#Livro: João Thomaz e Panda, duas crônicas insólitas

 


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Texto simples aberto, abaixo

JOÃO THOMAZ: DAS PORTAS DA MORTE AO RECOMEÇO

Crônica baseada em fatos reais.

Sinopse: Após perder a esposa e a filha para a COVID-19, sem nenhuma esperança na vida, João Thomaz se vê com uma faca dentro da manga da jaqueta surrada, prestes a matar e se matar. O que a vida reservara para ele na sinuca de bico da vida?

"O ser humano gosta de pensar que está no controle de sua vida. Eu tenho uma teoria sobre o porquê as pessoas fazem coisas terríveis. É a mesma razão pela qual as crianças se empurram no pátio da escola. Se é você quem está empurrando, então não vai ser aquele que é empurrado. Se você é o monstro, nada vai estar esperando nas sombras para pular em cima de você. É muito simples: as pessoas fazem as coisas terríveis que fazem, por medo. E também para elas é melhor ser um monstro,pois na esquina nenhuma força das trevas estará contra você". (Allie, Série Taken, de Steven Spielberg). 

A história de João Thomaz

Como já fazia há vários meses, João Thomaz acordou bem cedo, vestiu a velha roupa surrada, calçou seu tênis velho, meio rasgado, deu comida para os cachorros, Nínive e Tigre, dois Vira-latas com quem dividia sua tragédia existencial e sua solidão após a esposa e a filha morrerem de COVID-19, meses atrás.

Apesar de tudo, ele ainda lutava, vivia de bicos e embora tivesse vários anos de experiência como auxiliar de escitório não achava ocupação em lugar algum, talvez por causa da idade, talvez porque fosse negro, talvez por ser pobre, talvez fosse a sua roupa surrada, talvez por morar num bairro distante ou talvez porque não iam com a sua cara.

Mesmo assim, todos os dias ele ia a pé até o centro da cidade à procura de um emprego. Seu trajeto era o mesmo de sempre, ele ia em direção à Agência do Trabalhador, mas por onde passava deixava seu currículo onde podia. Na saída da casa simples, no portão, sempre havia várias correspondências de cobranças de contas de luz, água e boletos atrasados que João Thomaz ignorava, afinal não havia muita coisa que ele pudesse fazer.

João saía bem cedo e a sua via crucis durava pelo menos duas horas até a Agência do Trabalhador, que o povo apelidava de “Agência do Vereador”, já que ela só era usada para a politicagem mais cara de pau que existe. A Agência sempre estava lotada de outras almas à beira do precipício da vida, a maioria na mesma condição de João Thomaz ou até pior. Apesar do grande número de nomes de vagas fixadas no velho mural na entrada, quase nunca tinha vaga para nada. Era sempre uma tremenda sacanagem.

Faziam as pessoas já desesperadas gastar os últimos trocados para pegar o ônibus, amanhecer na fila da Agência, para pegar uma senha, para ver se tinha uma daquelas vagas anunciadas e após várias horas de espera, diante de um atendente sádico, as pessoas ouviam que não tinha a 'vaga pretendida'.

Alguns atendentes, menos sádicos, até verificavam se tinha alguma outra vaga por mais porcaria que fosse, mas a maioria nem se dava ao trabalho e quase sempre olhando com a cara mais cínica que existe, até rindo, devolviam a Carteira de Trabalho e diziam ao pobre diabo que se quisesse ver outra vaga, deveria pegar outra senha, aguardar a vez novamente e aí então verificar.

Sim, já teve gente que surtou, xingou, quebrou cadeira, computador, mas no final acabou indo em cana e levando socos e pontapés dos jagunços disfarçados de segurança e da Guarda Municipal. É, para defender seu ganha pão, alguns que são do povo e igualmente ferrados, batem no povo. 

Toda revolta sempre acabava assim na Agência do Vereador, ops, do Trabalhador, onde a politicaria era escancarada. O povão denunciava mas ninguém fazia nada e dizia que ali estava claro público e notório que haviam favorecimentos a parentes de políticos, amigos de políticos, conhecidos de políticos, cabos eleitorais de políticos, puxa sacos de políticos, amantes de políticos, esse tipo de caterva em geral.

João Thomaz, que já nem ligava mais para tudo aquilo, mas que ainda esperava encontrar uma vaga de emprego qualquer que fosse, por mais porcaria que fosse, pelo menos podia tomar um café quase sempre sem açúcar e um mini pedaço de pão que os politiqueiros deixavam para os 100 primeiros que chegassem todos os dias. Na época de eleição, eles deixavam pão com mortadela e do lado do café sempre tinha uma mocinha ou uma velhinha entregando santinhos do chefe da Agência, na surdina.

Naquele dia, João Thomaz se sentia meio estranho. Ficava lembrando de um sonho maluco que teve no qual as pessoas tinham surtado e estavam quebrando tudo pela cidade. Várias delas tinham invadido a Prefeitura, a Câmara e botado fogo. ‘Anarquia e caos até os ossos’, por toda a parte, era o louco sonho que sonhara.

Ele comeu o pedaço de pão, tomou o minúsculo copinho de café e se sentou à espera de sua senha que era a de número 101. No fundo, João sabia que aquela espera era totalmente inútil mas ele não tinha para onde ir, nem o que fazer e achava que só lhe restava ter alguma esperança por mais idiota e vazia que fosse.

Sentado do lado de um pilar, bem no fundão, na parede ao lado tinha uma pequena estante, dessas que sempre tem por todas as repartições públicas, com livros velhos, revistas amassadas e jornais do mês passado.

Já que tinha tempo de sobra, João Thomaz passou a vista e notou um pequeno livreto, todo remendado de durex. O nome do livro totalmente 'trash' era: "Carta aos ricos e aos políticos gananciosos e corruptos". O livreto era de um professor da cidade, muito conhecido nos bares e que já havia morrido de tanto beber. ‘Cirrose Hepática por excesso de cachaça’, foi a causa de sua morte. Curiosamente, ao lado do livreto pego pelo JT, tinha uma revista do Drauzio Varella falando sobre Cirrose por cachaça, com perguntas e respostas. Numa das respostas, o médico da Globo dizia: “Já existe uma estimativa de que um indivíduo pode desenvolver cirrose hepática se beber 80 gramas de álcool por dia, durante aproximadamente 10 anos. A mulher, que é mais sensível, corre o mesmo risco com metade dessa dose”. 

João pensava e dizia mentalmente: ‘se for assim, não tenho mais fígado então! Tudo mata, até a vida mata! Como diz certa música: “eu bebo sim e tô vivendo, tem gente que não bebe e tá morrendo”. Seja como for, a morte vai nos pegar à qualquer momento mesmo, então, foda-se!’.

Após aquele desolador momento de prosa com o próprio cérebro, João pegou o livro do professor que morreu de pinga, olhou-o e pensou: ‘temos muito tempo mesmo’. Era um texto curto, quase uma crônica, no máximo umas 30 páginas. O livro começava com a citação feita por Bobby Kennedy no dia do assassinato de Martin Luther King em 4 de Abril de 1968. João lia atentamente o texto que dizia:

[...] No dia do covarde assassinato do inigualável Dr. King, Bobby Kennedy, irmão do Presidente dos EUA, John F. Kennedy, também covardemente assassinado em 23 de Novembro de 1963, por Lee Harvey Oswald, Bobby, que estava prestes a fazer um discurso eleitoral em Indianápolis, e que foi pego de surpresa por aquele hediondo crime, discursou dizendo: "Eu trago uma notícia triste para vocês, para todos nós e acredito que para todos os cidadãos dos EUA, e para os amantes da Paz em todo o mundo. A notícia é que, Martin Luther King, foi baleado e morto hoje à noite em Mênfis, Tennessee. Martin Luther King dedicou a sua vida ao amor e à justiça entre os seres humanos. Ele morreu por causa dessa luta. Para Aqueles dentre vocês, que são negros, e estão tentados a se deixarem preencher por ódio e desconfiança, por conta da injustiça de tal ato, contra todos os brancos, eu diria que também tenho em meu coração o mesmo sentimento. Um familiar meu foi assassinado mas foi morto por um homem branco. Meu poeta preferido é Ésquilo. Ele escreveu uma vez: "Até mesmo quando dormimos, a dor que não pode esquecer, cai gota a gota no coração, até que em nosso próprio 'desespero', contra a nossa vontade, venha a sabedoria através da terrível Graça de Deus". O que precisamos nos EUA não é divisão. O que precisamos nos EUA não é de ódio, o que precisamos nos EUA não é violência e desordem, mas sim amor, e sabedoria, e compaixão pelos outros. E um sentimento de Justiça para aqueles que ainda sofrem em nosso País, quer sejam brancos ou negros".

Bobby também seria covardemente assassinado meses depois, no dia 5 de Junho de 1968 às 12:15, no Hotel Ambassador, com 3 tiros disparados por um Palestino chamado Sirhan Sirhan, logo após Bobby ter vencido as Primárias à Presidência dos EUA pelos Democratas na Califórnia [...].

João Thomaz leu aquilo e lembrou de um trecho de uma série sobre Bobby Kennedy onde uma pessoa ao ser entrevistada na época, após o assassinato de Bobby, disse ao repórter:

"É inacreditável! Sempre que tem alguém querendo fazer a coisa certa pelas pessoas, principalmente pelos mais pobres, algo muito ruim acontece com elas. Mataram o irmão dele, que era Presidente dos EUA em 1963, assassinaram o Dr King poucos meses atrás e agora mataram Bobby. Esse mundo não tem mais esperança", disse o homem. 

João, que já tinha perdido a esposa e a filha para a COVID-19, que estava ali sentado esperando o lento passar dos números até o 101, não podia deixar de concordar com o que aquele pequeno livreto estava expondo sobre a história, especialmente, sobre a parte que dizia: 'Esse mundo não tem mais esperança".

Entretido com o livreto, como se tivesse sido tirado do corpo físico, nem ligava para as pessoas que sentavam ao lado, quase que grudadas nele, em plena Pandemia, com centenas ainda morrendo de COVID-19 todos os dias pelo Brasil. Talvez, João não se importasse mais com a morte. Virando as páginas do livro como virava as páginas da vida, lentamente, ele se deteve em algumas citações de Alice no País das Maravilhas.

Eram elas:

"Quando acordei hoje de manhã, eu sabia quem eu era, mas acho que já mudei muitas vezes desde então".

“Não posso voltar para o ontem porque lá eu era outra pessoa”.

Por um breve momento, uma certa tristeza tomou conta de João Thomaz. Ao mesmo tempo, como em todas as horas do dia, ele imaginava como poderia ser bom voltar para o ontem, isto é, viajar no tempo. Voltar há alguns meses atrás e tentar evitar a morte de seus entes queridos.

Isso seria possível? Era Impossível? Qual era o destino? O destino delas já estava traçado, como o destino de milhares de pessoas? Ou tudo isso poderia ter sido evitado se politicopatas, psicopatas, assassinos, corruptopatas, desgraçados, malditos e ignorantes não estivessem no Poder incitando as pessoas a se descuidarem numa Pandemia mortal, empurrando todos ao abismo? Como uma única pessoa poderia, mesmo que voltasse no tempo, salvar seus entes queridos e a todos e mudar o curso da história?

O som da senha toca alto e o traz de volta para a realidade, 58 era o número chamado. O de João Thomaz é o longínquo 101. E enquanto os números iam sendo chamados à passos de lesma, João foi ao banheiro sujo e fedido, sem água na privada entupida, como ocorre em quase todos os setores públicos no Brasil.

No chiqueiro apelidado de banheiro, os mesmos rabiscos de sempre nas paredes: frases sem nexo, telefone de alguém oferecendo o corpo por dinheiro, loucuras em geral e um poema que chamou a sua atenção.

Na parede amarela, já desbotada, o escritor de privada suja deixou escrito o seguinte:

[...]  ""Poemas Rabiscados"

Agora estamos aqui

Não sei por que, nos deixamos levar

Às vezes me divirto, cortando a grama de casa

Às vezes me encontro, me perdendo no jardim

Em meio aos espinhos

Em meio às flores

Em meio aos insetos

Em meio aos tocos de cigarro

Que você jogou da tua boca

Agora, ainda estou aqui

Às vezes me divirto lendo coisas antigas

Às vezes me encontro no espelho de um banheiro público

Em meio ao lixo

Em meio aos odores

Em meio aos fungos

Em meio aos rabiscos nas paredes

Que alguém deixou como um último recado..." [...]

João Thomaz sorriu mentalmente e repetiu as duas últimas frases: "em meio aos rabiscos nas paredes, que alguém deixou como um último recado".

E voltou ao lugar onde estava e viu que muitas pessoas já tinham vazado, indo embora, desistido. Numa cadeira próxima, sentou uma mulher que aparentava ter quase a sua mesma idade, algo por volta dos 45 anos. O número chamado era 65. Só tinha dois guichês atendendo.

A mulher olhou para João e perguntou se ele queria outra senha que alguém tinha abandonado, o número era 89. João agradeceu, mas deixou pra lá. A mulher ficou sem entender a recusa de João e nem tentou puxar conversa. João não tinha para onde ir mesmo e o livreto estava quase chegando ao fim. 

Entre senhas chamadas e páginas viradas, ele foi lendo aquele texto com uma história maluca, com citações como a de Bobby Kennedy, Alice no País das Maravilhas, e que também contava uma história parecida com a dele. Nela, o autor do livreto, narra uma história de indignação, de revolta, de um homem em busca de justiça social, na qual, no fim, o personagem escrevia uma "carta aos ricos e políticos gananciosos e corruptos", e esse era o nome do livreto que João Thomaz estava lendo.

A carta no livro e que dava nome ao livro, era um misto sinistro de loucura, terror, desabafo e um Adeus já que o personagem do livro comete suicídio se jogando na frente de um Trem no final. Nela, o personagem dizia:

[...] "Carta aberta aos ricos e políticos gananciosos e corruptos

Com sua ganância, corrupção e desumanidade. Vocês tiraram tudo de nós. Nossos familiares, nossos amigos, nossos empregos, nossos sonhos, nossas noites de sono, nossa sanidade, nossos sorrisos, nossa fé, nossa esperança, nossa alegria e a nossa vontade de viver! Agora que não temos mais nada a perder, vamos fazer justiça por todos os que vocês mataram, prejudicaram e destruíram. Nós somos muitos e estamos em todos os lugares. Estamos  fazendo a sua refeição de manhã, meio dia e à noite, nas suas casas, nos restaurantes que frequentam e até na refeição de suas crianças nas escolas caras e os lanches  dos seus filhos promissores nas Universidades. O que nos impede de botar veneno de rato em suas comidas? Nós estamos nos postos de combustíveis onde vocês abastecem seus carrões! O que nos impede de anotar a placa dos seus carrões e passar a bandidos que adorariam sequestrá-los, assaltá-los e  executá-los?  Nós estamos nas clínicas caríssimas onde vocês consultam ou mudam suas caras, bundas e seios. O que nos impede de invadir essas clínicas sorrateiramente e antes de suas sessões de aplicação mudar os medicamentos para doses erradas e assim ferrar com seus rostos e seus corpos? Nós estamos nos seus celulares, computadores, nos seus modems, vendo seus e-mails, suas redes sociais e  os sites que vocês frequentam. O que nos impede de mostrar a todos as suas caras de pervertidos e os sites que vocês acessam? Nós estamos em toda parte, coletando seu lixo, limpando sua latrina, cortando seu cabelo, lavando seus carros, preparando suas refeições, passeando com os seus cachorros, varrendo as ruas, na feira lhe vendendo queijo, cuidando de suas crianças,  prendendo bandidos, rezando suas missas, na sarjeta pelas praças da cidade se drogando, dirigindo um caminhão, pilotando um avião, na fila do supermercado, na mesa ao lado no bar ou no café, na recepção do hotel e do motel, no trânsito parado, na  cama deitado a seu lado, num laboratório com um monte de vírus na China ou na Europa, na Casa Branca do lado da chave de um monte de míssil nuclear, na estação espacial ou nos centros de observação, do lado daqueles que podem não avisar a aproximação de um meteoro ou de uma grande rajada de massa solar, nós estamos em todo lugar, caminhando no parque ou na praia num belo dia de sol, vagando pela noite, segurando uma faca, uma arma de fogo, uma ferramenta que pode ser usada como arma ou atrás de um volante, embriagado. Nós somos os espíritos e as vozes daqueles que vocês destruíram e mataram com sua ganância e corrupção. Nós somos as vozes que farão vocês e os seus próximos surtarem. Nós somos as vozes que farão os loucos que cruzarem seus caminhos, atirarem em vocês, nós somos as vozes que dirão aos nóias da rua para os esfaquearem enquanto andam de bike, nós somos as vozes que dirão para a empregada tratada pior que cachorro, assediada e abusada botar, veneno na sua comida. Nós somos as vozes que farão os traficantes colocarem venenos nas drogas dos seus filhos mimados, patricinhas e playboys, que só lhes dão desgosto mas que vocês, iludidos, acham que lhes parecem promissores. Nós surgiremos quando menos vocês  esperarem, sob a luz do sol, quando estiverem se sentindo felizes, seguros, intocáveis, curtindo com dinheiro roubado do povo numa praia ou parado no carro no trânsito, prestes a serem engavetados. À noite, quando vocês estiverem dormindo, invadiremos vossas mentes e almas e faremos vocês terem os piores pesadelos. Nós torturaremos vocês, atiraremos em vocês e os esfaquearemos em sonhos. Nós somos as vozes dos que foram mortos, destruídos e prejudicados por sua ganância e corrupção. Nós os deixaremos loucos, desesperados, suicidas, nós os aterrorizaremos, depois pegaremos aqueles que vocês amam, e por último nós os pegaremos. Até esse momento derradeiro, veremos vocês, gananciosos e corruptos, que se achavam intocáveis, acima de todas as leis, até mesmo da lei Kármica, perderem o sorriso, a fé,  a esperança e a vontade de viver. E antes que algum terrorista os explodam, ou um lunático puxe o gatilho e exploda suas cabeças ou um nóia qualquer lhes acertem várias facadas, vocês saberão como nós nos sentimos e entenderão que tudo tem consequências. Vocês sabem que tudo poderia ser diferente se vocês não fossem podres de mente e de alma, gananciosos, desumanos e corruptos. Nós somos o vosso Karma, o equilíbrio da equação, a centelha da justiça cósmica, os vingadores, as vozes dos que se foram antes do tempo por causa de suas ações malignas. Nós somos legião e somos muitos. Estamos em todos os lugares, mais perto do que vocês possam imaginar e, cedo ou tarde, nós vamos pegá-los!   Estamos a caminho!

