo merda'. 

Esses jovens estavam mais irritados do que gato molhado com suas condições de trabalho. Imagina trabalhar longas horas, ser maltratado e ainda ganhar uma mixaria. Pois é, a vida deles era assim, um verdadeiro inferno. Como era a vida de quase todo o povão nessa época não só na França, mas em toda parte (como também é hoje). 

E qual foi a genial ideia que eles tiveram para protestar contra seus mestres? Eles decidiram exterminar os gatos da casa do patrão, depois de literalmente mentirem e espalharem fake news (fazer o dito copie), imitando os gatos fazendo barulho no telhado perto do quarto de dormir dos patrões, É isso mesmo, gatos. Aqueles bichinhos fofos e peludos.

Para nós hoje, essa ideia soa como uma loucura completa. Mas, para Jérôme e Léveillé, era a melhor maneira de mostrar seu descontentamento. Na visão deles, os gatos eram os queridinhos dos mestres, simbolizando todo o conforto e carinho que eles nunca recebiam. Então, nada mais justo do que atacar esses símbolos felinos do favoritismo.

Os dois aprenderam bem a arte da tipografia, mas eram ainda melhores em criar confusão. O massacre dos gatos virou um ato de grande ousadia e desrespeito, mas também uma espécie de lenda entre os aprendizes. Eles contavam essa história como um feito heroico, mostrando que não tinham medo de enfrentar os poderosos patrões.

Robert Darnton usa essa história bizarra e engraçada para nos mostrar como era a vida dos trabalhadores urbanos naquela época. Através desse evento aparentemente trivial, ele revela muito sobre as relações de poder, as tensões sociais e a mentalidade dos aprendizes. O massacre dos gatos não era só uma brincadeira cruel, mas uma forma de protesto simbólica que dizia "chega de abusos!"

O livro de Darnton é um exemplo de história cultural, onde ele foca nas pequenas histórias e nas pessoas comuns para entender melhor o passado. E quem diria que a absurda matança de gatos (um fato verídico ficionado) poderia nos ensinar tanto sobre a vida na França pré-revolucionária? 

"O Grande Massacre de Gatos" nos lembra que, às vezes, as histórias mais estranhas e chocantes podem ser as que mais iluminam a realidade de uma época. Afinal, a história não é feita só de grandes eventos e personagens importantes, mas também das esquisitices e rebeldias do dia a dia.


Particularmente, eu diria que essa história é um relato antecipado do que seria a Revolução Francesa (5 de maio de 1789 – 9 de novembro de 1799), com muita loucura, brutalidade, violência, cabeças rolando na guilhotina, inclusive as dos revolucionários que se achavam santos imaculados e salvadores.

Quer dizer, Jerome e Léveillé pareciam Marat e Robespierre, fazendo um monte de merda se autoproclamando primeiro vítimas de injustiças e da miséria para depois assassinarem geral como se fossem santos revolucionários. O resultado: Jerome e Léveillé pelo menos continuaram com suas vidas miseráveis, pobres e ignorantes. Já Marat e Robespierre acabaram mortos por serem os otários que sempre foram. Marat com uma facada no bucho dada por Charlotte Corday e Robespierre guilhotinado.



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E. E-Kan

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