Florestan Fernandes, Gilberto Freyre e "a grande questão brasileira"
Gilberto Freyre precisa de defesa, mesmo depois de morto? Penso que não.
Gilberto Freyre é o criador do mito da "Democracia Racial" e precursor do #somostodosiguais ? Também penso que não.
Gilberto Freyre "suavizou" a escravidão? Só lendo as obras de Freyre para ter condições de dizer alguma coisa, segundo tua própria cabeça e não segundo o que professor tal ou doutor tal acha que é.
Com efeito, aos raros e caríssimos leitores desse blog, informo que há duas vias de interpretação na zorra total das mil e uma 'narrativas e (re) interpretações da História'.
Existe, portanto, a interpretação ideológica à esquerda e a interpretação sem ideologia nenhuma. Mas é possível ler e interpretar a história sem ideologia? No meu entender sim.
Ocorre que a maioria dos historiadores brasileiros atuais, formados em universidades que viraram, em sua maioria, comitês políticos de partidos de esquerda, ainda vivem da reinterpretação ideológica à esquerda dos anos 1970-80 e, com base nessas leituras ideológicas que apelidam de Teoria da História e Historiografia, e por isso, dizem que Freyre "criou o Mito da Democracia Racial".
Desonestidade Intelectual é a essência de 99,999% dos esquerdistas militantes-militontos que se acham intelectuais, senhores da razão e donos da verdade.
VEJAMOS:
"Ah, mas o Gilberto Freyre suavizou a escravidão, sim! Por isso ele é um fascista, taxista, ista, ista, ista", gritarão alguns militontos à esquerda.
Só que essas acusações provêm dos esquerdistas brasileiros que tentam reescrever a história ideologicamente, a partir da revisão historiográfica baseada numa leitura das obras de Freyre feita por Frank Tannenbaum.
Quer dizer, os esquerdistas militontos, muitos com Doutorado e Pós-Doc, desde 1970 continuam repetindo que Freyre fez isso e aquilo. Quando, na verdade, eles ocultam que sua visão "crítica" de Freyre vem 'da leitura da leitura da leitura' de terceiro, ou seja, da leitura de Frank Tannenbaum!!! Observem a desonestidade intelectual que predomina o meio acadêmico brasileiro de 1970 até agora!
Misturaram Freyre com Tannenbaum, alhos com bugalhos e enfiaram palavras 'na boca de Freyre' e o pintaram de diabo, como sempre fazem com todos que tem uma visão que foge do academicismo doentiamente ideológico.
REESCRITA IDEOLÓGICA À ESQUERDA
Frank Tannenbaum, historiador norte-americano, desempenhou um papel importante na leitura de Freyre ao comparar a escravidão nos Estados Unidos com a escravidão no Brasil.
Em sua obra Slave and Citizen (1946), ele elogiou o que considerava a "flexibilidade" das relações raciais no Brasil em comparação com a rígida segregação racial dos EUA. Sua análise influenciou a recepção de Freyre, destacando o Brasil como um exemplo de "democracia racial".
Tannenbaum argumentava que o Brasil, devido a suas tradições culturais e religiosas, teria uma escravidão menos brutal, com maior possibilidade de integração dos negros à sociedade após a abolição, o que ressoou com as ideias de Freyre.
Entretanto, críticos posteriores, tanto de esquerda quanto de outras correntes, rejeitaram essa ideia de "democracia racial", apontando que, apesar da miscigenação e da ausência de leis formais de segregação, as desigualdades raciais e sociais no Brasil continuaram profundas após a abolição.
Eles veem essa visão como uma forma de encobrir as continuidades da opressão e da marginalização dos afrodescendentes no Brasil. Para esses críticos, o conceito de “suavização” é, de fato, uma maneira de esconder a violência estrutural e simbólica associada à escravidão. (PARA MIM, MÁXIMA DATA VÊNIA, A NARRATIVA DA ESQUERDA VISA MANTER A VISÃO DE 'INJUSTIÇA RACIAL ETERNA', POIS ASSIM MANTÊM VOTOS').