Assinado: As vozes dos injustiçados, O Karma vivo, A Legião das Sombras". [...]

João Thomaz leu aquilo e ficou arrepiado, assustado, inquieto e se perguntando: que tipo de mente poderia ter escrito uma insanidade como aquela? Mas, ele também sabia que alguma coisa sinistra, poderosa se apossou de sua mente e sua alma já detonadas. Muitas perguntas sem respostas, muita revolta reprimida, muita tristeza silenciada. Um vulcão estava prestes a entrar em erupção? Ao final do livreto, João observara, algo mais sinistro ainda, que o personagem que escrevera a carta no livro, chamado Sansão, que tinha resolvido se suicidar de maneira brutal se jogando na frente do trem, acreditava que assim morrendo teria, como que num sacrifício, lá no além, teria apoio de espíritos antigos fortes para empreender sua revolta contra os ricos e os políticos corruptos, fazendo aquilo que descrevera na carta sombria, ou seja, influenciando e incitando à loucura, à depressão, ao suicídio e todo tipo de tragédia os que ele julgava ser responsáveis por todas as tragédias humanas do povão, os ricos e os políticos corruptos. 

Entre pensamentos difusos e reflexões sobre o que tinha acabado de ler, João percebeu que o seu número, 101, chegou. Ele foi e recebeu a mesma resposta de sempre: 'não tem vaga para o seu perfil'.

João Thomaz, ébrio e atordoado de pensamentos, foi embora, sem discutir.

Seria justo que poucos tivessem muito dinheiro e tudo do bom e do melhor, inclusive os melhores hospitais e tratamentos? Enquanto milhares morriam nos hospitais públicos abarrotados, especialmente na Pandemia, quase sempre faltando medicamentos, com médicos e enfermeiros exaustos, sobrecarregados? É justo que parentes, amigos e puxa sacos de políticos tenham preferência e sejam favorecidos em vagas de trabalho na Agência do Trabalhador? É justo que 1% dos humanos detenham 99% das riquezas de todo o Planeta? É Justo que grandes filhos da puta, que só fazem mal para o povo, estejam por aí 'vivinhos da Silva', com grana e poder, já ricos e ainda assim roubando o povo mais ainda, atrasando a vida das pessoas enquanto pessoas boas e inocentes como sua esposa e filha estejam mortas, como milhares de pessoas pelo País? É justo que grandes desgraçados ricos corruptopatas e políticos politicopatas vivam de boas, impunemente? Se perguntava mentalmente, João Thomaz, enquanto gastava a sola do velho tênis de volta até a casa no bairro distante.

Chegando em casa, a luz cortada. Sem dinheiro pra pagar os meses atrasados para religar. Os cachorros sem ração e o dono da mercearia já não lhe vendia mais fiado por que a conta 'já estava alta' e ele sabia que João Thomaz estava desempregado, fodido na vida.

Um desejo pofundo de se matar tomou conta da mente de João. Mas, estranhamente, ele resolveu não pensar muito nisso e foi fazer o arroz e o macarrão que ainda tinha e dividiu com os cachorros que o olhavam com aqueles olhinhos tristes, abanando o rabinho, sabendo, com a lealdade, o companheirismo e a sabedoria de todos os bichos deste mundo, que no fundo, o coitado do João Thomaz tentava sair daquela situação horrível e que ele era uma pessoa boa, de um grande coração que, infelizmente, teve azar na vida, apesar de se esforçar para viver dignamente.

João olhava para os cachorros e chorava copiosamente. ‘Que farei desta minha desgraçada vida?’, se perguntava.

Os bichos, com a compaixão mais pura que há em todos os seres puros desse mundo, se aproximavam de João e o lambiam, botando uma das patinhas sobre seus braços, como que dizendo: 'força João!'.

Profundamente triste. João foi dormir.

No dia seguinte, a mesma via sacra se apresentava. No entanto, João escreveu num papel:

"Por favor, quem encontrar esse recado, já saberá que estou morto. Eu tentei, mas não consigo mais. Por favor, ajudem a Nínive e o Tigre porque nem comida eu consigo mais comprar para eles e não aguento mais voltar para esta casa e ver eles sofrendo com fome, e não poderia soltá-los para as ruas. Essa é a merda que sou. Enfim, já perdi tudo. Meu tempo aqui, pelo visto acabou. Só me resta encarar a realidade que é puxar a tomada e me desligar desta vida, na esperança que um dia renasça numa situação melhor e possa fazer mais coisas por mim, pelos bichos e pelas pessoas à minha volta. Adeus e obrigado! Quem encontrar esse recado pode ficar com essa casa. Apenas cuide da Nínive e do Tigre por mim! Fiquem bem!".

João Thomaz escreveu, chorou, fumou um cigarro, olhou para as árvores, para o céu, calçou o velho tênis, pegou uma faca, a afiou e foi para a Agência do Trabalhador.

Na mente, matar o chefe da Agência e se matar. "Pelo menos levo um desses desgraçados comigo", dizia mentalmente.

À medida que caminhava, João Thomaz via as pessoas, os bichos nas ruas, olhava para o céu, via os pássaros, observava o movimento das pessoas, dos carros, das coisas e tentava se convencer de que o que faria 'não era certo mas necessário'.

Ao chegar na Agência, João fez a mesma coisa de sempre, pegou uma senha, tomou café, comeu o pão com mortadela. Já era época de eleição. E João pensou: espero o desgraçado chegar, espero ele entrar na sala, chego lá como quem não quer nada, fecho a porta, meto umas facadas no pescoço dele e depois me mato cortando minha garganta.    

Dito e feito, o chefe politiqueiro da Agência chegou e foi pra sala. João ficou esperando as pessoas saírem. Ele esperou, esperou, esperou um tempão.

Quando viu a oportunidade, foi em direção à sala. Mas, suando frio, primeiro entrou no banheiro sujo de sempre. Com a faca afiada, olhou pro pedaço de espelho quebrado, pensou na esposa e na filha, no olhar triste de Nínive e do Tigre, na luz cortada, na injustiça do mundo, nos políticos e ricos corruptos, no livro maluco, na carta sinistra do livro, nas justificativas que inventou para si, se preparou e tomou coragem. "É agora! Chegou a hora do Adeus", disse para si mesmo. João olhou novamente para o pedaço de espelho quebrado e falou: 'desculpem! Me perdoem, talvez um dia eu as reencontrarei!'. E saiu com a faca escondida dentro da manga da velha jaqueta.

Ao abrir a porta do banheiro, um homem que esperava a vez o viu suando frio, de máscara contra a COVID-19, com olhos profundos, marejados. A mente de João não estava mais ali naquele mundo. Ele passou pelo homem como se ele não existisse e chegou à sala do chefe da Agência.

Entrou rapidamente pela porta, o chefe da Agência estava no telefone. João o visualizou, suava frio. Passou os dedos na ponta da faca que estava dentro da manga e só dizia a si mesmo mentalmente: 'é agora, é agora, é agora'.

Quando deu um passo para trás, pegando na maçaneta da porta para fechar a sala e cometer o assassinato, o chefe da Agência disse a ele: você já faz tempo que vem aqui não é? Eu tenho te observado! João suando frio e pego de surpresa responde que sim. Que faz meses que vem em busca de algo.

O chefe da Agência diz: cara, eu tenho uma coisa para você. Só não fala nada pra ninguém porque senão vai dar B.O pra mim. Senta aí.

Desnorteado, João senta, com a faca debaixo da manga. Suando frio. E o chefe da Agência pede seu currículo. João o entrega. O sujeito vê e diz: porra, você tem tudo isso de experiência? E ninguém viu se tinha alguma coisa pra você todo esse tempo? João responde: 'pois é'.

Ainda aturdido, João escuta o cara falar, falar e falar enquanto passa os dedos na ponta da lâmina, ainda com a intenção de matar e se matar.

E, inesperadamente, o cara lhe oferece um emprego de auxiliar de manutenção do prédio da Agência. João sente como se tivesse levado uma paulada na cabeça. 

O quê? Como assim? E um monte de vozes explodem na cabeça de João: mata ele porra! Vai meu! Já acabou pra você nessa merda de mundo! Vai ficar fazendo o que aqui sozinho? Meta a faca nesse desgraçado! Vai!!! E uma porrada de coisas e memórias se passam rapidamente ao mesmo tempo na cabeça de João Thomaz.

Mas, porém, subitamente, João volta a si, à realidade e aceita a proposta no ato, de súbito, sem reação.

Diante da vida e da morte, da desgraça total, da falência total, do fim iminente, da tragédia que estava prestes a acontecer, um raio de luz toca a vida de João Thomaz. E ele conta um pouco de sua história e de suas perdas. O chefe da Agência, embora um politiqueiro daquele naipe que todos já conhecem, inexplicavelmente, se comove em demasia com João e lhe dá uma grana para pagar a luz atrasada, pagar a mercearia e conseguir comida para si e para os únicos familiares que ele tinha nesse mundo: Nínive e Tigre e que para eles voltaria em breve.

Completamente desnorteado, com a faca na manga da jaqueta velha, João Thomaz agradeceu ao chefe da Agência que pediu que ele estivesse na Segunda às 7 da manhã para começar o trabalho.

E assim se deu. João recomeçou. Dos portais da morte e da desgraça, para a vida que segue, com os bons amigos de quatro patas, aguentando o que já passou, o que se passa e o que passará.  

Um mês depois, já trabalhando na Agência, João foi até a sala do chefe e viu uma mulher, parecia gente boa. Estava sentada na mesa do homem que lhe abriu uma porta. João perguntou: e o chefe? A mulher lhe respondeu. Você não soube? Ele teve COVID, foi para a UTI, não resistiu e infelizmente morreu no final de semana. Foda demais. Mas, ‘é vida que segue’.

João ficou atônito, sem palavras. A nova chefe disse-lhe: você é o João Thomaz, né? Sim sou, respondeu. O Rodrigo, o falecido Rodrigo, disse que via potencial em você, não sei porque ele te ajudou, ele não era muito de ajudar ninguém fora da panelinha sabe? E eu vi teu currículo e já falei com o pessoal de cima, na segunda você começa sua nova função, como atendente, lá na frente à princípio, depois vamos treiná-lo nos guichês. Tudo bem?   

João Thomaz, sem palavras, mudo, tremendamente surpreso. Da perda de tudo, da esperança, da fé no mundo e nas pessoas, saído diante dos portais da morte, da desgraça, da tragédia, dos trancos aos barrancos, recomeçou.

Naquele mesmo dia, ele pegou o livreto, pegou o trecho do livreto sobre o Bobby Kennedy com a citação dele com a frase de Ésquilo, a reescreveu num papel e resolveu carregá-la e lê-la todos os dias, na hora em que acorda e na hora em que vai dormir, para Nínive e o Tigre, nos túmulos da esposa, da filha e do chefe da Agência sempre que pode ir ao cemitério, geralmente aos domingos. No cemitério, falando mentalmente consigo mesmo, João diz: “todos têm ódio e amor no coração. Felizmente, meu amor venceu meu ódio. Me sinto mais vivo com isso, diante das perdas irreparáveis que tive na vida? Não. Mas me sinto melhor como indivíduo e como espírito que vaga pela vida. Espero que um dia possa me sentir vivo novamente e melhor ao mesmo tempo. Até lá, sigo sendo como sou, sentindo o que sinto, vivendo um dia, que parece mil anos, de cada vez”.

E toda vez que João Thomaz lê o trecho do livreto que reescreveu, falando com seus mortos ou falando com as pessoas que começaram a fazer parte de sua estrada evolutiva, ele cita a sua própria readaptação do discurso do Bobby Kennedy:

"Bobby Kennedy disse no dia da Morte de Martin Luther King em 4 de Abril de 1968, para uma multidão desnorteada e incrédula com a notícia do covarde assassinato: Martin Luther King dedicou a sua vida ao amor e à justiça entre os seres humanos. Ele morreu por causa dessa luta. Para Aqueles dentre vocês, que são negros, e estão tentados a se deixarem preencher por ódio e desconfiança, por conta da injustiça de tal ato, contra todos os brancos, eu diria que também tenho em meu coração o mesmo sentimento. Um familiar meu foi assassinado mas foi morto por um homem branco. Meu poeta preferido é Ésquilo. Ele escreveu uma vez: "Até mesmo quando dormimos, a dor que não pode esquecer, cai gota a gota no coração, até que em nosso próprio 'desespero', contra a nossa vontade, venha a sabedoria através da terrível Graça de Deus".

O que precisamos nesse mundo não é divisão. O que precisamos nesse mundo não é de ódio, o que precisamos nesse mundo não é violência e desordem, mas sim amor,  sabedoria e compaixão pelos outros, sobretudo, em respeito à memória de nossos entes amados que já partiram. E um sentimento de Justiça para aqueles que ainda sofrem nesse nosso mundo, quer sejam brancos ou negros", lia João diante dos túmulos quase todo os domingos.


(Texto de Emerson E-Kan. Blog Realismologia)







2ª HISTÓRIA: PANDA E OS ‘HOME’ DA LUZ


Sinopse: Panda tem sua luz cortada por falta de pagamento, como ocorre a muitos brasileiros todos os dias. Sua reação vai de revolta a uma breve reflexão filosófica de bar sobre as dificuldades do ‘povão’ no Brasil e no mundo e como viver bem apesar de trancos e barrancos. ‘Coisas complexas para todos entenderem’, essa é a tarefa hercúlea que procuramos realizar aqui.

A história de Panda


Diz o amigo e vizinho Panda: rapaz do céu, segundona, amanheci numa deprê daquelas. Desempregado, praticamente sem grana, só com 'o pó do borso'. Nem vontade deu de levantar. Pensei comigo. Que se foda, vou dormir até meio dia hoje, só de raiva. Mas, quem disse que pobre tem tempo pra ficar triste e deprê no Brasil? Na hora que me viro pra dormir de novo, a cachorrada começa a latir alucinadamente.

Pensei que eram os gatos de rua de novo. Mas, os bichos continuavam a latir histericamente. Puto da cara, levantei e fui gritar com os dog. E quando abro o frestinho da cortina, vejo 'os caras da luz', um já trepado no poste cortando a minha luz, a minha e a da vizinha! E outro embaixo só de bizu, na contenção.

Puta que pariu! Peguei o chinelo meio arrebentado e fui lá fora, inutilmente, falar pros caras esperarem até que fosse pagar no boteco do Carlão. Mas, os caras, como sempre, dizem: 'Ih vizinho do céu, já cortei. Tamo só cumprindo ordem 'dotor', sabe como é, blá blá blá'.

