Teoria Geral do Colapso Civilizatório




 

Teoria Geral do Colapso Civilizatório

 

Tudo o que existe,

um dia deixará de existir.

 

A Teoria Geral do Colapso Civilizatório pode ser sintetizada da seguinte forma:

Apogeu e colapso, inevitáveis

            Quando uma sociedade atinge o auge de seu desenvolvimento — caracterizado, principalmente, por conquistas nas áreas de cultura, arte, ciência, tecnologia e governança —, ela também inicia um processo de enfraquecimento interno.

            O processo de enfraquecimento interno tem, ao nosso ver, como causa principal a corrupção sistêmica generalizada. A corrupção geral leva à distorção dos valores, símbolos e significados que sustentam a sociedade. O que importa para manter a sociedade razoavelmente forte e unida de forma pragmática, é destruído gradativamente.

A partir daí, corrompida, desunida, gananciosa, imersa no apego doentio às coisas materiais como forma de realização e de felicidade e num processo de idiotização em massa, tal sociedade mergulha na Corrupção Total que é a corrupção sistêmica generalizada capital, material, mas sobretudo, mental, moral e espiritual.

A violência desmedida, a brutalidade, a crueldade, a psicopatia, a sociopatia, a corruptopatia, a politicopatia, a religiopatia, toda forma de absurdo e hediondez, todo ato macabro, tenebroso, até mesmo a mega bolha do abismo social de misérias, injustiças e abusos criminosos causada pela hedionda concentração de riquezas nas mãos de pouquíssimos, enfim, tudo que antes era passível de ser criticado, repudiado e punido, agora são tratados como 'coisas normais', num ‘novo normal’.

Isso ocorre porque ‘a maioria’ da sociedade perdeu a capacidade de raciocinar direito. Se perdeu totalmente e se entregou a um tipo de 'espírito primitivo'.

Essa desumanização da humanidade, essa “(re)primitivização” violenta da grande massa, causada-despertada e impulsionada principalmente pela idiotização em massa e todo o estado de coisas que surge disso, leva à queda da sociedade e ao colapso civilizatório.

Contra-ponto ao que já foi estudado sobre Colapso Civilizatório

Inevitabilidade

            A maioria dos poucos estudiosos do assunto, convergem no sentido de dizer que ‘toda sociedade ou civilização atingem um alto nível de evolução/desenvolvimento e colapsam. Tal processo é inevitável?

Esse processo é visto por alguns teóricos como ‘cíclico’. Grandes nomes da Teoria da História e da Historiografia como, Ibn Khaldun, de fato falam no sentido ‘de que a história inevitavelmente se repete’. Quer dizer, admitem que há colapsos civilizatórios, mas as sociedades sempre se recuperam. Pra melhor ou para pior? Tudo dependerá do tipo de colapso e do tempo de ‘Idade das Trevas’, o hiato de tempo que sucederá o colapso e que servirá como base para a reconstrução da sociedade/civilização colapsadas. 

Claro, também dizem tais teóricos, como Ibn Khaldun que há uma possibilidade de se evitar o colapso, como a ‘vida solidária’ em sociedade. Para ele, se uma sociedade for capaz de ser essencialmente solidária, ou pragmaticamente solidária, ela pode sobreviver ao colapso. Essa ‘teoria da solidariedade pragmática’, de certa forma, explica como algumas sociedades sobreviveram às Três Idades das Trevas, já estudadas por nós na tese ‘Colapso Final’.

                             Contudo, é de vital importância observar que algumas sociedades sobrevivem ao Colapso, por algum tempo, mas a transformação dessas sociedades, que leva ao Colapso de Fato, posteriormente, é inevitável.

            Novos jogadores/lideranças surgem no Jogo do Poder, novos regimes, governos e modos de ver as coisas são impostos de cima para baixo e uma ‘nova sociedade’, sob uso da força, da repressão e da censura, e ainda que com resquícios da velha sociedade, surge. Vemos isso no pós-Revolução Francesa, no pós-Revolução Russa e, principalmente, no pós-Primeira Guerra Mundial e no pós-Segunda Guerra Mundial. Uma bela aparência de ‘regeneração social’.

Com efeito, vemos essa aparente tentativa de ressignificação em todas as épocas. Mas, também, vemos que o nível de perversidade, perversão e degradação capital, material, mental, moral e espiritual continua subindo, se acumulando como o vapor numa panela de pressão.

