A nossa Consciência enquanto espíritos das letras, livres realistas
Temos clara Consciência de que um dia, cedo ou tarde, talvez mais cedo do que se possa imaginar, tal como os dinossauros, a humanidade poderá ser varrida da face do Universo.
Aliás, através da Ciência, sabemos, que após bilhões de anos em nossa escala de tempo, a Terra, o Sol, o Sistema Solar, a Via Láctea, e até mesmo este Universo, serão um amontoado de poeira sideral!
Contudo, como o nosso mais profundo conhecimento, diante da Incomensurabilidade Cósmica Interestelar é ínfimo e tragicômico, esses eventos inevitáveis, podem ocorrer à qualquer momento, já que a nossa escala humana de tempo não se aplica à toda Incomensurabilidade Cósmica.
Temos, portanto, clara Consciência de que, diante da Imensidão Cósmica Interestelar, diante da Incomensurabilidade da Vida e da Inefabilidade da Existência, a vida humana é um mero milésimo de ironia, num segundo de distração, dum minuto da existência. Sabemos, portanto, que nós todos não passamos de meras partículas de poeira cósmica ao vento sideral e que, por isso, todos os problemas humanos são ridiculamente ínfimos, insignificantes diante da grandeza interestelar. Temos Consciência de que 'enquanto há vida, há esperança', e de que tudo tende para a evolução, mas no caso da Terra, da atual humanidade, a coisa é devagar, quase parando!
Por isso, experimentados da vida, de cascas grossas e couros duros, seguimos como espíritos livres e realistas que somos, vivendo de verdade, sendo de verdade, sem querer agradar a ninguém e, por isso mesmo, sendo agradáveis aos que também são de verdade.
Seguimos vivendo de boas interiormente, espiritualmente, consciencialmente, um dia de cada vez, um momento de cada vez, sobretudo, sem esperar nada deste mundo cão, trabalhando para sermos melhores ou pelo menos, menos piores do que quando aqui chegamos. Por que trabalhamos para sermos melhores, se tudo um dia pode não mais existir do ponto de vista do Cosmos Observável? Simples, porque queremos, porque é a nossa vontade, porque estamos afim e porque podemos!
A maioria da humanidade, que já está em um estágio avançado de putrefação mental, moral e espiritual, gosta de ser rebolativa e dançante de redes umbrais sociais, brutal, injusta, violenta em grande parte, e se recusa a 'olhar para cima', para seus terríveis problemas e para dentro de si mesma? A maioria da humanidade quer se manter presa ao apego doentio às coisas materiais como forma de realização e de felicidade, ao consumismo absurdo, ao materialismo mórbido, à fome insaciável de mais e mais na busca insana para tentar encher o saco sem fundo do vazio da alma? A maioria da humanidade gosta de viver na indigência da própria ignorância, da corrupção, da perversão, da maldade? Foda-se! Nós, os espíritos das letras, os espíritos livres e realistas, não!
Nós, os espíritos de letras, os espíritos livres e realistas, conscientes de nossas gigantescas imperfeições, sobretudo, conscientes de que ainda somos meras partículas de poeira cósmicas pensantes, ou animais filosofantes, cientes de nossos traços fortes e fracos, sem máscaras, sem culpas, sem âncoras de complexos limitadores, seguimos em frente, vivendo intensamente, vivendo não como se não houvesse amanhã mas por ter certeza de que tudo é para sempre, observando, estudando, buscando, com uma sincera postura íntima de simplicidade, humildade, lógica e gratidão diante da Vida, ser melhores, ou pelo menos, menos piores do que já fomos.
É simples assim!
C´est la vie!
E-Kan
Filosofia Realista Prática, 2022.
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