Mas que diabos! A vizinha ainda ficou lá xingando o cara que culpa, culpa, não tem. Claro que dá vontade de derrubar ele da escada. Ele poderia dar um desconto? poderia, mas não dá. 'É o trabalho dele', todos dizem.

Fazer o quê? Agora pra religar a dita cuja luz tem que pagar os 3 meses atrasados! É ou não é uma fodeção só? Lazarento da cara, volto para dentro, pego o tênis velho, uma camisa velha, junto o resto 'dos caraminguá', do dinheiro, e me obrigo a ir pagar o diabo da luz atrasada, 3 meses! Pqp!

Chego no Carlão, pago o demônio da luz atrasada. Já ligo ali mesmo para a Companhia que promete religar em até 24 horas! Ou seja, ali mesmo já sei que tô fodido sem luz, e pior, sem internet até amanhã!

Carlão, sempre companheiro, vendo minha desolação, mas, claro, vendo que pode vender, me oferece um trago de pinga.

Tomo logo 3 golaço e já fico meio bebão.  Do lado de fora do boteco, uma mesa vazia, penso: por quê não?

Carlão, me traz um litrão da mais barata! Carlão traz, pago com os 'último real' que me sobrou da conta da luz do cão!

Tomo aquele litro de cerveja ruim e quente como uma raiva do tamanho do mundo, que faz a cerveja parecer a melhor de todas! Peço outro, dessa vez fiado.

Carlão não gosta muito do fiado. Ele olha pra plaquinha que pregou na parede do boteco que diz: ‘Fiado só para pessoas de 90 anos, acompanhada dos Pais’, e vai pegar uma cerveja.

Penso comigo, foda-se ele, afinal, boteco é conta mais sagrada que a conta de luz! Foi por isso que atrasei a conta de luz, ela que espere, ‘o golão pra evitar a cagada da tristeza e a depressão, é mais importante’, é o que geralmente pensamos!

E nisso chega outros parça da Vila e quando menos se vê, entre um fiado e outro, já foi meio dia, já foi 5 da tarde, já é quase 23 horas e a conta já explodiu.

Carlão, puto da cara de ter que vender fiado e aguentar os bêbados, avisa que vai fechar. Nós repetimos, como todos os bêbados sarnas, que é pro Carlão anotar as cachaças.

Ele não gosta, mas já tinha anotado. Vamos embora. Chego em casa, tudo escuro, luz só amanhã. Dou ração pra cachorrada, troco água, meio que vomito um pouco, faço um miojo, despenco no sofá e aos poucos vou capotando.

Até amanhã, mundo do diabo! E na terça, rapaz do céu, ressaquiado, acordo quase meio dia de novo, sem luz, sem nada. A hora que decido dormir de novo, os caras da Companhia de Energia chegam pra religar a bendita luz.

Vou lá todo zuado, fedendo cachaça e com a cabeça explodindo! Com ânsia, vomito no gramado na frente da casa.

Os cara da luz dão risada, quase brigo com eles, mas eles relevam, religam a luz e vazam. Volto pra dentro, tudo religado, internet funcionando, embora a conta também esteja atrasada.

Depressão? Tristeza? Foi pro esgoto junto com mais do vômito...Nesse País fodido, nem tempo temos pra ficar deprê e a raiva às vezes, no bom sentido, é melhor que a tristeza! É um combustível pra seguirmos em frente. Melhor ficar com raiva e sair fazer alguma coisa do que ficar triste morrendo de chorar na porra de um canto na casa. Não é?

Fico apenas a pensar: o País todo virado numa grande usina de merda e ainda tem idiotas, filhos de boas putas, jumentos que puxam saco de políticos? Quando é que a maioria ou pelo menos boa parte desse povão vai entender de uma vez por todas que político é tudo igual, só muda o slogan e o marqueteiro? Quando vão entender que político eleito e que leva grana de fundão, de partido e vive de mamatas das cidades até Brasília, é empregado do povo? Parece que nunca! Às vezes, o Brasil mais parece um grande presídio-hospício, cheio de dementes, idiotas, imbecis e analfabetos. A burrice toma conta do Brasil há muito e parece que a coisa só piora, ainda mais com o povão rebolativo e dançante nas redes umbrais sociais!

Fica a lição, rapaz do céu, por mais foda que esteja a vida, cheio de contas, dívidas, desempregado, fodido e mal pago, uma hora as coisas melhoram, ou não também, e tudo fica meia boca! Afinal, nem tudo depende de nossas escolhas. 

Então, viva a vida, lute por algo melhor, mas se não der, se a vida for injusta e FDP com você, diga para você mesmo: foda-se! Não se desespere, não perca tempo se lamentando ou chorando ou se deprimindo ou tentando se matar porque quase ninguém está nem aí para você e seus sofrimentos. Na real, esse mundo, meu amigo, não está nem aí pra você e tanto faz se você viver, morrer, rastejar, implorar, chorar, sorrir, matar, roubar, foder, se foder. Então, apenas viva. Do seu melhor jeito e leve as coisas na esportiva.

Claro, alguns dizem que 'tudo tem consequências', que 'ninguém escapa da justiça cósmica e da lei do Karma', que o karma sempre vem, que a expiação é inevitável e que, apesar das merdas desse mundo, que apesar da pobreza, da miséria, da falta de esperança, da falta perspectiva de dias melhores de verdade, que apesar do caos, da tragédia, da falta de amor e da solidão, que apesar de todas as merdas que lhe acontecem neste mundo, no mundo além, no outro mundo ou 'na próxima vida', melhor será a tua sorte, se você resistir aos males desta vida no bem, apesar de que ninguém é santo. Sim, alguns dizem que se você evitar o mal se dará bem no além. Mas, se por desespero, alquebrado de espírito e de mente você fraquejar e se entregar ‘pros Paraguaio’, pior será.

Mas, também, pode ser que nada disso exista de fato e, que independente do bem e do mal que você faça, independente do bem e do mal que o mundo lhe faça, independente do bem e do mal que as pessoas lhe façam, nada mudará além da merda que já aí está. 

Há quem diga que, um dia, a humanidade será varrida do mapa como os Dinossauros, e que até a Terra, o Sol, a Galáxia e até esse Universo vão pro vinagre! Então, faça o que fizer, viva o que viver, vá pro céu ou inferno ou ‘Nosso Lar’, tudo vai pro vinagre cedo ou tarde, talvez mais tarde do que se possa imaginar. 

Então, diante da incerteza existencial, cada vez mais, se desapegue das coisas desse mundo, e, de vez em quando, em meio as coisas da vida, esqueça de tudo, ligue o foda-se, ignore as preocupações, as tragédias, as tristezas, as depressões, os medos, as cicatrizes, as contas atrasadas e, ainda que por um curto período de tempo, de tempos em tempos, aceite tudo, aceite todas as coisas da vida como ela são, ‘seja leve, seja forte, seja firme’, apenas aceite, desde o seu pior inimigo, seu vizinho idiota, seus colegas de trabalho cobras e papagaios, as pessoas que te odeiam e que ficariam felizes se você morresse ou fosse pra sarjeta de vez, a até seus pontos fortes. 

Sim, aceite tudo, e, nem que seja só por um momento, viva como se já não fizesse mais parte desse mundo, ou melhor, como se não mais fosse afetado pelas coisas deste mundo, como alguém que sabe que todas as coisas deste mundo, pobreza, miséria, tragédias,guerras, pandemias, essas crises fabricadas, os problemas todos, bem e mal, prazer e dor, saúde e doença, riqueza e pobreza, amor e solidão, tristezas e alegrias, são meros momentos, são distrações, coisas secundárias que ofuscam a sua compreensão da realidade cósmica e o impedem de ver o cenário todo, a vida como ela de fato é, ou seja: gigantesca, incomensurável, inefável, inexplicável.

Às vezes, seja como o Cínico Cão Diógenes Laércio de Sinope ou seja, desapegue de tudo e de todos, e nem que seja apenas por um dia,  cague e ande para o mundo e para as coisas deste mundo. Nem que seja por um dia, ainda que fiado, saia tomar um golão, encha a cara, jogue papo pro ar. Ligue o botão de foda-se! Às vezes, isso é tudo o que nos resta num País tragicômico como o Brasil e num mundo cão como esse, onde a maioria patina no seco sem sair do lugar, e 1% dos humanos detém 99% das riquezas do Planeta e junto de mafiosos, ladrões, bandidos, politicopatas e corruptopatas, das cidades até as capitais da Nação, cagam e andam para a maioria da humanidade, tocam o foda-se, roubam a todos, de várias formas, à mão armada nas ruas ou nas canetadas nos gabinetes do poder público.

O caldeirão deste mundo está fervendo, a batata de todos está assando, e enquanto esse mundo ferve e caminha para o caos total, o povão rebola, dança e mostra o cu no TikTok. Esse é o mundo meu amigo, não tem diabo que lide com a humanidade. 

O mundo quer cortar a tua luz? Então diga: foda-se! E vá tomar aquele golão!', disse meu amigo Panda.

Emerson E-Kan, Realismologia, Filosofia Supra Realista 2022.


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Todos os direitos autorais reservados. Proibido uso comercial. Proibido qualquer uso sem citar a autoria: E-Kan/Eghus Kaninnri/Emerson Rodrigues/Espírito.

Nota informativa sobre a tradução da citação feita por Bobby Kennedy: A tradução utilizada no presente texto acima, é da tradução da Série da Netflix: 'Bobby Kennedy para Presidente'.

A BBC Brasil, em uma publicação, fala sobre o trecho citado por Bobby Kennedy do Poema de Ésquilo. Diz a BBC:

[...] "Meu poeta favorito é Ésquilo", disse Kennedy à plateia, antes de citar um trecho de Agamemnon, tragédia grega de autoria do dramaturgo, traduzida pela historiadora Edith Hamilton em 1930: "Em nosso sono,a dor que não se pode esquecer cai gota a gota no coração até que, em nosso desespero, contra nossa vontade,a sabedoria vem a nós pela sublime graça de Deus."

Kennedy cometeu, na verdade, um equívoco ao fazer a citação, substituindo "despeito" (despite, em inglês) por "desespero" (despair). Na gravação, em meio aos soluços na multidão, você pode observar que ele faz uma pausa em 'des', como se não tivesse certeza da segunda sílaba. Como Christopher S. Morrissey escreveu, é difícil saber "se ele citou erroneamente deliberadamente, fortuitamente ou infelizmente".

Mas o fato é que suas palavras moderadas tiveram um efeito poderoso. O público em Indianápolis se dispersou em silêncio, diferentemente do que aconteceu em outras 110 cidades dos EUA em que houve tumulto após o anúncio da morte do ativista negro.

Na manhã seguinte ao assassinato de Luther King, Kennedy falou em Cleveland, no Estado de Ohio, sobre "a ameaça insensata da violência". Ele condenou não só a violência das balas e das bombas, mas "a violência das instituições; a indiferença, a inação e a lenta decadência", assim como a alienação que nos leva a "olhar para nossos irmãos como alienígenas: homens com os quais compartilhamos uma cidade, mas não uma comunidade; homens ligados a nós por uma moradia em comum, mas não por um esforço comum ".Luther King pregava sobre estarmos "entrelaçados em um único tecido do destino". E Kennedy estendeu a metáfora: "Sempre que rasgamos o tecido da vida que outro homem de forma dolorosa e desajeitada teceu para si próprio e para seus filhos, toda a nação é degradada". [...] (BBC Brasil)

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LIVRO BÔNUS:  TEXTO ABAIXO



OS TRÊS 

PONTOS

DE VIRADA

DA VIDA

 Índice

Capítulo 1 - Momentos sombrios

Capítulo 2 -  Os três pontos de virada

Capítulo 3 - Os ciclos 

Capítulo 4 -  Altos e baixos

Capítulo 5 - Estar ligado

Capítulo 6 -  peculiaridade de cada ponto de virada aos 20, 40 e 60 anos de idade

Capítulo 7 - Os bilhões de animais pensantes que 'não estão ligados' 

Capítulo 8  - O maior abismo de todos

Capítulo 9 -  Mortos em vida

Capítulo 10 -  O que seria um ponto de virada?

Capítulo 11 -  A soma de escolhas próprias e de coisas que fogem de nós

Capítulo 12 -  Caminhos e caminhos

Capítulo 13 -  Tenha coragem para 'Ser de Verdade'


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Capítulo 1 - Momentos sombrios

Quantas vezes nos achamos à beira do abismo infinito, já sem nenhuma esperança, sentindo que tudo já passou e que já não há mais tempo para nada? Quando chegamos a esse ponto, sabemos que se trata da Morte, que pode ser definitiva ou tão somente mais uma Morte em Vida que enseja Renascimento, isto é, um Ponto de Virada na Vida. 

"Os momentos mais sombrios da história (individual e coletiva) podem ser um ponto de virada para a mudança". (*_0.1)

Nós, Os Espíritos das Letras, Livres e Realistas, sabemos que há, no mínimo, três decisivos pontos de virada, de Morte e Renascimento na Vida para todo o Ser Vivente sobre a Terra, sem exceções. 

Quando se chega a tais pontos de virada, o ser vivente, principalmente, o animal pensante, humano, é desafiado pela Natureza, pelo Cosmos e, principalmente, pela própria Vida a tomar decisões, que resultarão em novos rumos na Vida ou  no próprio fim. Caso seja incapaz de perceber o ponto de virada, o indivíduo será 'empurrado' pela Natureza e passará batido, isto é, tomará as decisões sobre o próximo ciclo de vida de maneira inconsciente ou mais ou menos consciente. "Se você não toma as decisões, a Vida tomará as decisões por você". 

Contudo, vale lembrar que, independente se você toma as decisões ou a vida toma as decisões por você, é você quem irá arcar com as consequências de tais decisões tomadas de maneira consciente, semi-consciente ou inconsciente. Ou seja, de qualquer maneira é você quem 'paga o pato'. Então, estar informado o máximo possível sobre essas questões não parece uma perda de tempo, não é? 

Capítulo 2 -  Os três pontos de virada


Para os animais pensantes, alcunhados de humanos, os três principais pontos de virada da Vida, são: 1) aos vinte anos de idade; 2) aos quarenta anos de idade e 3) aos sessenta anos de idade. 

Capítulo 3 - Os ciclos 

Cada ciclo se divide em vinte anos do tempo terrestre, subdivididos em dois Macro-períodos de duas décadas que podem ser subdivididos em quatro Micro-períodos de cinco anos. Duas décadas, que podem ser uma boa e uma ruim, duas mais ou menos equilibradas, duas ruins, ou raramente, duas boas. No geral, de maneira, bem genérica, o que será cada período, dependerá das escolhas e também dos acontecimentos/eventos existenciais que escapam ao poder de escolha dos indivíduos. 

Essas duas décadas serão sub-divididas em quatro períodos de cinco anos, sendo um período (05 anos) de 'alienação', onde o indivíduo parecerá alheio às coisas do mundo e da vida, apenas caminhando e andando, sem eira nem beira. Um período (05 anos) de despertar, onde o indivíduo vai começar a perceber que não está nesse mundo só de passeio e que as 'ilusões estão todas perdidas', é o momento de 'acordar pra vida'. Aí então, após o Wake Up', geralmente, ocorre um período (05 anos) de planejamento, de estabelecimento de metas, objetivos, sonhos etc, o auto-impulso o para a mudança, de fato e, principalmente, 'A Ressignificação da Vida e do Sentido da Vida'. E, por fim, no último período da segunda década, a execução dos planos e o balanço do que foi atingido, realizado, alcançado, concretizado e o que ainda deve ser prorrogado ou encerrado, bem como quais serão as próximas metas, objetivos, sonhos, do próximo período de vinte anos, após o próximo ponto de virada. 

Capítulo 4 -  Altos e baixos

Como já ressaltado antes, essa é uma mera teoria nossa, baseada num conjunto de experiências existenciais profundas, onde fomos cobaias de nós mesmos, tendo altos e baixos como todo ser vivente na Terra. Claro, pode ser que alguns indivíduos (principalmente os podres de ricos desse mundo) tenham duas décadas ótimas, bem como, os quatro Micro-períodos de cinco anos ótimos. Mas, isso seria uma loteria, uma mega raridade, mesmo aos podres de ricos do mundo, e por quê? Porque A Vida é simples mas ao mesmo tempo brutalmente complexa, sobretudo, num sistema civilizatório extremamente instável como o da Terra, onde as coisas mudam muito rapidamente da água para o vinho. 

"Num sistema civilizatório extremamente instável como o da Terra, a Felicidade lhe beija na boca ao descer do ônibus mas logo em seguida a Tragédia te atropela na esquina". 