Ao mesmo tempo, é importante reconhecer que Freyre não é uma figura unidimensional, e a forma como ele retrata as relações raciais e sociais no Brasil não pode ser facilmente rotulada como "apologia" da escravidão.
Seu enfoque na miscigenação e nas relações interpessoais entre senhores e escravos teve um impacto na maneira como o Brasil se entende como nação, mas o que se coloca em debate é como essas dinâmicas complexas foram retratadas e interpretadas por diferentes correntes historiográficas.
A questão central aqui é: como a historiografia se desenvolveu ao longo do tempo?
A obra de Freyre foi escrita em um contexto diferente, e a revisão historiográfica moderna, mais sensível às dinâmicas de poder e às vozes dos subalternos, busca uma narrativa mais inclusiva, que não deixe de lado as contradições e violências do passado.
Então, por mais que não admitam os esquerdistas, as leituras críticas de Freyre são leituras ideológicas e com fins políticos-partidários. E com todos autores independentes é assim, essa pserseguição e censura por parte de fanáticos da extrema esquerda. (PARA A EXTREMA ESQUERDA, TRAVESTIDA DE 'PROGRESSISTA HUMANISTA', É PRECISO MANTER POBRES NA POBREZA SEMPRE DEPENDENTES DE ESMOLAS GOVERNAMENTAIS, NEGROS NUMA ESCRAVIDÃO FANSTASMA E INJUSTIÇA SOCIAL ETERNAS, LUTA DE CLASSES TRAVESTIDA DE LUTA DE MINORIAS, MULHERES X HOMENS, NO VELHO 'ELE X NÓS' PORQUE SENÃO ACABA O ELEITORADO CABRESTEADO E AÍ ACABA A ESQUERDA).
Toda a historiografia brasileira está contaminada pelo fanatismo ideológico-político-partidário e as universidades brasileiras, em sua maioria, são responsáveis por essa decadência bizarra.
FLORESTAN FERNANDES "DEFENDE FREYRE"
Sobre a Teoria da Democracia Racial e Gilberto Freyre, Florestan Fernandes, um esquerdista de respeito, no vídeo de 1984, esclarece que Gilberto Freyre, apesar de ser associado à ideia de "democracia racial", não foi o criador desse mito. No entanto, ele reconhece que Freyre não fez esforços suficientes para desmascarar as desigualdades raciais, o que poderia ter ocorrido se ele tivesse abordado a realidade brasileira de forma mais crítica e ampla.
No mesmo vídeo, uma entrevista da Vox Populi em 1984, Florestan fala sobre sua pesquisa acadêmica, desenvolvida junto com Roger Bastide e colaboradores do movimento negro, a qual desmascarou a visão da sociedade dominante, mostrando que o movimento negro dos anos 30 e 40 estava correto ao denunciar as desigualdades e a necessidade de uma "segunda abolição" no Brasil.
Um dos pontos centrais da análise de Florestan, em 1984, é a relação entre raça e classe. Florestan defende que a luta racial no Brasil só poderá gerar mudanças dinâmicas e radicais se for combinada com a luta de classes. Ele sugere que, enquanto não houver uma democracia real no Brasil, que inclua igualdade entre todas as raças de fato e não apenas no discurso ideológico ou na propaganda governamental, o negro continuará a ser o principal indicativo de que o país ainda não é uma sociedade democrática.
Para entender plenamente a situação do negro no Brasil, Florestan, no vídeo, afirma que é necessário combinar as análises de classe e raça. Embora os problemas do negro e do branco proletário tenham similaridades, o negro enfrenta um nível adicional de discriminação, agravado pela pobreza. Assim, Florestan sugere que superar esse dilema requer uma análise política que leve em conta tanto a opressão racial quanto a de classe.
LEIS EM PROL DA IGUALDADE RACIAL E SOCIAL
Abaixo estão algumas das principais leis e medidas que garantem direitos aos negros no Brasil:
1. Constituição Federal de 1988
A Constituição Brasileira estabelece a igualdade de todos perante a lei, proibindo discriminações baseadas em raça, cor, etnia e origem. Aqui estão os principais artigos:
Artigo 3º: Define como objetivo da República Federativa do Brasil a promoção do bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade ou quaisquer outras formas de discriminação.