Quer dizer, algumas sociedades não atingem o Colapso de Fato, elas se transformam, se ressignificam, ao menos na aparência. Contudo, porém, em essência, o gérmen do Colapso de Fato, continua se desenvolvendo.

A diferença de nossa teoria para as demais teorias é que, para nós, há ciclos menores da história, dentro de ciclos maiores. Há, também, eventos que fogem totalmente à ‘lógica normal’ do Colapso Civilizatório.

            Em suma, para nós, os ciclos menores, nos quais as sociedades colapsam ou freiam o colapso, tem a característica de postergação do inevitável.

Isto é, cedo ou tarde, não apenas as sociedades humanas colapsarão em definitivo, sem chance de restauração, como toda a Civilização Humana colapsará e será extinta, exterminada, varrida da face do universo, seja por um meteoro, seja por uma guerra nuclear, seja por uma pandemia mortal de fato, seja pelo caos causado pela explosão da mega bolha do abismo de misérias, injustiças e abusos criminosos, seja pelo núcleo da Terra em colapso, seja pelo Sol em colapso, seja pelo Universo em colapso, seja por qualquer outro motivo.

            Em suma, para nós, os ciclos menores de colapso de sociedades e aparente regeneração não evitarão o Colapso Final da espécie humana. O Colapso Final da humanidade pode ser postergado, retardado, pode demorar, mas é inevitável. E não há solidariedade, bondade, milagre, força maior ou transmutação que impeça ‘O Inevitável dos inevitáveis’. É isso que chamamos aqui de Colapso Final.

 

Invasão e conquista por grupos marginais ou bárbaros

 

Dentro dos ciclos menores da história, que também podemos chamar de micro-ciclos da história, observamos que com a fragilização das estruturas de poder, grupos que habitualmente estão à margem da sociedade, sejam bandidos, bárbaros ou facções internas insatisfeitas, enxergam uma oportunidade de tomada do poder. Esses grupos se aproveitam das fragilidades institucionais da civilização enfraquecida e, por meio da força, conquistam o controle.

Esses "bárbaros" são descritos como menos sofisticados, mas com uma vontade maior de poder numa sociedade em declínio. Mais unidos, ainda que por razões pragmáticas, e com forte espírito predatório de luta, esses grupos avançam como o vírus mortal sobre a célula e tomam conta de tudo, da cabeça do poder e consequentemente de todo o corpo do poder, das instituições remanescentes e de toda a estrutura ainda existente.

Notadamente, em outros livros nossos, temos trabalhado com a tese de que o Homo Sapiens foi esse tipo de ‘bárbaros’ em sua época. Silenciosamente foram se movimentando e tomando conta de territórios. Ao longo de milhares de anos, se ocuparam de explorar a decadência do Homo Neanderthalensis e o exterminaram. Tomaram conta do mundo conhecido. Ou seja, um grupo surge e toma conta. Se reproduz, se espalha e em maior número se mantém por um longo período no poder, no controle das coisas. Até que sua civilização caia em decadência, colapse e outro grupo tome conta de tudo.

Atualmente, em tese, poderíamos dizer que o grupo o grupo de ‘bárbaros’, é o grupo que compõe o ‘menos de 1% de ‘humanos’ que detém 99% das riquezas da Terra, que surge no meio dos mais de 8 bilhões de ‘humanos’. É esse grupo que realmente comanda tudo ou quase tudo no Planeta e fora dele, com suas mega-corporações.

Logo, em tese, é esse grupo que vai prevalecer após o próximo colapso civilizatório, que, provavelmente, será causado por um pandemônio mundial através de guerras, pandemias e outras crises fabricadas que irão exterminar grande parte da população mundial, deixando um Planeta inteiro sob controle total desse grupo.

Após a próxima Idade das Trevas, originada no próximo Colapso Civilizatório, durante a ‘aparente regeneração da civilização’, esse grupo exterminará todos os remanescentes do homo sapiens que estão abaixo de si e reconfigurarão a existência humana através de seus descendentes, considerados por eles, ‘a nova humanidade’, o ‘próximo passo da evolução do Homo Sapiens’.

E assim, o micro-ciclo da história se repetirá. Até quem um dia, dentro do Macro-ciclo da história, da ‘história cósmica’, O Colapso Final exterminará até o último resquício do que se autoproclama ‘espécie humana’, de maneira definitiva. FIM.

 

E. E-Kan

 

NOTA: os livros Colapso Final e Teoria Zero complementam essa Teoria.

Vide em Loja Uiclap: https://uiclap.bio/ekan_autor

 

 

 

 

 

 

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