Isso não significa que estamos a dizer que exista algum mundo onde haverão mais momentos de Felicidade do que de Tragédias, mas que diante da Incomensurabilidade Cósmica Interestelar, a Terra é sim muito instável e talvez hajam mundos onde os indivíduos sejam menos afetados pelas tragédias. 

Capítulo 5 - Estar ligado

Contudo, reitero, é extremamente importante, é vital, diria, que o indivíduo esteja 'mais ligado o possível', mais desperto possível, mais informado possível, mais Esclarecido possível, mais vivido possível, mais livre de todo tipo de influência negativa possível, blindado de crenças, sobretudo, de fanatismos, extremismos e radicalismos, estando profundamente conectado, se possível, ao movimento da vida, isto é, de olhos e ouvidos, mente, coração e alma, bem abertos, hiper-atento, para não perder o bonde e tentar viver da melhor maneira possível, Consciente da Realidade mas evoluindo, continuamente ressignificando a sua Vida e reavivando as esperanças pessoais, senão, do contrário, se estiver 'dormindo no ponto', vai perder os principais pontos de virada da vida, vai passar batido e vai se lascar, literalmente. Claro, repito, num sistema civilizatório cavalarmente problemático, perverso, degradante, cheio de injustiças e maldades como é o da Terra, a maioria dos bilhões de indivíduos vive mais aos trancos e barrancos, mais com os dois pés na tragédia, tendo lá muito de vez em quando, algum momentinho, bem pequenininho de um contentamento, de uma certa alegria que parece A Felicidade, mas que logo desaparece como fumaça ao vento. Essa a realidade, não? Consulte a sua própria experiência pessoal e tire a sua própria conclusão.

Capítulo 6 -  peculiaridade de cada ponto de virada aos 20, 40 e 60 anos de idade 

No primeiro ponto de virada aos vinte anos de idade, a maioria esmagadora dos humanos não estão 'ligados', isto é, sentem, mas não compreendem e nem tentam compreender, com exceção dos 'gênios', os pouquíssimos avançados e despertos que não se deixam distrair facilmente. 

No segundo ponto de virada aos quarenta anos de idade, poucos são os que 'estão ligados', isto é, que ao mesmo tempo sentem e compreendem que estão diante de uma 'singularidade existencial', um 'Big Bang da vida, um ponto de virada. A maioria das pessoas sentem que se trata de um ponto de virada na vida, quer dizer, até tentam compreender a coisa toda, mas por diversos motivos, principalmente por causa de travas ou âncoras existenciais, se distraem com outras coisas da vida e muitas vezes, sem perceber, esquecem e desistem de tentar compreender. 

Por fim, no terceiro ponto de virada, aos sessenta anos de idade, a idade de ouro, quase todos sentem e compreendem que estão diante de um evento existencial extremamente relevante, evidentemente, por causa da experiência acumulada pelas andanças da vida. Contudo, ainda assim,  muitos indivíduos, dentre os bilhões de indivíduos da Terra, compreendem superficialmente, outros compreendem medianamente e só pouquíssimos compreendem profundamente o que se passou em suas seis décadas e quais foram o pontos de virada da Vida. 

Os pouquíssimos que de fato compreendem 'a totalidade da coisa', 'a Estrada até aqui', fazem, digamos assim, razoavelmente livres dos ruídos, distorções e distrações, um balanço geral detalhado de tudo vivido até então e uma reflexão profunda sobre o que esperar da Vida dali em diante, sobre seu legado, sua marca existencial, sua assinatura no mundo, sobretudo, quais os planos e metas até o próximo ponto de virada, se a vida lhes der mais alguns anos de 'colher de chá'.  

Capítulo 7 - Os bilhões de animais pensantes que 'não estão ligados' 

Infelizmente, como já dito antes, a maioria esmagadora dos bilhões de animais pensantes sobre a Terra, 'não estão ligados', muitos até parece que já morreram e esqueceram de cair, isto é, a maioria da manada de animais pensantes passa batida pelos Pontos de Virada, pelas "Singularidades Existenciais", pelos "Big Bang´s', e acaba tomando decisões equivocadas,  semi-conscientes, sem saber direito o que está se passando, e na maioria das vezes, essa maioria é empurrada pela força da Vida. Já uma pequena minoria, fixe-se, de poucos e raros despertos, compreende que está diante de um evento vital importante, do fim de um ciclo e o início de outro, que decisões precisam ser tomadas e que as decisões que forem tomadas, conscientes ou não, impactarão drasticamente em todo o ciclo da Vida intrafísica. 

É claro que isso é apenas uma teoria nossa, como já asseveramos antes, e podem haver muitos outros pontos de virada, em momentos distintos da Vida, contudo, como Espíritos das Letras, Livres e Realistas, estudando e observando atentamente a história da aventura humana sobre a Terra, na teoria, através das principais obras filosóficas, históricas, literárias e sociológicas e, na prática, vivenciando, sendo cobaias de nós mesmos e observando amigos de idades mais avançadas, podemos dizer, com uma grande certeza e uma segurança inabalável, que todos os seres viventes, especialmente, os animais pensantes, os humanos, tem, no mínimo, três pontos de virada na vida, aos 20 anos, aos 40 anos e aos 60 anos de idade, conforme trataremos durante estas laudas.

Capítulo 8  - O maior abismo de todos

"Há sempre tempo para tudo, 

mas o tempo não para, o tempo urge!" (E-Kan)


Qual é o maior abismo de todos, senão A Morte? Muitos são os momentos nos quais os humanos se veem à beira do abismo, sem saída, já sem nenhuma chance de felicidade, sem nenhuma esperança, como se tudo já estivesse irremediavelmente perdido, como se tudo já tivesse sido escrito, como se tudo já tivesse sido decidido e consumado, como se tudo já tivesse passado e, sobretudo, como se já não existisse mais tempo para nada. 

De fato, quando se chega a esse ponto de profunda perturbação, melancolia e reflexão, próxima é a morte definitiva ou a morte em vida. 

Definitiva, porque embora meramente intrafísica, tudo zera, tudo o que você foi ou deixou de ser ou gostaria de ser, sonhou ou sonha, deseja, planeja, espera, acredita, ama ou odeia, tudo mesmo, acaba junto com todos os seus elos nesse mundo, de maneira irremediavelmente definitiva, sem chance de retorno. 

Apenas a sua marca, a sua assinatura, o seu legado, bom ou mau, permanecem registrados e lembrados por algum tempo pelos que ficam, até que eles, então, também morrem e tudo acaba de vez, inclusive a sua história e legado. Óbvio, as histórias, marcas, assinaturas e os legados dos 'grandes medalhões' e 'ícones' da aventura humana sobre a Terra, tem a sorte e a 'teimosia' de resistirem ao tempo e se mantém, pelo menos, enquanto a humanidade existir. Com efeito, tais histórias de tais viventes especiais, são as raras exceções à regra. Já a maioria dos pobres e reles mortais, 99,999% dos bilhões de animais pensantes, o máximo que serão lembrados é uma geração, quem sabe duas gerações e olhe lá. 

Desde que o mundo é mundo, todos se perguntam: o que sucederá após a morte definitiva, de fato? Pela Ciência 'tradicional', podemos dizer que não há nenhuma prova ou fato que afirme a vida após a morte intrafísica. Ou seja: morreu, acabou, game over, sem céu, inferno, purgatório, umbral, além, nada mais existe, é 'C´est Fini', 'Zé Fini', ponto final. 

No entanto, os espiritualistas, 'os teimosos esperançosos', em todas as épocas, acreditam que há algo mais. Inclusive, muitos ditos religiosos, descrevem lugares bons até mesmo como 'cidades', grandes e pequenas e lugares ruins com regiões baratrosféricas como inferno e umbral, além de lugares para 'recuperação', 'reabilitação', 'transferência para outros mundos superiores ou inferiores' e 'renascimento/reencarnação/ressoma'. Obviamente, mesmo entre os espiritualistas e religiosos há muita divergência e até violenta discordância sobre esses assuntos. Humanos, não é? 

Na Grécia, em seus momentos derradeiros, Sócrates teria dito, segundo Platão, no Diálogo, Fédon, sobre A Imortalidade da Alma, o seguinte: [...] "Sim, o reviver é um fato, os vivos provêm dos mortos, as almas dos mortos existem, sendo melhor a sorte das boas e pior a das más'. E mais adiante: [...] "Afirmar, de modo positivo, que tudo seja como acabei de expor, não é próprio de homem sensato; mas que deve ser assim mesmo ou quase assim no que diz respeito as nossas almas e suas moradas, sendo a alma imortal como se nos revelou, é proposição que me parece digna de fé e muito própria para recompensar-nos do risco em que incorremos por aceitá-la como tal. É um belo risco, eis o que precisamos dizer a nós mesmos à guisa da formula de encantamento. Essa é a razão de me ter alongado neste mito". [...].

E quanto à nós, Espíritos das Letras, Livres e Realistas, essencialmente, como observadores atentos da humanidade, o que temos a dizer sobre tudo isso? Diante da Incomensurabilidade Cósmica Interestelar, tudo está em aberto e tudo é possível. Como assim? Diante da Imensidão Cósmica Interestelar, da Incomensurabilidade da Vida e da Inefabilidade da Existência, todo o nosso Conhecimento, a nossa mais elevada fé/crença, a nossa mais profunda Filosofia e a nossa mais alta Ciência são ínfimos, tacanhos e não passam de uma pequena parte da infinitesimal partícula de poeira cósmica pensante que nós somos, em todos os sentidos.

'Ainda não entendi!', dirá o leitor desatento. Explico: diante da Imensidão Cósmica, considerando que o nosso mais elevado Conhecimento é quase uma piada, já que pouco sabemos de fato sobre o Cosmos, o Universo, a Vida, a Existência e todo o resto, 'a única certeza é que não temos certeza sobre nada além da humanidade'. Logo, tudo está em aberto, tudo é possível, ou seja, há muito mais do que há, mas como é esse 'muito mais do que há', esse 'outro lado da vida' e do 'Cosmos não observável', ninguém saberá. Por milênios há quem diga que 'a vida além', 'o outro lado', 'a existência espiritual, quântica', é para cada um, de uma forma intimamente diferente, e que 'os espíritos só veem o que querem ver.(*_1)

Enfim, resumindo esse assunto:  o que sucederá após a morte definitiva, de fato? Ninguém tem certeza absoluta sobre nada, nem mesmo as muitas crenças e teoréticas espiritualistas, nem mesmo a dita Ciência 'tradicional', já que, como explicado didaticamente acima, o mais elevado conhecimento humano, diante do que ainda não conhecemos sobre o Cosmos, a Vida, a Existência, sobretudo, as Forças que mantém A Vida e a Evolução da Vida em toda a Incomensurabilidade Cósmica, não é o suficiente para, ao cabo, afirmar nem negar, com certeza e exatidão, a existência de nada além da humanidade e dessa vida intrafísica.

Contudo, com uma certeza empírica e segura sobre a vida intrafísica em si, podemos dizer que, aqui, 'morreu, acabou'. Aqui, nessa dimensão da Vida, tudo o que você era, deixa de ser, é game over mesmo e não há choro, nem esperneio, nem crença, nem certeza, nem nada que mude isso. Entretanto, em nível de teoria, podemos dizer que, a partir da morte intrafísica, é bem provável que todos, sem exceções, iniciem uma nova jornada na estrada eterna da Evolução. Mas, porém, como será a coisa toda, aí cada um, talvez, saberá quando lá chegar. Fora disso é mera conjectura, falácia, crentelhice, bobagem e, no máximo, uma boa teoria para discutir com os amigos num jantar ou numa mesa de bar. Não é? 

Mais acima, dissemos: "De fato, quando se chega a esse ponto de profunda perturbação, melancolia e reflexão, próxima é a morte definitiva ou a morte em vida". 

A morte definitiva pode vir pela depressão, pela desistência de todas as forças da vida, até mesmo das forças que levam à convalescência,(*_2), sobretudo, em casos mais gravosos, pelo suicídio, auto-extermínio. Há mais de 1 milhão de pessoas que se suicidam todos os anos pelo mundo, segundo a World Meters (*_3), sabia? De fato, quando se chega a esse ponto de profunda melancolia e reflexão, todos caminhamos à beira do abismo infinito, como que caminhando descalços na mureta no alto de um prédio. Ali, na beira da morte definitiva, fazemos as primeiras e mais profundas reflexões sobre as perguntas elementares: o que somos? De onde viemos? O que estamos fazendo aqui? Por que existimos? Para que tudo existe? O que é isso, a vida? Qual é o sentido da vida? Deus existe? De onde ele surgiu? Alguém criou Deus e quem criou o Deus que criou Deus e antes, e antes e antes? Qual é o sentido da Terra, do Universo, do Cosmos, pra que tudo isso afinal? Para onde vamos depois? E depois? E depois? Devo viver? Ou devo morrer? Tudo acabará de fato? A tristeza, as dores, os sofrimento? Ou não? Tudo continuará, só que num nível mais fodástico? O que fazer? Ir ou ficar pra ver o que vai dar no final? E assim, na maioria das vezes, resistimos. Morremos em vida, porém. 

Capítulo 9 -  Mortos em vida

Uma vez mortos em vida, nos tornamos como que fantasmas vagando pela vida. Isto é, o nosso corpo está nessa dimensão, mas a nossa mente está em outra, ou seja, nos tornamos irreconhecíveis e sumimos da vista de nós mesmos e dos outros, principalmente, dos que nos amam, e, assim, vagamos por um período que pode ser longo ou curto, depende de cada um. Mas, como tudo o que morre, de certa forma, Renasce, nós também Renascemos. E ao voltarmos à vida, chegamos a um ponto de virada.

Capítulo 10 -  O que seria um ponto de virada?


O que seria um ponto de virada? Os escritores e roteiristas do cinema, usam o termo em inglês "plot point", 'ponto da trama', para tratar do que seriam "as cenas de grande acentuação dramática, usadas para promover uma reviravolta na história, um incidente, ou evento que interrompe a continuidade da história e não da narrativa" ou, também: "O ponto de virada em uma história pode ser descrito como os incidentes que alteram o curso da ação dramática, dando um novo ar ao filme".(*_4). Talvez, a maioria dos roteiristas e escritores de cinema tenham, em algum momento, incorporado os conceitos clássicos de narrativa que, em grande parte, se baseiam na 'teoria estética' de Aristóteles. É, sobretudo, na 'Arte Poética', que Aristóteles analisa a epopéia, a tragédia e a comédia, estabelecendo assim o cânones da narrativa clássica na 'Arte Poética'', que será, em suma, [...] "um tratado sobre como narrar, como contar uma história e obter com ela a atenção, o envolvimento, a cumplicidade, a compreensão e a emoção do leitor, do espectador – isto é, do público a que se destina a história narrada"[...]. (*_5)

Contudo, a vida humana não é um roteiro escrito por alguém, onde tudo (incluindo comédia, tragédia e tragicomédia) já estão definidos, muito embora muitos ainda acreditem no anacronismo da 'teoria do determismo', que diz [...] "...que todos os fatos que acontecem no presente são determinados por causas anteriores, ou seja, tudo aquilo que acontece ao homem ou no mundo é determinado por acontecimentos passados e que podem ser de caráter natural ou sobrenatural" [...] (*_6).

Capítulo 11 -  A soma de escolhas próprias e de coisas que fogem de nós

De fato, tudo o que leva um vivente humano a um ponto de virada na vida é a soma de escolhas e decisões próprias (livre arbítrio) + questões que fogem de nós, de nossas escolhas e que não dependem apenas de nossas decisões. Contudo, goste ou não, queira ou não, acredite ou não, todos os viventes, de uma forma ou de outra são atingidos pelas consequências de suas escolhas, mas também, são atingidos e influenciados por coisas que fogem de seu alcance. 

Podemos dizer, por exemplo, que a mega bolha do abismo social de injustiças misérias, abusos criminosos e necessidades, que atinge a maioria da população planetária, exerce uma influência brutal, muito maior que o poder de escolha dos indivíduos. E isso, essa desgraça existencial, que atinge um dos pilares da civilização na Terra, o Livre Arbítrio, atrelada ao abismo social, leva muitos viventes humanos ao suicídio, ou ao crime ou a uma 'vida de morte em vida', a partir da qual vivem como fantasmas, vagando, fingindo viver, até a morte definitiva, num 'inconformável conformar-se', num acomodamento forçado diante das impossibilidades, da falta de oportunidades e das injustiças do mundo. Essa, certamente, é a maior violência de todas que o acúmulo de riquezas nas mãos de poucos, aliadíssimo da corrupção sistêmica global, causa nas mentes, no corpos e nas almas, de bilhões de viventes humanos por toda a Terra.