Artigo 5º: Garante que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza.
Artigo 7º, inciso XXX: Proíbe a diferença de salários, de exercício de funções e de critérios de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil.
2. Lei nº 7.716/1989 – Lei Caó (Lei contra Racismo)
Essa lei criminaliza atos de racismo no Brasil, estabelecendo punições para quem praticar, induzir ou incitar discriminação ou preconceito por raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.
Racismo: De acordo com a lei, o racismo é inafiançável e imprescritível, ou seja, quem comete esse crime não pode pagar fiança para responder em liberdade e pode ser processado a qualquer tempo.
Penalidades: Incluem penas que variam de 1 a 5 anos de prisão, dependendo do ato praticado.
3. Lei nº 12.288/2010 – Estatuto da Igualdade Racial
O Estatuto da Igualdade Racial é um marco legal para a proteção dos direitos dos negros no Brasil. Ele define políticas públicas para promover a igualdade racial e combater a discriminação. Alguns pontos importantes:
Ações Afirmativas: O estatuto prevê a implementação de ações afirmativas (como cotas) para garantir o acesso da população negra à educação, mercado de trabalho e participação política.
Direitos Culturais: Reconhece a importância das manifestações culturais afro-brasileiras, como o candomblé e a capoeira, e estabelece a preservação e promoção desses patrimônios.
Saúde e Educação: Assegura que o governo crie políticas específicas para garantir a saúde e a educação da população negra, como o combate ao racismo no ambiente escolar.
4. Lei nº 10.639/2003 – Inclusão da História Afro-Brasileira no Currículo Escolar
Essa lei tornou obrigatório o ensino de História e Cultura Afro-Brasileira nas escolas de ensino fundamental e médio, tanto públicas quanto privadas. Os temas incluem a luta dos negros no Brasil, a cultura afro-brasileira e a história da África.
5. Lei nº 12.711/2012 – Lei de Cotas
Essa lei criou o sistema de cotas raciais e sociais para universidades e institutos federais. Ela reserva parte das vagas em instituições públicas de ensino superior para estudantes negros, pardos e indígenas, além de pessoas de baixa renda.
Cotas nas Universidades: 50% das vagas em universidades federais são reservadas para alunos que cursaram o ensino médio em escolas públicas, com uma porcentagem destinada a negros, pardos e indígenas, de acordo com a proporção da população em cada estado. Concursos Públicos: Também foram implementadas cotas raciais em concursos públicos federais, com a reserva de 20% das vagas para negros.
6. Lei nº 12.990/2014 – Cotas em Concursos Públicos
Essa lei estabelece que 20% das vagas em concursos públicos federais sejam reservadas para candidatos negros. Isso vale para concursos na administração pública federal, autarquias, fundações e empresas públicas.
7. Lei Maria da Penha – Proteção à Mulher Negra
Embora seja conhecida por combater a violência doméstica contra mulheres em geral, a Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006) também é relevante para as mulheres negras, que sofrem um índice maior de violência no Brasil. Ela oferece medidas protetivas e punições rigorosas para agressores.
8. Políticas de Reparação e Ações Afirmativas
Além das leis específicas, o Brasil adotou diversas políticas públicas de reparação histórica e ações afirmativas para promover a inclusão da população negra. Alguns exemplos incluem: Sistema de cotas raciais nas universidades e no mercado de trabalho. Incentivos a empreendedores negros e programas de microcrédito para comunidades quilombolas e grupos desfavorecidos.
9. Decreto nº 4.887/2003 – Regularização de Terras Quilombolas
Esse decreto regulamenta o processo de identificação, reconhecimento, delimitação e titulação das terras ocupadas por remanescentes de quilombos. Ele garante o direito à terra para as comunidades quilombolas, reconhecendo sua importância histórica e cultural.
10. Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial
O Brasil é signatário dessa convenção da ONU, que obriga o país a adotar medidas de combate ao racismo e à discriminação racial. O cumprimento das diretrizes internacionais influencia a criação de novas políticas e leis no Brasil.
O Dia da Consciência Negra é celebrado no Brasil em 20 de novembro e tem como objetivo refletir sobre a importância da população negra na formação da sociedade brasileira, além de promover a conscientização sobre o racismo, a desigualdade racial e os desafios enfrentados pelos negros no país.
Conclusão: Essas leis e políticas são mecanismos fundamentais para garantir a proteção dos direitos da população negra no Brasil e promover a igualdade racial. Embora essas medidas representem avanços importantes, ainda existem muitos desafios na implementação e efetividade dessas normas na prática. A luta contra o racismo no Brasil continua a ser um esforço constante por parte da sociedade e do Estado.
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Contudo, fica a pergunta: o Brasil atual, 2024, vive uma Democracia Racial? Ou a luta por igualdade racial ainda continua? Tem racismo no Brasil?
A verdade é simples: tem racismo no Brasil e ele é profundo. Inclusive tem racismo de brancos contra negros e de negros contra negros, basta ir nas favelas e verá, por exemplo, nas favelas do RJ, SP e em quase todas as cidades do Brasil, negros traficantes, criminosos perigosos que mantêm negros e todas as demais pessoas pobres reféns da sua sanha por dinheiro, poder, drogas, armas, tráfico de drogas, de pessoas e do diabo a quatro.
E o mais louco de tudo, a maioria dos negros bandidos traficantes são subalternos de brancos bandidos ricos, milionários, bilionários que é que mandam no tráfico de verdade, na política, nas instituições, nas polícias, nos tribunais, mandam nas cidades de fato, mas nunca aparecem porque tem os negros do crime e os brancos do crime, todos pobres que acham que ficarão ricos um dia, para assumir as broncas pelos brancos.
Então, enquanto a esquerda viaja na maionese brigando por coisas idiotas como lacrações, 'todes' e outras baboseiras, e a direita extremista burra fanatiza por 'noivinha de Aristides ou novos velhos Marçal/Merdal', negros e pobres em geral deste país comem o pão que os diabos brancos milionários-bilionários amassam com a bunda e mandam seus bandidos negros e brancos com toga ou sem toga, com farda ou sem farda, socarem goela abaixo nos negros e brancos do povão que batem palmas com as orelhas de burros que são porque, ainda em plenos séxulo XXI, ano 2024, brigam, matam e se matam por seus vários tipos de algozes em toda a parte.
Concordo com o Florestan Fernandes, quanto diz que a verdadeira democracia racial só será possível quando houver igualdade substantiva entre todas as raças, o que requer não só transformações legais, mas também mudanças estruturais profundas na economia, na educação, na cultura e nas relações de poder no Brasil, sobretudo, penso eu, a maior transformação de todas que é mental, moral e espiritual e que deve vir do povão, de negros, indígenas e brancos que são O Povo Brasileiro, esse caldeirão problemáticos de zilhões de emoções.
A GRANDE QUESTÃO É: esse Brasil que foi parido na base da escravidão indígena, negra e imigrante, na mais absoluta violência sanguinária e corrupção hedionda, que se desintegra cada dia mais na corrupção sistêmica generalizada, comendo o pão que o diabo amassou nas mãos dos ricaços corruptopatas, politicopatas e religiopatas que dominam as 5.570 cidades do país, do crime organizado e de todo o tipo de bandidagem, tem condições intelectuais, políticas, psicológicas, mentais, morais e espirituais para melhorar e evoluir de fato? Receio que não! E, infelizmente, a tendência é piorar muito antes que o caos total tome conta de tudo e isso aqui vire uma mera 'província chinesa ou americana' explorada em todos os sentidos num futuro não muito distante.
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E. E-Kan
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VÍDEO DO FLORESTAN FERNANDES EM 1984 FALANDO "EM DEFESA DE FREYRE", QUANDO AO 'MITO DA DEMOCRACIA RACIAL'.
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