O sermão da montanha realista



O Sermão da Montanha Realista

A verdade é dura: desde que o mundo é mundo, quem manda nesse planeta cão é uma ralé diabólica e sinistra. E assim será até o dia em que, como os dinossauros, a humanidade for varrida da face do Universo. Mas quem compõe essa ralé? Ora, os verdadeiros mafiosos: mega ricos corruptopatas, politicopatas, religiopatas e toda a fauna de estelionatários e picaretas da vida. Ao longo da história, eles sempre caçaram, censuraram e trucidaram quem ousou jogar a verdade em suas caras. Condenaram Sócrates à cicuta, crucificaram Jesus, queimaram viva Joana d’Arc, fritaram Giordano Bruno e outros tantos nas fogueiras da Inquisição. E continuam: destruíram a vida de Julian Assange, Edward Snowden, Chelsea Manning e tantos que ousaram revelar os podres do mundo.

Aqui, nesse mundo cão, mal-aventurados são os pobres de espírito e de dinheiro: incapazes de reagir às injustiças, engolem abusos à seco, vivendo em subempregos de merda, fazendo coisas que odeiam. Vidas fakes, recheadas de ilusões, superstições e falsas esperanças, que chegam aos cinquenta anos — quando chegam — sem um vintém na poupança e com dívidas até o pescoço. Alguns ainda esperam o Reino dos Céus enquanto fazem o diabo na Terra.

Aqui, nesse mundo cão, mal-aventurados são os que choram, porque ninguém os consolará. Muito pelo contrário: os falsos piedosos — políticos politicopatas, ricos corruptopatas, religiosos religiopatas e estelionatários em geral — se aproveitam das lágrimas do povo para enganar e roubar até as calças.

Aqui, nesse mundo cão, mal-aventurados são os mansos. Todo mundo sabe: bonzinho só se lasca. Nunca herdarão a Terra porque os maus sempre atropelam com o rolo compressor da violência impune, das leis corruptas e dos advogados comprados com dinheiro sujo de sangue.

Mal-aventurados os que têm fome e sede de justiça, mas esperam uma intervenção divina ou alienígena em vez de arregaçar as mangas. Esses nunca sairão da miséria, apenas observarão os donos das cidades, estados, países e do planeta acumularem quase todas as riquezas pela engrenagem da corrupção sistêmica.

Mal-aventurados os misericordiosos, porque serão trucidados sem piedade.
Bem-aventurados os pacificadores, mas jamais serão chamados “filhos de Deus” por multidões que idolatram tiranos, genocidas, corruptos e psicopatas que só pensam em encher o cu de dinheiro além do que já possuem.

Mal-aventurados os perseguidos por causa da justiça, os que falam a verdade e visam o bem de todos. Esses serão caçados, censurados e eliminados — nas redes umbrais sociais e na “realidade” podre da sociedade corrupta.
Mal-aventurados todos os que não dançam conforme a música dos donos do mundo: serão acusados sob fake news, assassinados em reputação, cancelados, banidos, isolados e até mortos de fato.

Nada disso é novo. Desde sempre, mal-aventurados foram, são e serão os que buscam a Verdade verdadeira: o esclarecimento que integra mente, corpo, alma e coração. Esses são sempre os incompreendidos, criticados, ridicularizados, taxados de loucos, criminosos, terroristas — até serem banidos na virtualidade e na realidade.

Ainda há quem acredite que suportar injustiças e violências “com positividade” garantirá recompensa após a morte. Nada mais fake e covarde. “Deus sabe o que faz, então vamos sofrer agora e ser felizes depois” — eis a ladainha dos tolos, dos palhaços trágicos que pregam resignação enquanto lambem as botas dos poderosos.

E por quê? Por dinheiro, por poder, por apego doentio às coisas materiais. Essa gente que se acha dona do mundo é capaz de tudo contra qualquer um que lhes sirva de pedra no sapato. Negar essa realidade brutal é viver como tolo, numa vida fake, numa sociedade fake, num mundo cão — e em todos os mundos possíveis.


___K4n



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Imagem: ollection Abecasis/science Photo Library.

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