A coletividade humana que chamamos de 'povo', 'povão', no mundo todo, poderia se revoltar, reagir e mudar sua história? Poderia. Mas não o faz. Muitas são as explicações para a 'não-reação do povo contra os abismo social, as injustiças e os abusos criminosos e até mesmo a 'não-reação contra as piores misérias',  em todo o Planeta'. Uma das explicações é o medo. Outra explicação é a 'miséria suportável', ou seja, apesar de ser gigantesca, a miséria ainda não chegou ao grau 'insuportável' para o povo e, por isso, ainda tendo com o que se virar do dia a dia, o povo não reage. 

Entretanto, a explicação para a 'não-reação do povo', que nos parece mas plausível é a da alienação histórica que, agora, é turbinada pelo que chamamos de 'processo de Humanidade Zero', isto é, o processo de idiotização e desumanização da humanidade através das redes sociais e sua algoritmia do caos, (*_7). Ou seja, o povão do mundo todo, em toda a parte, como coletividade, não reage mesmo contra a pior miséria, porque a alienação, a idiotização, a gadização, a sua desumanização está tão avanaçada que o impede de raciocinar direito, impedindo-o, assim de agir e reagir. 

A verdade é que: "O povo é como uma boiada quando estoura, ninguém segura e quebra tudo o que vê pela frente. Só que hoje em dia, quase não tem mais estouro de boiada porque a boiada é manejada, confinada, tratada e controlada sob medida para o abate". Ainda: "O preço da ignorância e do fanatismo político é corrupção, fome, miséria, violência, desemprego, injustiças, o abismo social de abusos criminosos". (*_8). Talvez, em termos de coletividade, um ponto de virada aconteça, quando a mega bolha do abismo social explodir e a miséria atingir um nível insuportável para o povão do mundo todo. Talvez, se a maioria do povão do mundo todo, já não estiver totalmente gadizado, idiotizado, desumanizado, incapaz de raciocinar, de agir e reagir.

Diante dessa tragédia humana cada vez maior, exposta acima, como a maioria das pessoas, conseguirão, individualmente, ter alguma chance de se se sentirem motivadas, se sentirem bem, se realizarem, viver de fato e serem felizes em algum momento de suas vidas? Estudar para ter alguma chance de uma vida melhor ou pelo menos, menos pior, seria o raciocínio mais óbvio, não é? Mas, infelizmente, sendo realista e não pessimista, a coisa só piora. A maioria dos bilhões de viventes humanos, em todo o Planeta, desde que o mundo é mundo, diante da mega bolha do abismo social de injustiças, misérias e abusos criminosos, vivem uma infância ruim, muitas vezes macabra, violenta, sendo abusadas psicologicamente e até sexualmente, por estranhos e por pessoas da própria família. Depois, grande parte das pessoas, com famílias pobres, disfuncionais, violentas,  tem uma adolescência perturbada, confusa, problemática, às vezes miserável, com mais abusos e desgraças de todos os tipos e, entre muitas tragédias e brutalidades, somadas à falta de apoio familiar, entre muitos trancos e barrancos, grande parte da 'nova humanidade', chega à juventude incógnita, entre 16 e 18 anos de idade como se já tivesse 40 ou mais anos de idade. 

[...] "...na minha humilde opinião, penso que todo animal pensante nessa Terra deveria ter o seu direito à Educação de qualidade, previsto na desprezada Carta dos Direitos Humanos, e ser preparado desde cedo para ter no mínimo uma faculdade até aos 20 anos de idade e, assim, ter alguma chance de uma vida mais digna. Mas, nesse mundo, todos sabemos que a maioria dos bilhões de animais pensantes, não conseguem sequer um trabalho decente e estável durante toda vida, não conseguem sequer pagar as contas em dia, nem se alimentar direito, que dirá estudar de verdade e fazer uma mísera faculdade! Não é?" [...] (*_9). 

Sem capacitação, sem saber fazer alguma coisa para sobreviver e prosperar individualmente de fato, tendo apenas o precário estudo que politicopatas, picaretas, doutrinadores e lavadores de cérebros de governos/regimes lhes dão em escolas bizarras, bilhões de viventes que serão 'a nova geração da nova humanidade', dos 18 aos 20 anos de idade, então, vivem as primeiras experiências conscientes à beira do abismo entre a 'A Morte Definitiva' e a 'A Morte em Vida', encaminhando-se para o primeiro ponto de virada de suas vidas. 

Capítulo 12 -  Caminhos e caminhos

Goethe dizia: "Nem todos os caminhos são para todos os caminhantes". E também: "Seja ousado e forças poderosas virão em sua ajuda". Já Sêneca, em sua quarta carta a Lucílio, dizia: "Mantenha-se como você começou, e se apresse a fazer o que é possível, de modo que você possa ter mais prazer de uma mente aperfeiçoada que esteja em paz consigo mesmo". 

Quantas vezes na vida nos perguntamos: Qual é o meu caminho? Algum dia encontraremos o caminho de verdade? Há um caminho de verdade? Já passamos da entrada do caminho? Só temos um caminho ou vários caminhos? Será que a busca pelo caminho é uma busca sem fim? "Todos os caminhos levam à Roma? Ou “Mil ruas levam os homens a Roma”, como diria Alain de Lille, " Ou seja, não importa o caminho que sigamos, trilhemos, caminhemos, afinal, tudo vai dar na mesma?

Reflitamos: durante a vida toda, procuramos 'o caminho à seguir'. Muitas vezes nos perdemos na busca por esse caminho e muita vezes nos deparamos com o dito: "O sonho acabou", anunciando que todas as esperanças, todas as expectativas, todos os desejos e todas as ilusões foram perdidas. No entanto, sempre recomeçamos. Como Diria Raul Seixas: "aprendi a ficar quieto e começar tudo de novo".

A busca para se saber o que de fato viemos fazer aqui, a busca da resposta do 'grande por que', pode ser longa ou curta, à depender das nossas escolhas e também das vicissitudes da vida. Afinal, nem tudo depende apenas de nossas escolhas, não é?

Muitos de nós encontram caminhos que parecem ser 'o caminho', mas logo percebem que não e que perderam um tempo precioso achando que aquele era 'o caminho'. Já outros, que ousam mais e arriscam mais, encontram 'o caminho' facilmente mas, no entanto, muitas vezes, quando encontram 'o caminho', percebem que o tempo já se faz escasso.

E, então, diante do tempo que urge, alguns tentam acelerar o passo e assim se perdem no próprio caminho de vez. Ou seja, difícil é achar 'o caminho', mais difícil ainda é se manter sem se perder no próprio caminho. Com efeito, é melhor se perder no próprio caminho do que ser um errante por toda a vida. Contudo, independente do caminho, viva e faça aquilo que ama, pois o amor por aquilo que se vive e faz, o torna criador de um novo caminho, do seu próprio caminho. 

Ainda citando Raul Seixas, na Música: Um Messias Indeciso, dissera:

"Mas foi sua própria voz que falou

Seja feita a sua vontade

Siga o seu próprio caminho

Pra ser feliz de verdade

E aquela voz foi ouvida

Por sobre morros e vales

Ante ao Messias de fato

Que jamais quis ser adorado

Que jamais quis ser adorado

Ah, quantas ilusões

Ah, quantas ilusões

Nas luzes do arredor

Quantos segredos terá

Quantos segredos terá"

Capítulo 13 -  Tenha coragem para 'Ser de Verdade'

Muitos dos que alegam 'Ser de Verdade' jamais foram e jamais serão. E por quê não? Por que Ser de Verdade implica em ter muito mais do culhões, implica ter Inteligência, Sagacidade, Disciplina, um severo, longo e obstinado Trabalho Pessoal Mental, Moral e Espiritual. Não existe 'Ser de Verdade' grátis, só de discurso, da boca para fora. Falar até papagaio fala, como diz dito popularesco, mas, fazer acontecer, executar planos, vencer metas, superar desafios e problemas, viver com o que você é, sem medo de ter medo, sem culpas, sem máscaras, se complexos âncoras limitadores, chutando o balde do mundo cão, tendo personalidade e luz própria é para poucos, pouquíssimos. Por isso que a maioria dos bilhões de animais pensantes deste mundo apenas perambulam pela vida vivendo uma vida fake, porque é preciso Coragem e muito mais que Coragem para Ser de Verdade. É preciso Cérebro, Mente, Moral, Espírito, Coração, Energia! A maioria das pessoas vivem caindo de sono no mundo, idiotizadas, desumanizadas e sem espírito que estão. 

Nietzsche dirá em Crepúsculo dos Ídolos, aforismo 2, o seguinte:  "O mais corajoso dentre nós, só raramente tem a coragem de afirmar aquilo que sabe verdadeiramente".

E ainda, em A Gaia Ciência, no aforismo 82, ironicamente, ele diz: "Na boa sociedade é preciso nunca procurar ter razão sozinho e completamente, como o quer toda a lógica pura". 

Os que se dizem 'de verdade', verdadeiros, sinceros, honestos, e os que tentam ser de verdade, tanto quanto possível, teriam a coragem de dizer a verdade na mira de uma arma? E numa situação dessas, a verdade importaria?

Ou, então, teriam a coragem de contar seus segredos mais recônditos? Afinal, todos, sem exceções, por mais isolados e parados que sejam, tem pelo menos um segredinho sujo, uma coisinha bem escondida, afinal, não existe santinho em nenhuma parte desse mundo, sobretudo atualmente, com a maioria esmagadora da humanidade já em acelerado processo de idiotização, gadização e desumanização, estando, por isso, já em um avançado estágio de putrefação mental, moral e espiritual.

Quero dizer: os que pretendem ser de verdade e que se dizem de verdade, verdadeiros, honestos, sinceros e justos consigo mesmos, teriam a coragem de ser de verdade, mesmo? Isto é, de cara limpa e de cabeça erguida diante do espelho e em todo o lugar, andando sem medo de que seus segredos mais recônditos um dia se revelem, diante de si mesmos, cientes e conscientes de seus podres, erros, maldades, perversidades, perversões, desejos sombrios, e até do tesão oculto?

Sim meus amigos, há uma diferença abissal entre 'se dizer de verdade, querer ser de verdade e Ser de Verdade de fato, sobretudo, viver relativamente 'numa boa' com todas as mentiras dos outros, com todas as enganações e absurdos do mundo cão, sobretudo, conviver com a sua verdade pessoal, suas mentiras e com tudo aquilo que não deve ser revelado, que deve ir contigo para o túmulo. Em resumo, para Ser de Verdade de fato, nesse termos, num mundo cão insano e brutal como esse em que estamos, é preciso uma puta coragem e também, é claro, uma boa dose de loucura'.

Portanto, penso firmemente, que todo aquele que se coloca na posição de intocável e 'inafetável' pela podridão do mundo, achando que nunca terá a lama do mundo sequer em sua roupa ou seu corpo, principalmente, os que se colocam na condição de impolutos e incorruptíveis, como Maximilien François Marie Isidore de Robespierre, acabam como Robespierre, literalmente ou sentido figurado e pior que isso, desiludidos com as próprias ilusões. 

Nietzsche ainda dirá em, Fragmentos Póstumos 1880-1881, o seguinte: "Como o homem tem necessidade de ilusões para viver bem!".  

Com efeito, se há algo muito pior do que se desiludir com algumas verdades, esperanças e expectativas factíveis falhadas é se desiludir com as próprias ilusões. Isso sim, seria o cúmulo de uma vida fake. Mas, o que são certas esperanças e expectativas senão ilusões, mentiras que contamos para nós mesmos?  

Em resumo, portanto, Ser de Verdade é um trabalho contínuo e que exige uma tremenda Disciplina Mental, Moral e Espiritual. Mas esse é o preço do sucesso pessoal. É por isso que muitas pessoas neste mundo não se ligam quando dos pontos de viradas aos 20 e aos 40 anos. Passam batidas e depois a vida cobra o preço, sem dó, nem piedade. Repito: se você não toma as decisões, a vida tomará as decisões por você. Então, esteja ligado e preparado. 

Emerson Rodrigues E-Kan

Filosofia Supra Realista Prática, 2022. 

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TEXTO BÔNUS>>>>

Se você veio até aqui, parabéns! Agora leia e releia este livro sem pressa, em vários momentos da vida, estude, anote, pesquise mais, busque algo mais e nunca esqueça que um livro é apenas um ponto de partida, uma porta para um novo Universo, o teu Universo que você começa a criar sozinho à partir do Esclarecimento que conquista através deste e de muitos outros textos que chegarão até você durante a vida. Acredite, a melhor e mais eficiente arma é o Conhecimento. 

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A.C.O

Ampliação da Capacidade de Observação


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  Através desse texto você terá a sua capacidade de observação destravada, desenvolvida e ampliada, de maneira gradativa, até ao máximo de seu potencial.

Detalhe: este texto é fundamentado na Filosofia Realista, sob O Método da Maiêutica de E-Kan_(1), dedicado especialmente aos interessados no despertar da mente, para um nível maior de leitura da realidade, observação Supra-detalhista Extra-instintiva, Análise profunda e, consequentemente, para uma compreensão maior da Vida num todo, das relações interpessoais, dos negócios e, principalmente, para uma compreensão maior de si mesmo e sua Auto-afirmação crítica com escopo a atingir a maturidade mental, mas, sobretudo, o sucesso e a prosperidade mental, moral e espiritual.

    [ A habilidade de ler a realidade, a habilidade de observação Extra-instintiva e a capacidade de análise profunda ]

A habilidade de ler a realidade

Ler a Realidade, sobretudo, no Supra-sentido de ver o óbvio, é uma "habilidade" que deveria ser comum senão a todos os viventes humanos desta Terra, a maioria. Infelizmente, essa habilidade sempre foi uma habilidade de poucos. Talvez, uma das causas do extermínio, da extinção do Homo Neanderthalensis pelo Homo Sapiens, ao final, foi sua incapacidade de ler a realidade e reagir inteligentemente à ela. Incapaz de ler a realidade, de ver o perigo/problema que estava diante do seu nariz por muito tempo, bem como as soluções para evitar o perigo, para evitar a extinção, o Neanderthal vacilou, deixou seus instintos de sobrevivência, conservação, manutenção da espécie, sobretudo, seu desejo/vontade de prosperar e evoluir, de lado e, assim, literalmente dançou. 

Com efeito, atualmente, diante da "Algoritmia do Caos", e do "Processo de Humanidade Zero", com a evidente "Aparvalhação" da maioria da humanidade (ver livro Teoria da Humanidade Zero_ (2)), principalmente, através das redes sociais, essa habilidade de ler a realidade e a capacidade de observar Extra-instintivamente, isto é, de observar a realidade a fundo com todo o seu instinto de sobrevivência, instinto de conservação, manutenção da espécie, a capacidade de interpretar a realidade, analisar as coisas de maneira circunspecta, (que já era uma habilidade de poucos), agora se tornou uma habilidade de pouquíssimos. 

O que aconteceu com a humanidade, ou a maioria da humanidade? Por que, atualmente, pouquíssimos conseguem ler, interpretar, observar e analisar as coisas, especialmente as coisas mais óbvias, de maneira simples, lógica, objetiva, prática? 

Ainda nos dias atuais, em pleno século XXI, por mais absurdo que pareça, há pessoas que se ferem seriamente ou até morrem ao tentar atravessar uma rua, uma avenida e até mesmo o trilho do trem! Sem falar dos muitos “acidentes de trânsito” nos quais as pessoas estavam vendo o celular! Qual é a causa disso? Mera distração, falta de atenção? Pode ser. Mas, sobretudo, claramente, a incapacidade de ler a realidade, o óbvio. 

Destravando a mente

Muitas são as “âncoras”_(3) que geram complexos limitadores, que geram processos de auto-sabotagem, perturbam o raciocínio e, consequentemente, travam a mente. É preciso lembrar que nos barcos e navios, as âncoras desempenham, por um breve espaço de tempo, o papel fundamental de ‘estabilizar e frear, evitando que a embarcação se desvie devido ao vento ou correnteza’. Contudo, a mente humana não foi feita para ficar ancorada por muito tempo. Mesmo assim, no entanto, há muitas mentes ancoradas no tempo e que já quase se transformaram num navio fantasma/Mente fantasma. 

“Eu não posso, eu não consigo, é muito difícil, tenho medo”

As primeiras coisas à serem banidas da mente que quer se destravar são as ideias/pensamentos: “Eu não posso, eu não consigo, é muito difícil, tenho medo etc”. 

