O "sábio" realista

 


Aforismo do livro, Miscelânea -  Aforismos, poesias, experiências e pensamentos:

O "sábio" realista -  Sêneca em sua obra, A Tranquilidade da Alma, como estoico tardio, diz que o sábio, entendido aqui como um ideal da Filosofia Clássica, [...]  "não precisa caminhar com timidez nem de modo vacilante, já que tem de si forte confiança e por isso não receia ir ao encontro do destino, ao qual não fará a mínima concessão".

[...]  Mais adiante no Capítulo: "Nada de imprevisto ocorre ao Sábio", ele diz que o Sábio se precavem, espera pelo pior, e por isso dificilmente será pego de calças curtas, digamos, porque já espera que ocorra algum tipo de merda/catástrofe/tragédia/imprevisto durante a vida.

Logo, o que ocorre de bom é lucro, digamos. Na prática Sêneca, um estoico tardio, está a dizer que o Sábio, uma espécie de além de todos os pensadores, compreende as vicissitudes da vida, os caprichos do destino, os karmas como dizemos aqui, os acasos ou chame do que quiser, enfim, compreende e aceita tudo que pode dar errado e atingir a humanidade, individualmente e coletivamente, no curso da jornada da vida. Em tempo, por exemplo, Sêneca diria, na prática e em outras palavras, se estivesse vivendo no nosso tempo, óbvio, que se um avião estiver caindo, ao invés de se desesperar diante do terror da morte, o sábio, se estiver lendo continuará lendo, se estiver dormindo, virará para outro lado e continuará dormindo, porque, de fato, nada adiantará diante das tragédias da vida, ou seja, não haverá nada que possamos fazer diante do que nada podemos fazer. Bem lógico, não?

Mas, todos sabemos que esse é um ideal, uma teoria filosófica que vem do romantismo e do idealismo de Platão que, literalmente, desfigurou Sócrates colocando em sua boca, ou em sua conta, coisas que ele, Platão, como um fã tardio, achava de Sócrates. Na prática da vida, no entanto, sabemos que diante de tais dificuldades, dos problemas, sobretudo, da morte certa, a coisa é bem diferente, o terror, o medo e desespero batem, o bicho pega. Logo, se um avião estiver caindo, se acaso tiver um 'sábio' nesse mundo, nesse avião, ele ficará esperando a morte arrebentar todos no meio ou tentará fazer alguma coisa, como achar para-quedas, enfim, usando todo seu potencial para ser útil e fazer algo com a intenção de evitar a queda, ainda que ela seja certa? Ou ele, de fato, ficará, de boas, tranquilo, só esperando a pancada final, destroçando ele e a todos, numa indiferença fria e brutal?

Nós os Espíritos de Letras, Livres e Realistas, pensamos que até pode ser possível que alguém, meio suicida, fique inerte. Outros aterrorizados também fiquem paralisados, e, certamente, a maioria grite, chore, pire diante de uma situação terrível dessas. Com efeito, na real, pensamos que o sábio realista, se é que isso é possível, já que diante da incomensurabilidade cósmica, para nós, não existem sábios mas no máximo pessoas mais ou menos despertas e talvez mais ou menos esclarecidas, irá tentar salvar a todos e a si mesmo, até o último minuto de seu sopro de vida e, se for o caso, se sacrificará para salvar o máximo de vidas possível.

Essa talvez seja a diferença entre os pensadores realistas e os pensadores romantizados e idealistas de idealismos inúteis, como os platônicos, estoicos, epicuristas e todos os demais da história da filosofia tradicional, clássica, acadêmica. Portanto, a Filosofia Supra Realista é, de fato, uma filosofia de Reafirmação da Vida, ou seja, uma filosofia que apesar de reconhecer a violência, a brutalidade, a idiotização, a corrupção e a ignorância sistêmicas da humanidade, fará de tudo na defesa da Re-humanização da humanidade e isso inclui, fazer de tudo para preservar a vida até mesmo num avião em queda, ou pior, numa Terra devastada pela queda de um meteoro, por uma pandemia mais mortal, por uma guerra nuclear ou pelo caos da explosão da mega bolha do abismo social de injustiças, misérias e de abusos criminosos.

A essência da Filosofia Supra Realista sempre será a ação em prol da vida e da Re-humanização, sem idealismos inúteis, sem romantismo, sem otimismo fake, sem pessimismo exagerado e inútil, com os dois pés no chão, independente do que possa existir ou não existir na Supra Realidade, na Extrafísica.

O pensador Supra Realista, seja ele filósofo ou não, não espera absolutamente nada desse mundo, nem da humanidade, nenhuma recompensa e não teme o que pode lhe acontecer, nem aqui, nem em outro mundo e nem em mundo algum, porque sabe, pela Imensidão Cósmica Interestelar, pela Incomensurabilidade da Vida e pela Inefabilidade da Existência, que tudo sempre estará em aberto e, por isso, sabe, de alguma forma, Extra-instintiva, que tudo pode continuar, e nada tem a ver' com crime e castigo', mas com consequências das ações, boas, meia boca ou más.

Por isso, O Espírito de Letras, Livre e Realista, prefere ser realista em sua totalidade no pensar, no estudar, no pesquisar, no agir e no falar a real, na cara, no propor soluções, mas sobretudo, ao buscar o Esclarecimento e a verdade relativa de ponta em todas as coisas e, jamais, vai se acovardar e se esconder, nem na pior das situações, seja num avião em queda, numa Terra devastada ou à beira da morte numa doença terminal, se trancafiando em castelos de marfim, ou em labirintos de sofrimentos e lamentações da mente ou então se isolando em filosofias, teorias, crenças, romantismos, fetiches e idealismos inúteis.

Essa é a nossa diferença como Espíritos de Letras, Livres e Realistas da Filosofia Supra Realista, do Consciencialismo Realista e da Realismologia. Com efeito, todos os viventes desse mundo, principalmente, os politicopatas, corruptopatas, religiopatas e demais mafiosos, bandidos e estelionatários da existência, os que se acham donos das Cidades, dos Estados, do Países e do Planeta, terão de nos engolir até o último sopro de nossas vidas e talvez além, quer queiram, quer não!

É por isso que, mesmo na mais brutal, triste e terrível situação, nós Espíritos de Letras, Livres e Realistas continuamos, só para não dar o gostinho aos filhos da puta desse mundo, perdidos no apego doentio às coisas materiais, no materialismo mórbido, no dinheirismo, no consumismo, na fome de ter mais e mais para preencher o saco sem fundo do vazio tenebroso da alma.

Enquanto Vida Consciente existir aqui, em outro mundo e em qualquer dimensão possível, nós, os Espíritos de Letras, Livres e Realistas estaremos lá para 'atazanar' os que se acham super poderosos e donos da verdade e de tudo. Estaremos lá, vivendo a mil, ao máximo, intensamente, pensando, estudando, observando e agindo amparados pelo Esclarecimento e a Busca da Verdade Relativa de Ponta, contra todas as injustiças e contra todos os tipos de abusos criminosos, buscando ser melhores ou pelo menos, menos piores, transcendendo, detonando limites, evoluindo. É simples assim. 

Emerson E-Kan

Filosofia Supra Realista

Realismologia


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Imagem: " A idade de sabedoria, de Alphonse Maria Mucha 

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