Sendo brutalmente realista, o mundo, a sociedade, as demais pessoas, o universo,  o  Zé do Bar, não estão nem aí se você está com sua mente travada, ancorada na auto-sabotagem, nos complexos limitadores, com o raciocínio perturbado, com a visão da vida embaçada. O mundo humano de uma forma geral, sobretudo, esse mundo humano capitalista, nessa realidade em que nós vivemos, só quer saber de você como um consumidor, e nada mais que isso. 

Gradativamente, cada um no seu tempo, eliminadas essas ideias/pensamento, passa-se, quase que paralelamente à 'retirada diária do lixo mental'_(4).

Já tirou seu lixo hoje? 

Sim, durante o dia somos bombardeados como todo tipo de lixo nas redes umbrais sociais, na TV, em nosso trabalho, em nossas atividades rotineiras e precisamos, ao final do dia, por pouco tempo que seja, até antes de dormir, tirar o lixo de nossa mente. Esse é um processo quase que diário. Não deixe o lixo se acumular, tire-o, se livre dele, ok? 

Como fazer isso? Mudando hábitos de maneira simples. E uma maneira simples e bem eficiente é, ao invés de ficar até pegar no sono ao celular, leia um livro. Escreva alguma coisa, estude sobre algo. Assista algo 'bom', um filme ou uma série que lhe agregue alguma coisa de útil e positiva em sua jornada na vida.

Após esse processo de auto-faxina geral, que inclui 'dar um tempo' nos vícios e manias, fazer exercícios físicos, como uma simples caminhada diária, e que pode ser por um período longo ou curto, depende de cada um, a mente, então, estará razoavelmente destravada e pronta para iniciar o processo de 'despertar' para a realidade de fato e, consequentemente, estará apta à começar a ler a realidade, ampliar a capacidade de observação e de análise de todas as coisas, das mais simples da vida, as coisas do dia a dia, às mais complexas da Existência, incluindo àquelas que exigem tomada de decisão e que, quase sempre, cobram um alto preço.

A capacidade de Observação Extra-instintiva ou a capacidade de ver 'o todo'

No nosso livro, Miscelânea, no aforismo: A Maturidade dos Espíritos Livres e Realistas, dizemos o seguinte: 

Como Espíritos Livres e Realistas, quanto mais velhos ficamos menor é a nossa tolerância para com a burrice alheia e a conversa fiada. Se existe alguma coisa 'boa' com o passar dos anos é que podemos antever as jogadas das pessoas. Isto é, podemos facilmente antever as intenções das pessoas, 'há quilômetros de distância', desde a primeira frase escrita, pelo jeito de andar, se portar, desde a primeira palavra falada, enfim, desde o primeiro olhar já sabemos se determinada pessoa está de boa ou má intenção e se vale a pena conversar com ela, se há algo que se aproveite de tal mente, e, sobretudo, em conversando com tal pessoa, à distância, a cada nova escrita ou, pessoalmente, a cada nova fala e movimento do rosto, dos olhos, do corpo, podemos observar claramente as ciladas, as verdades, as meias verdades, as mentiras deslavadas e as mentiras sinceras. Com efeito, depois de uma certa idade, nada e ninguém mais escapa do nosso olhar crítico, severo, observador, atento e detalhista. Depois de uma certa idade, ser prático se torna o imperativo dos imperativos porque sabemos muito bem que o tempo urge. Isso não significa que não possamos ser enganados. Contudo, aos impostores da Vida, aos estelionatários da Existência, se torna praticamente impossível enrolar e muito menos enganar um Espírito Livre e Realista, principalmente, se já Experimentado da Vida em todos os sentidos. Na verdade, um Espírito Livre e Realista, Experiente, vivido, nunca é enganado a não ser que queira ser enganado. Alguns, chamarão isso de 'Sabedoria'. Mas, nós chamamos isso de 'Evolução'._(5)

Parece que a habilidade de ler a realidade, de observação profunda, de análise realista e profunda, de antever as coisas, de antecipar as jogadas, de certa forma, 'saber' o que se passa com as outras pessoas, no sentido das relações interpessoais, é uma habilidade de pouquíssimos e que só atinge o seu auge apenas na idade madura, após os 40 anos de idade, em média, à depender, obviamente, do grau de experiência de vida, de conhecimento de vida, de observação da vida, de vivência de fato, que é algo diferente para cada um.

"Como seria bom ter na juventude, a experiência e a sabedoria dos mais velhos", dirão alguns. 

Mas, e se ao menos uma parte da capacidade de observação dos mais velhos, dos mais experientes e mais vividos, estiver acessível e disponível para todos, mais cedo, digamos, desde a juventude, excetuando aí os chamados "gênios natos"? 

É justamente esse o escopo desse breve texto: auxiliar no destravamento da mente, na desancoragem, para que o navio da sua mente parta rumo a coisas maiores, ao sucesso e a prosperidade de fato, uma prosperidade baseada não apenas no sucesso material, em ter dinheiro, um ótimo trabalho ou negócio, mas, sobretudo, rumo ao maior sucesso de todos que é mental, moral e espiritual, o sucesso e a prosperidade evolutiva que só os pouquíssimos mais experimentados e sábios na vida, após anos de vivência tem e comprovam isso ao saber desfrutar cada coisa, cada momento, cada dia, cada vitória, independente de sua condição nesse mundo, com muito, com pouco ou até mesmo com nada como vimos pela experiência de Diógenes Laércio de Sinope, na Grécia, (412 a 323 A.C). 

A capacidade de análise profunda 

A frase popular que diz: "enquanto você está vindo com o milho eu já estou com a farinha pronta" ou, ainda, “Enquanto você está indo com a farinha eu já voltei com o bolo pronto”, resume a capacidade de análise profunda que só os Espíritos Livres e Realistas de fato, os mais vividos e experimentados em todos os sentidos da vida, tem. 

Ou seja, a mente destravada, livre e leve de fato, esclarecida, se torna capaz de ler a realidade e interpretá-la, se torna capaz de observar cada coisa de maneira detalhista e de saber 'o pulo do gato', e, portanto, é super capaz de analisar o todo profundamente, rapidamente e tomar as melhores decisões. Essa habilidade, de fato, principalmente nesse mundo super conectado em que vivemos, com uma multi-variedade de informações, conhecimentos e saberes não é mais um privilégio apenas da mente que atingiu a maturidade, e tal habilidade pode ser desenvolvida e aprimorada por todos em quase todas as idades, à partir da juventude, se por esforço próprio assim o indivíduo decidir, ciente e consciente de seus traços fortes e fracos, de suas muitas imperfeições, falhas, vícios, manias, ainda que aos trancos e barrancos que fazem parte da vida, mas, sobretudo, sem as perturbações, distrações, sem culpa, sem máscaras, sem complexos âncoras limitadores.  

De mente destravada, auto-faxinada, limpa, esclarecida, a qualquer indivíduo é possível, em qualquer idade, sobretudo, da juventude em diante, pensar e 'sacar as coisas' de pronto e tomar, repito, as melhores decisões e assim atingir o sucesso e a prosperidade mental, moral e espiritual. Basta querer. 

"Não há Liberdade de fato, sem Esclarecimento. Não há Evolução de fato, sem Esclarecimento".


Emerson__E-Kan

Filosofia Supra Realista, 2022.




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CITAÇÕES, SUGESTÕES, ADENDOS E LINKS DO PRIMEIRO TEXTO:

(*_0.1): Com citação de fase do persongaem Jean-Luc Picard da série Star Trek)

(*_1): Sugiro a Leitura do texto: Consciencialismo Realista no blog Realismologia' em: https://realismologia.blogspot.com/p/consciencialismo-realista.html -. 

(*_2): Sugiro a leitura do texto: Sócrates como mártir dos Anti-convalescentes pessimistas antropológicos e Nietzsche como herói dos Convalescentes otimistas antropológicos - em: https://realismologia.blogspot.com/2022/05/socrates-como-martir-dos-anti.html 

(*_3): World Meters, dados e estatísticas globais em tempo real, sobre números de nascimentos, mortes, suicídios, abortos e muitas outras coisas, vide em: https://www.worldometers.info/br/

(*_4): Textos e definições básicas sobre 'o ponto de virada num roteiro de cinema', ver mais em: a) https://revistadecinema.com.br/2020/02/nova-teoria-explica-os-pontos-de-virada/ e b) https://www.tempoparacriar.com/cgi-sys/suspendedpage.cgi

(*_5): Questões gerais sobre narrativas e roteiros, com: http://www.atelierpaulista.com/?page_id=850  e Arte Poética em PDF, domínio público, em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cv000005.pdf

(*_6): Sobre questões da teoria do determinismo, em: https://querobolsa.com.br/enem/filosofia/determinismo

(*_7): Ler sobre Teoria da Humanidade Zero e As Redes Umbrais Sociais em: https://ekanxiiilc.blogspot.com/2022/04/teoria-da-humanidade-zero.html e também, em: https://ekanxiiilc.blogspot.com/2022/04/as-redes-umbrais-sociais.html

(*_8): Tudo em Teoria da Humanidade Zero e no blog Realismologia: https://realismologia.blogspot.com/

(*_9): Do livro e minha autoria: "Lutando como um Leão pra não morrer como um Veado", ver em: https://clubedeautores.com.br/livro/lutando-como-um-leao

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Links de títulos, termos e textos citados no segundo texto 



(1) Sobre o Método E-Kan -  https://realismologia.blogspot.com/p/contatos.html 


(2) Sobre o Livro Teoria da Humanidade Zero (aberto) - https://ekanxiiilc.blogspot.com/2022/04/teoria-da-humanidade-zero.html 


(3) Sobre âncoras e complexos limitadores: https://realismologia.blogspot.com/2022/03/re-humanizacao-contra-desumanizacao-da.html


(4) Sobre a 'retirada diária do lixo mental'_(4): https://realismologia.blogspot.com/2022/01/ja-tirou-o-lixo-hoje.html 


(5) In: Livro Miscelânea, aforismos, poesias, experiências e pensamentos, Emerson__E-Kan, 2022. https://realismologia.blogspot.com/2022/05/a-maturidade-dos-espiritos-livres-e.html 



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SOBRE O AUTOR VER NO LINK: https://linktr.ee/emersonXIIILC


14 livros publicados até o ano de 2022 - Lista de livros publicados:


- Os três pontos de virada na vida (Agosto, 2022)

- Sobrevivendo às merdas da vida, manual prático contra o suicídio. (Agosto, 2022)

- Miscelânea Insólita - Aforismos, poesias, experiências e pensamentos (2022)

- Andarilhos Errantes (2022)

- A.C.O: Ampliação da Capacidade de Observação (2022)

- Lutando como um Leão pra não morrer como um Veado (2022)

- Do WikiLeaks a Lava Jato: a corrupção que mata (2022)

- João Thomaz e Panda: duas crônicas insólitas (2021)

- Teoria da Humanidade Zero (2021)

- As Redes Umbrais Sociais (2021)

- Raul Seixas & A Filosofia. A Arte de Ser um Maluco Beleza (2019)

- Como os ricos corruptopatas e os políticos politicopatas roubam impunemente? (2019)

- Consciencialismo Realista (2019)

- Diabo mulher (2018)


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Editado em 09/08/2022 - 21:41 - Numa terça-feira chuvosa no Sul do Brasil. 

E-mail: emersonlcxiii1983@gmail.com 


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2º TEXTO BÔNUS

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SOBREVIVENDO 

ÀS MERDAS DA VIDA

Manual prático contra o Suicídio


Filosofia Supra Realista Prática

Índice

Capítulo 1: A Realidade Estatística Brutal

Capítulo 2 - Quem já não pensou em suicídio?

Capítulo 3 -  Abismos mais profundos que os nossos

Capítulo 4 -  Os Leões da Selva Humana

Capítulo 5 -  Stephen Hawking

Capítulo 6 - Goste ou não, Acredite ou não, a vida Continua, com ou sem você 

Capítulo 7 -  O X da Questão

Capítulo 8 - Falha gravíssima em todas as áreas do conhecimento humano

Capítulo 9 - O veneno das ilusões

Capítulo 10 -  Os que dão com os burros n´água

Capítulo 11 -  O problema do apego doentio às coisas materiais

Capítulo 12 - Como sair da sinuca de bico da vida, diante do Suicídio? Faxina geral via técnica (TD3P)

Capítulo 13: O desapego é fodástico, O Método e O Caminho para uma Vida melhorada

Capítulo 14 -  Após a auto-faxina geral mental, moral e espiritual a coisa bomba

Capítulo 15 - O Esclarecimento é o Super X da Questão, O Ponto Crucial, O Mega Segredo da Vida

Capítulo 16 -  Vai à luta 

Capítulo 17 - Uma pergunta pertinente

Texto Bônus: Lutando como um Leão pra não morrer como um Veado (na selva humana)


Prefácio

          A Filosofia Supra Realista é uma Filosofia severamente crítica, realista, de Reafirmação da Vida e que visa colaborar, para a Re-humanização da humanidade. Esse breve texto, em linguagem simples, direta, trata do Suicídio e as suas consequências Supra Realistas, em tese, Supernaturais.

Nosso 'textículo' ainda sugere meios práticos, sobretudo (3 passos simples) para sair da sinuca de bico, do bico do corvo e encontrar um Ponto de Virada na Vida. Isto é, sugere 3 passos para resgatar suas forças, sua essência, seu Poder pessoal, rumo a uma mudança de mentalidade, uma Faxina Geral Mental, Moral e Espiritual que enseja uma mudança de rotina em direção a um ponto de virada para a grande mudança de Vida, contribuindo, assim, para a Ressignificação da Vida e do Sentido da Vida, resultando, desta forma, à curto e médio prazo numa Revolução Realista Pessoal/Individual e, à longo prazo numa Revolução Realista Re-humanizadora Coletiva, em cada Cidade existente no Planeta Terra, na real, em cada canto do Planeta Terra. 

Capítulo 1: A Realidade Estatística Brutal

    Segundo a WorldMeters, todos os anos são registrados entre 800 mil a 1 milhão de suicídios em todo o Planeta. Fora o que não entra nas estatísticas, o que pode resultar num número muito maior de auto-extermínios.

Por que tantas pessoas se matam? O que leva uma pessoa a cometer suicídio? O Sociólogo Émile Durkheim atribuiu o suicídio, em grande parte, às imposições absurdas da sociedade, mas levou muito para o lado da religião, falando da diferença entre as imposições sociais de católicos, protestantes e judeus. Hoje sabemos que a maior causa dos suicídio não é por religião.

Certamente, a maioria da humanidade (99,999%) já pensou em suicídio. Mas, como vimos, quase 1 milhão de indivíduos cometem o suicídio por ano em todo o Planeta. Apesar do número bizarro, estatisticamente, é uma taxa pequeníssima se levar em conta os quase 8 bilhões de animais pensantes sobre a Terra. Pequeníssima, porém, brutal porque se trata de um problema, que à longo prazo, pode se tornar muito maior. 

Capítulo 2 - Quem já não pensou em suicídio?

Com efeito, quantos de nós, animais pensantes, já não pensou em dar cabo de si mesmo? Mente que diz que não? É provável que sim, mente. Eu mesmo, em minha juventude e em outros momentos da vida, já pensei em suicídio, muitas vezes. Por tristeza. Por depressão. Por idiotice e até por beber demais. E quem já não fez dessas? A juventude, em grande parte, é idiotice. E a velhice é menos idiotice, no caso de muitas, mas não tantas, pessoas.

O que sempre impediu o suicídio no meu caso? A falta de coragem? O medo da morte? O medo do Pós-morte? Ou forças maiores? Ou simplesmente o raciocínio racional? A lógica e a simplicidade na reflexão sobre a Vida e a Existência? Um pouco de tudo, mas talvez a reflexão do quanto isso é uma tremenda burrice. Afinal, você morre, se lasca e alguns vão dar 'graças à Deus!'. 

[...] "Acredite, esse Mundo cão como ele é, o Universo e todo o resto já estavam aqui antes de você e continuarão sem você. Umas das primeiras coisas que todo aquele que pretende viver de boas e superar esse Mundo cão, deve enfiar na cabeça, é isso: 'você é importante mas não é tão importante quanto acha que é, e não tem nada de mais nisso'. O fato, incontestável, é que se você morrer daqui a cinco minutos ou amanhã, o Universo, esse Mundo cão, a vida como ela é, a humanidade como ela é, as pessoas que você ama e as pessoas que você detesta, o Zé do bar, os agiotas, a política enojante e a corrupção, as guerras, as doenças, as injustiças, o abismo social, o crime, a violência, o fanatismo, o apego doentio às coisas, o materialismo mórbido, o consumismo burro, o vazio da alma, os problemas pessoais, individuais e coletivos, todas as desgraças, a idiotice e a desumanização, as alegrias e as tristezas, o teu cachorro e o teu gato, até as suas contas, vão continuar sem você" [...]. (Livro: Lutando como um Leão pra não morrer como um Veado, texto bônus abaixo).

Viver, sobretudo contra todas as possibilidades, contra tudo e contra todos, e principalmente, contra o mais foda de todos os inimigos, a nossa mente, é um ato de rebeldia! 'Um tijolo na vidraça!', um 'grito de louco', 'um foda-se!'. Só o fato de estarmos vivos, aguentando as pontas, mesmo com a nossa mente, exausta desse mundo cão e suas insanidades absurdas, nos sabotando em quase todos os momentos, seguimos, aos trancos e barrancos. E esse ato de rebeldia contra si mesmo, sua mente e o mundo cão, esse ato de Lutar como Leões para não morrermos com Veados até a velhice, sem querer agradar a ninguém, até o último sopro de nossas vidas miseráveis nessa selva humana, já é uma afronta aos que se acham os donos da Verdade e donos do Mundo e que fazem de tudo para nos ferrar e a toda a humanidade. Todos os espíritos livres e realistas tem o dever de incomodar e fazer os otários, os babacas que se acham os donos desse Mundo cão nos engolir, gostem eles ou não!

Capítulo 3 -  Abismos mais profundos que os nossos

Pense: há, infelizmente, muitas pessoas, bilhões de pessoas nesse mundo ridículo e injusto, em situação muito pior que a nossa, (não que isso seja algo bom, do tipo 'ufa', ainda bem que tem gente pior que eu),  mas o fato é que há pessoas em condições financeiras, materiais, psicológicas, intelectuais, mentais, morais, espirituais, enfim, em condições de Vida e de Existência, muitos piores que as nossas. Sempre haverá alguém num abismo muito mas profundo que o nosso. 

E muitas dessas pessoas, em situação muito pior que a nossa não ficam choramingando, lamentando, rogando à morte, agindo como veados na selva prontos para serem pegos e devorados, elas apenas seguem a vida, lutam como podem, aguentam firme como podem e esperam as coisas melhorarem e, muitas outras pessoas, lutam como podem, aguentam firme como podem e esperam dias melhores, mas já preparadas para o pior, cientes de que esse mundo é injusto e que há muita gente filha da puta fazendo peso sobre a Terra e, pior, que há muita gente filha da puta, que só faz peso sobre a Terra e que se dá bem na Vida, muito melhor que você. 

Capítulo 4 -  Os Leões da Selva Humana

Os que tem noção dessa realidade esmagadora  e humilhante, e que 'quase' não se deixam afetar e seguem firmes e fortes, ainda que aos trancos e barrancos, procurando algum criar um sentido próprio, procurando ressignificar a Vida, são os verdadeiros Leões na selva humana.

No entanto, porém, essas pessoas, Leões que sobrevivem a si mesmos, não se iludem mais, ou seja, elas apenas vivem, um passo de cada vez, um dia de cada vez e depois um mês de cada vez e, quando menos percebem, já viveram vários anos de cada vez. 

Sobrevivendo a si mesmas, lutando como Leões para não morrerem como Veados na Selva Humana, muitas pessoas em situação muito pior que nós, ao chegarem no fim da Estrada da vida intrafísica, orgulhosas de si mesmas, olham para trás, sorriem e dizem: ‘até que valeu a pena! Até que me saí bem! E seguem pela Luz na Escuridão, honrando a Luz da Vida, Celebrando a Vida, ainda que não tivessem tido muita sorte na loteria da vida intrafísica. 

Com efeito, mais uma vez, especialmente quando já superamos de fato tudo e não apenas na aparência, perguntamos a nós mesmos: por que diabos que eu iria cometer suicídio feito um bundão? Um chorão? Um ignorante? Um idiota? Por que a minha dor, a minha tristeza, a minha solidão, a minha depressão, a minha doença, a porra da minha vida, a merda da minha situação é pior que a dos outros? Será? ‘Ah, não tenho outra escolha’. Não é bem assim. Sempre temos outra escolha. 

Você pode sim escolher entre aguentar as pontas como gente muito melhor que você que passou por coisas horrivelmente muito piores na história humana ou se entregar para sua própria malemolência, para o seu bundamolismo. Ser um Veado ou um Leão na selva humana. Alguns escolhem ser ovelhinhas, gados ou burros encantados de politicopatas, corruptopatas, religiopatas e outros estelionatários e terroristas da existência. 'Cada um, cada um', diz o dito popular.

Seja como for, em resumo, o espírito forte, livre, realista, o espírito das letras, especialmente, segue, caindo e levantando, mas chutando o balde, mostrando o dedo do meio para o Mundo cão, porque sabe que há pessoas em situações terrivelmente piores que ele. Segue em frente, mesmo aos trancos e barrancos, porque sabe que diante da Imensidão Cósmica Interestelar, da Incomensurabilidade da Vida e da Inefabilidade da Existência ainda somos meras partículas de poeira cósmica pensantes, no máximo animais pensantes e, sobretudo, segue em frente, mesmo aos trancos e barrancos, porque sabe que já teve figuras da história humana que passaram o diabo a quatro, situações terrivelmente muito piores e mesmo assim, não 'afrouxaram'. Basta ver os exemplos de indivíduos como Sócrates, Diógenes Laércio, João Batista, Sêneca, Jesus Cristo, César, Joana D´Arc, Giordano Bruno, Galileu Galilei, Stephen Hawking e muitos outros. Ao final de suas vidas intrafísicas, mesmo sob tremendas dificuldades, eles passaram 'dessa para outra' com altivez de espírito, não dando o gostinho de nenhum pingo de vitória aos FDP que se acham donos desse Mundo cão e que, de alguma maneira, acharam que tiveram um 'grande lucro' os ferrando.

Então, como espíritos livres, realistas, de letras, devemos nos indagar continuamente, especialmente, toda vez que pensamentos ruins, bizaros, macabros, tenebrosos, pensamentos de suicídio e coisas do tipo vierem à cabeça: porque diabos estou pensando em tais coisas? Num levante, pega tais pensamentos ruins e joga para longe. Ao mesmo tempo, nos perguntemos: quem sou eu para ficar choramingando e lamentando se tenho condições para chutar o balde, meter o pé na tristeza, na deprê, e aguentar firme de maneira muito mais eficaz que outras pessoas em situações terrivelmente piores que as minhas? Essa é a reflexão realista. Por mais terrível que seja a situação mental, moral e espiritual do momento, digo isso por experiência própria, todos podemos chutar o balde e mandar os pensamentos ruins para PQP! Basta querer. Exemplo pessoal, certa vez estava puto e ao mesmo tempo horrivelmente deprê, profundamente triste com várias coisas da vida, principalmente, comigo mesmo. Fui ao quintal fumar um cigarro, fumei, olhei para o Céu, chutei os pensamentos ruins tanto quanto podia para longe, e quando os pensamentos ruins estavam quase voltando, resolvi brincar com os cachorros. Não pensei em mais nada. Aqueles poucos minutos com os Dog, pareceram horas e quando menos percebi, me sentia melhor. E por vários dias fiz isso, ir até o quintal, fumar, olhar as estrelas, pensar na vida, chutar pensamentos ruins até que em dado momento, já não ia mais lá para ter pensamentos ruins, mas para pensar em soluções práticas para alguns dos problemas e para me distrair com os Dog, cuja energia restauradora dessas santas esponjas peludas de quatro patas, nos limpam de todo o tipo de energia ruim e nos ajudam sobremaneira a faxinar a nossa mente, por mais suja que ela esteja.

Capítulo 5 -  Stephen Hawking

Certo dia vendo o noticiário, observo que uma mulher na Colômbia com a Síndrome ELA (Esclerose Lateral Amiotrófica) que é uma doença terrível, degenerativa e sem cura (até o ano de 2022), a mesma doença que Stephen Hawking teve. A mulher queria por que queria morrer por 'Eutanásia assistida', numa clínica. E essa mulher brigou na justiça para ter seu direito a Eutanásia Assistida, alegando que a vida para ela, já se tornara dolorosamente insuportável. Entre tantas idas e vindas, em meio à diversas ações judiciais, a mulher conseguiu o queria e foi feito a sua Eutanásia aos 51 anos de idade. Detalhe, ela antecipou o processo, já que ainda estava em condições, relativamente boas de saúde, ou seja, em boas condições de andar, caminhar e realizar diversas atividades por alguns anos. Mas, com medo de ficar paralisada, ela antecipou a coisa toda, procurou a justiça e conseguiu o queria, abrindo mão de alguns anos que ainda tinha com a saúde ainda relativamente boa. Alguns a apoiaram, outros a criticaram nas redes umbrais sociais. 

O que, nós como espíritos livres, realistas e de letras teríamos a dizer sobre isso? O livre arbítrio sempre deverá ser respeitado. Quer se matar? Se mate. Quer se matar por Eutanásia? Se mate. Mas saiba que isso não vai mudar absolutamente nada no mundo e no Universo, porque por mais importante que você for enquanto ser pensante, ser espiritual em revolução e evolução, você não é tão importante quanto acha que é. Ou seja, suas dores, tristezas e alegrias são insignificantes diante da Imensidão Cósmica, da Incomensurabilidade da vida e da inefabilidade da Existência. "Ah, mas é meu direito, minha vida e ninguém tem porra nenhuma com isso!", dirão os defensores do Suicídio. Ok, meus caríssimos animais pensantes! Fiquem à vontade. Repito: Livre Arbítrio. Contudo, tudo tem consequências. 

Agora vejamos, Stephen Hawking, um dos maiores cientistas da humanidade depois de Einstein, talvez até mais importante que Einstein, teve a mesma doença que a mulher supra citada, ELA (Esclerose Lateral Amiotrófica) aos 21 anos de idade, e no entanto, Lutando com um Leão, confrontou a doença e todos os gravíssimos problemas que ela trouxe, incluindo a sua incapacidade motora ainda muito cedo, quase que total. Hawking morreu aos 76 anos de idade, deixando um mega exemplo de dignidade humana e espiritual, sobretudo, uma incomensurável contribuição para a humanidade através de sua Ciência, a física teórica, notadamente os estudos sobre os buracos negros. Hawking, vale ressaltar, mesmo com ELA (Esclerose Lateral Amiotrófica), foi casado duas vezes e teve três filhos. Ou seja, mesmo podendo desistir e tendo motivos para entregar os pontos, pedir uma Eutanásia Assistida, ou cometer Suicídio por qualquer outro meio, ele não desistiu, ele aguentou firme. Ou seja, Hawking foi um Leão, de fato! Um orgulho para todos os espíritos livres e realistas, para todos os espíritos de letras e para a humanidade pensante! É claro que muitos com a mesma doença de Hawking, muitas vezes sem apoio familiar, sem meios, sem qualquer paliativo, e principalmente, sem objetivos, não suportaram o peso e desistiram. Contudo, há muitos outros como Hawking, com a mesma doença, talvez em situação pior, que não entregaram os pontos. Isso, também é Livre Arbítrio.

Dessa maneira, com base no Livre Arbítrio, você pode se dar o direito de cometer suicídio, sim. Mas, você sabe, eu sei e todos sabemos, que na real, você pode se dar o direito, mas você não tem esse direito. Sobretudo, não enquanto existir pessoas em situação muito piores que as suas e que aguentam firme, apesar de todos os pesares.

Pela tese do Consciencialismo Realista (procurar sobre isso no Blog Realismologia) e pela Conscienciologia, podemos dizer, imaginar e até ter uma certeza pessoal de que a vida continua do outro lado, nesse mundo mesmo, a Terra, e em outros mundos e dimensões possíveis. E se a vida continua, como é o que parece ser  o caso, ela continua com todos os mesmos problemas, complexos, dores, tristezas e obstáculos a serem superados, ou seja, do outro lado, segundo o Consciencialismo Realista e a Conscienciologia, as coisas não mudam muito do que ocorria desse lado, quer dizer, não acontece um salto, 'um milagre' ao ponto de nos livrarmos de nossos problemas ainda não confrontados e não resolvidos. Não tem como pular de fase, amiguinho! 

Capítulo 6 - Goste ou não, Acredite ou não, a vida Continua, com ou sem você 

É isso mesmo que você leu: os problemas que te levam ao suicídio vão continuar, em tese, existindo junto com você, desse lado para quem fica para cuidar de teus B.O, das tuas responsabilidades que você negligenciou e, do outro lado, os problemas também continuam, só que piorados. Todos sabem, o teu suicídio afetará uma série de pessoas, direta e indiretamente, que ficarão desse lado, algumas a resolver suas pendências, como dito antes, mas também terá repercussão, em tese, do outro lado. Contudo, porém, tenha certeza absoluta de uma coisa: goste ou não, acredite ou não, a vida continua com ou sem você e não existe nenhuma maneira de fugir da vida. 'Resistir à Vida é inútil'. 

Capítulo 7 -  O X da Questão

Diante desse fato, de que não existe escapatória para a Vida, só nos resta a todos encarar a Vida, com todos os problemas, insatisfações, decepções, fodeções e tudo mais. Isto não significa que devemos aceitar tudo pacificamente, como cordeirinhos, não! Como espíritos livres e realistas, nós aceitamos a vida, a abraçamos, com todos os seus problemas e fodeções. Lutando como Leões para não morrermos como Veados na selva humana, seguimos em frente, aos trancos e barrancos, mas não dizemos amém para tudo não! Isso mesmo que você leu, não é porque seguimos em frente que perdemos a capacidade de nos revoltar, nos indignar e denunciar as injustiças do mundo cão! Contudo, porém, fazemos isso de maneria a não perder o sono mais, ou seja, sem se preocupar em demasia! Capiti? 

Eu sei que parece impossível, mas é perfeitamente possível 'não ligar mais para os problemas' tanto quanto você ligava antes de ler esses letras. Ora, se é possível que um ser humano se afunde na própria mente, nas próprias energias negativas e auto-destrutivas, esquentando a cabeça, se permitindo perder nos abismos da depressão, da tristeza, da melancolia, da desesperança e da desolação, do mesmo modo, também é perfeitamente possível o contrário, ou seja, a auto-libertação, a auto-faxina geral, a reversão de todo o quadro maligno! 

E é justamente esse 'O X da questão!'. Muitas pessoas se matam porque se preocupam demais e porque levam tudo a ferro e fogo. Pessoalmente, posso dizer, já fiz muito disso, esquentar a cabeça mais do que um chaleira ou uma panela de pressão, perder noites de sono, ficar péssimo de saúde, sem inspiração para nada. Mas, após vários anos sendo cobaia de mim mesmo, posso dizer tranquilamente que superei essa merda toda e parei de esquentar a 'pinha'. Isso não significa que virei um desleixado, um maluco sem nenhuma preocupação, não mesmo! É claro que, de vez em quando, ainda me preocupo com algumas coisas, mas não como antes, a ponto de perder o sono. Hoje em dia, de fato, me preocupo com as coisas do cotidiano, do trabalho, da vida até certo horário, depois de tal horário, geralmente, após as 18 horas, mesmo estando trabalhando, tiro folga de todos os problemas e os deixo para amanhã ou outro dia, quando então retomo a análise daquilo e como resolver a coisa toda. É claro que os problemas incontornáveis, urgentíssimos e que precisam ser resolvidos, como levar o cachorro que está passando mal ao Veterinário, nos forçam a abrir uma exceção. Mas, é somente nesses casos excepcionalíssimos que abro uma exceção em minha mente, coração e alma.  É isso mesmo que você leu, o X da Questão é não esquentar a cabeça, mesmo. Além disso, o mais importante, o Y da Questão: não esquentar a cabeça demais, sobretudo, aprender sobre as suas energias, aprender a controlar as suas energias, pelo menos, e, além de tudo isso, aprender a manipular as energias que o circundam e o bombardeiam dia e noite e usá-las a seu favor. Por exemplo, transformar a energia da raiva, da revolta, da indignação em combustível para ir além, como diz o povo, jocosamente, 'na força do ódio' :) . Obviamente, não estou dizendo aqui para você sentir ódio e raiva toda hora a fim de usar tais energias transformadas em combustível em seu favor. Creio que não precise desenhar para lhes fazer entender, não é? :) .

8 - Falha gravíssima em todas as áreas do conhecimento humano

Há uma falha gravíssima em todas as áreas do conhecimento humano quanto ao estudo sobre a humanidade e seus problemas mentais, morais e espirituais. Muito se estuda e muito é falado sobre as coisas da humanidade, do homem, da mulher, do indivíduo, da pessoa, do espírito, mas quase nada sobre o interior do Ser em si, que diga-se de passagem, é um Universo pouco explorado até pela própria pessoa, pelo Ser em si. 

Um dos maiores problemas, talvez o mais grave, é o apego doentio às coisas materiais como forma de realização e de felicidade. Esse problema, embora pareça da superfície e não do interior, está fincado na falsa percepção de Existir, de Ser, e que busca preencher o saco sem fundo do vazio da alma com coisas materiais, Ter, Poder, Dinheiro, Status etc. E é esse problema que leva muitas pessoas pessoas a cometerem suicídio, homicídio e uma série de crimes e de coisas horríveis, achando que vale tudo para obter Coisas e que essas Coisas irão torná-lo feliz de fato, realizado de fato e preencher o vazio que nunca se preenche, sacia a fome de mais e mais que nunca se sacia.

"O ser humano gasta uma vida inteira tentando se realizar com coisas, dinheiro, poder, prazer e no final vê que a vida não se realiza senão em si mesma e que tudo estava óbvio, dentro de si mesmo". (Trabalho Cerebral, E-Kan, 2022).

De fato, a maioria das pessoas que cometem suicídio se viram depressivamente frustradas diante de falharem na insana busca para conseguir coisas, possuir coisas, ter coisas. Muitas pessoas, de fato, fazem o diabo para conseguir dinheiro, poder, coisas e não as conseguindo, como gostariam, se frustram, ficam depressivas, se sentem derrotadas e então, ‘pá puf!’, puxam a tomada e se matam.

Mas, antes de se matarem, muitas pessoas fazem as piores merdas possíveis e cometem atrocidades, barbaridades, na total ignorância, achando que poderão escapar das consequências de seus atos, simplesmente metendo uma bala na cabeça, tendo uma overdose, se enforcando, se afogando, pulando de um prédio ou na frente de um trem. Não irão. Sobretudo, se for verdade que ninguém escapa das leis Kármicas, ou chame-as do que quiser. O fato é que, independente do que se acredite ou deixe de acreditar, goste ou não, tudo tem consequências e não se trata de 'crime e castigo', embora isso soe assim, mas de consequências, 'fez a cama e deita nela', aqui, nesse mundo, do outro lado, no além, se existir além de fato, e todo e qualquer mundo possível. Sempre haverão consequências. 

Obviamente, nem tudo depende de nós e das nossas escolhas. Mas tudo o que depende de nós e das nossas escolhas, têm consequências nesse mundo mesmo, e, conforme o Consciencialismo Realista, a Conscienciologia, em tese, também do outro lado, no período intermissivo na próxima ressoma, na próxima vida.  

“Há sempre tempo para tudo. Mas, o tempo não para, o tempo urge!”

9 - O veneno das ilusões

Pior do que os que se suicidam são os que já estão mortos em vida, iludidos, ‘vivendo uma vida fake’, sendo aquilo que não são, nunca foram e nunca serão. Muitos são aquilo que não são, só para agradar a outros, para conseguir aprovação e também coisas, dinheiro, poder, status. ‘Coisas, sempre as coisas’.

Muitas pessoas fracas de espírito, de fato, desiludidas, tremendamente ignorantes, e, principalmente, as que parecem fortes, isto é, as que fingem ser fortes, mas que são fracas e mais vazias que uma bola murcha, em face do apego doentio à coisas materiais como forma de realização e de felicidade, por pura preguiça de pensar, refletir, observar, estudar, se informar, pesquisar, enfim, por puro relaxo mental, espiritual, humano, decidem, intimamente, que precisam de venenos, mentiras e ilusões para suportarem a barra de suas vidas inúteis e miseráveis.

Só que tudo tem limite.

E quando se chega ao limite, tudo explode e todas as certezas baseadas em ilusões e balélas existenciais, que foram compradas a preço de ouro dos estelionatários da Existência, vão pelos ares!

E então, tudo o que resta são incertezas, medos, complexos, ansiedade, neuroses de todos os tipos e tamanhos, demônios e fantasmas do passado, do presente e do futuro! Ou seja, tudo o que resta é uma grande represa de merdas existenciais, prestes a desabar ladeira abaixo.

COMO SAIR DISSO, DESSA SINUCA DE BICO EXISTENCIAL? Muitos, de livre e espontânea vontade, transformam suas vidas, que já são uma verdadeira merda, (em busca de coisas que não lhes agrega nada) em uma mega latrina, em algo pior, sem sentido algum, se entregando a vícios de todos os tipos, ante o fracasso de não conseguir ‘as coisas’, a grana, o carro, o poder, o status, enfim.

Mas uma grande maioria, talvez a maioria dos 8 bilhões de animais pensantes da Terra, fazem pior, isto é, se entregam a religiopatas, psicopatas e sociopatas que se autodeclaram representantes diretos de Deus na Terra, a enganadores, charlatões e, ainda, em muitos casos, se entregam totalmente, de ponta cabeça e dedicam o que resta de suas vidas miseráveis e inúteis a causas bizarras, com devoção total a tiranos, populistas, genocidas, ladrões viciados em roubar dinheiro do povo, os politicopatas e corruptopatas, esses seres diabólicos e descarados, em grande parte, co-responsáveis por todas as merdas e pela vida de merda que leva uma população de um País e o povo no Mundo todo. E olha que muitos que se entregam a tais canalhas são letrados, informados, formados, alguns tem até mestrado, doutorado, PhD e o diabo a quatro, mas no entanto, são uns imbecis na vida prática. No fim, esses tipos, são as 'ovelhas suicidas' da selva humana, os que não tiveram coragem de se matar e se entregaram aos politicopatas, corruptopatas, religiopatas e outros tipos maníacos do mundo, para serem devorados lentamente. 

Com isso, os que se entregam dessa forma, vil, covarde e tragicômica, além de transformarem suas vidas numa merda total, além de encherem o saco de outras pessoas em nome de politicopatas e corruptopatas ladrões e genocidas, transformam a vida de outras pessoas também numa grande merda.

OS SUICIDAS SABICHÕES E MALEMOLENTES

Contudo, outras pessoas, porém, "mais audaciosas e corajosas", se suicidam. Puxam a tomada, vazam com as tralhas, abraçam o Jacaré, batem as botas de livre e espontânea ignorância.

Pera lá, você disse "audaciosas e corajosas?'. Que porra é essa? Como assim? Lá em cima você diz: ‘você pode se dar o direito mas não tem o direito de cometer suicídio’. E agora vem com essa dizendo que quem comete suicídio é corajoso e audacioso?

Isso mesmo, seu animal, o suicídio requer, dentro do nível de covardes, muita coragem e planejamento. Isto é, os covardes mais covardes nunca se suicidam, preferem virar quengas, prostitutas, massa de manobra de religiopatas, politicopatas e corruptopatas ladrões e genocidas. Já os covardes mais corajosos se matam, mesmo. 

Obviamente, como já disse de diversas maneiras aqui e em outros textos, o suicídio, embora esteja dentro da 'Lei Cósmica do Livre Arbítrio', é uma incomensurável burrice. Quem aguenta firme, apesar de pesares, apesar da vida nesse Mundo cão ser foda, ser um umbral, um inferno injusto, insano, ser dolorosa, uma merda total na maioria da vezes, mas não se suicida e não se entrega à ditadura dos imbecis e dos idiotas, dos puxa sacos fanáticos de psicopatas/sociopatas (politicopatas/corruptopatas/religiopatas e outros tipos), não é só corajoso, audacioso, é supremamente Inteligente. 

Inteligente, porque, de alguma maneira, sabe que a Vida não se resume e não se limita apenas ao amontoado biológico, e na pior hipótese mais materialista possível, sabe muito bem que a evolução que levou bilhões de anos para desenvolver o dito cujo Cérebro, não o desenvolveu apenas para bonito ou para imaginar coisas durante a masturbação, mas para aguentar firme, sair da merda, ou resistir à ela e dar continuidade. Dar continuidade, mesmo sabendo que o fim intrafísico é inevitável. Dar continuidade a vida, seja pelo legado intangível das ideias ou pelo legado tangível da sucessão genética hereditária. Os espíritos que resistem ao suicídio, sabem, de alguma forma, que a coisa toda continua. 

Capítulo 10 -  Os que dão com os burros n´água

OS BURROS DA EXISTÊNCIA DÃO COM OS BURROS N´ÁGUA, QUASE SEMPRE. Esses burros da existência acham, do alto de seu negacionismo da vida, portanto, do alto de sua idiotia e crentelhice pessoal, que todas as agruras, os sofrimentos e toda a merda que fizeram de suas vidas toscas, simplesmente irá desaparecer no nada absoluto, sem dor, sem nenhum problema, sem nenhuma reparação a ser feita, sem nenhuma consequência.

ERRADO! ESTÃO REDONDAMENTE ENGANADOS! Do ponto de vista do Consciencialismo Realista, da Conscienciologia, do Espiritualismo, da Espiritologia, da Filosofia Socrática e, de certa forma, da física quântica, em tese, e uma tese muito verossímil, a Vida continua num outro nível, "quântico", digamos, mas não muda muito do que é aqui no plano físico. Ou seja, as merdas e, principalmente, as consequências das merdas (assim como as coisas boas e as coisas meia boca), continuam conosco no outro plano, no plano quântico.

Vish! Então quer dizer que não tem como fugir das merdas se matando? Não! Não tem escapatória da Vida! Não há meios de fugir e não há outro caminho senão enfrentar a Vida, a coisa toda, sem culpas, sem máscaras, sem auto-condenação, sem auto-vitimismo, sem âncoras de complexos limitadores, passo a passo, um passo de cada vez, um momento de cada vez. Mas antes, obviamente, é preciso uma verdadeira Faxina Geral, Mental, Moral e Espiritual.

Dirão alguns: "ah, mas isso é uma grande besteira. A pessoa já está na bosta, desanimada e desiludida com tudo, muitas vezes doente, no pau da viola, fraca em todos os sentidos, sem vontade pra nada, sem apoio de ninguém e levando cacete de todo lado, como é que vai ter forças para resistir, como vai escapar disso?"

Respondo: é verdade, é foda, é difícil. O Sociólogo Émile Durkheim, sobre o Suicídio, dizia que 'na maioria das vezes, o indivíduo portador da "ideia do suicídio" quase sempre não sobrevive'. 

Contudo, só que é óbvio e ululante que todo o animal pensante, todo espírito em revolução e evolução, por mais fodido que esteja, por mais perdido que esteja, no fundo no fundo, quer algo melhor, quer estar numa situação melhor, principalmente, ‘quer viver’. 

Portanto, o suicídio, na maioria das vezes, é a última solução encontrada pelo indivíduo. Só que, como já dito, em tese, a morte intrafísica não e o fim e os que cometem o suicídio achando que vão escapar das cagadas da vida, das merdas da vida, acabarão, por isso, dando com os burros n´água.

'Todo suicida acredita na vida depois da morte’, diz uma canção do Engenheiros  Hawaii. Ou seja, no fundo, todo suicida quer viver, mas quer acabar com os problemas e acha, mirabolantemente, que se matando, todos os problemas acabarão.

Capítulo 11 -  O problema do apego doentio às coisas materiais

De fato, muitos dos suicidas querem estar numa situação e numa posição melhores. Muitos querem apenas estar em paz (como se isso fosse possível de fato num mundo Cão como esse), e outros querem estar de boas, com Poder, dinheiro, status, com tudo do bom e do melhor, curtindo a vida. 

Diante da falência mental, moral, espiritual, financeira, social, se auto-declaram vencidos, cansados e então, puf! Se matam. Contudo, todos querem estar melhores e vivendo numa boa. Há até uma história que contam no interior sobre o Zé do Bar. O Zé do Bar se matou de desgosto, tomou um monte de remédios e aparentemente bateu as botas. Na hora que estavam levando o caixão para a sepultura, a namorada do Zé cochichando para a amiga, disse: ‘coitado do Zé, estava triste e fez essa bobagem sem saber que ganhou na loteria. Deixou o bilhete no bolso da calça. Eu o achei, fui conferir só por curiosidade e não é que estava premiado?’. Nisso, o Zé começou a se debater no caixão, todos se assustaram, largaram o caixão e saíram correndo. Zé saiu dando pulos de alegria ao saber que ganhou na loteria”. 

Ou seja, de fato, as pessoas querem viver, mesmo na pior situação. Só que acham muito difícil resistir ao materialismo, ao apego doentio às coisas. Se você for desapegado de fato, consciente de que a vida continua, com todos os desafios que há, você ficará bem, independente da sua situação, nesse mundo, até mesmo na pior miséria material. Observe-se: desapegado e não acomodado. Desapego, no sentido de não ter a necessidade insana de Ter coisas, Dinheiro, Poder, Status, a qualquer custo etc. Mas não acomodado, no sentido de dizer amém para a sua situação, bem como, dizer amém para tudo e se simplesmente se acomodar e se calar. Resumindo: ser desapegado não significa ser acomodado.

Um grande exemplo disso era o Sábio Filósofo Diógenes Laércio, de Sinope, também chamado O Cão. Outro é Francisco de Assis, que abdicou de sua riqueza, sua herança e viveu conforme sua fé, sua crença, passando grandes dificuldades e necessidades, mas ficou bem, tendo inclusive a felicidade de ter aves cantarolando no telhado logo após o seu desencarne, amigo dos animais que era, o velho Chico. Einstein e Stephen Hawking, também aprenderam a viver com suas limitações e problemas. E não se mataram por causa das vicissitudes da vida. E tantos outros na história da humanidade que passaram coisas muitos piores e que aguentaram as pontas da melhor forma de puderam.

O problema, meus caros animais pensantes, portanto, é o apego doentio às coisas materiais e as ilusões nas quais muitos de nós, "encarnados e desencarnados", digamos assim, fundamentamos as nossas vidas.

Sem o apego, sem essas ilusões, poderíamos ser felizes e auto-realizados de fato? Quem saberá? Eu digo que sim, certamente. Mas, outros dirão que não, que tudo isso é bobagem, que as ilusões são importantes para suportar as merdas da vida nesse mundo insano e tragicômico e que não tem como não ser apegado às coisas etc, etc etc. Pois, vos digo: não confundam o apego doentio às coisas materiais, com o apego às coisas materiais. E tem diferença? Óbvio que tem. O apego doentio é por as coisas materiais, Ter, Poder, Dinheiro e tudo mais acima da Vida, inconsequentemente. O apego às coisas materiais, natural, no sentido de valorizar o que foi conseguido com o suor do próprio trabalho, faz parte das pequenas grandes coisas da vida e todos os 8 bilhões de animais pensantes, são de certa forma, apegados 'naturalmente' às coisas desse mundo e às coisas conquistas nas lutas da vida, livros, casa, profissão, etc.

CONTUDO, PORÉM, É FATO QUE TODOS, SEM EXCEÇÕES, (INCLUINDO OS SUICIDAS) QUEREM ALGO MAIS DA VIDA. ENTRETANTO, POUCOS ESTÃO DISPOSTOS A DESAPEGAR DAS ILUSÕES, DA VIDA TOSCA QUE LEVAM, DAS MERDAS, DA BUSCA POR COISAS QUE NADA LHES AGREGAM, DOS VENENOS, DOS VÍCIOS (TANGÍVEIS E INTANGÍVEIS), DAS CRENÇAS E DOS RELIGIOPATAS, DAS IDEOLOGIAS E DO POLITICOPATAS/CORRUPTOPATAS, ETC ETC ETC. Em tempo, querer algo a mais não é errado, mas fazer de tudo, de maneira principalmente doentia, insana, apegada para obter algo a mais é extremamente errado e quase sempre resulta em uma série de problemas que viram uma bola de neve descendo a ladeira e que causam grandes estragos no final. 

Ocorre, que cedo ou tarde, nessa vida intrafísica, em tese, no período intermissivo no além, ou na próxima vida, ou no raio que os partam, todos temos de começar a trabalhar e focar energias para Evoluir de verdade. Evoluir para muito além das coisas do mundo, desapegados de fato. 

Ou seja, se matar por 'coisas' ou 'frustrações', não resolverá nadica de nada, porque, podemos presumir, pelo Consciencialismo Realista e pela Conscienciologia, em tese, que de fato, a vida continua, com ou sem choro, acreditando ou não, gostando ou não. 

A vida continua. Essa é a maior certeza que há. Agora, obviamente, como é exatamente a parada do ‘outro lado’, no 'mundo quântico', sobretudo, como será a pegada lá do outro lado no além, aí são outros quinhentos. Para cada um, a coisa será diferente, porque, obviamente, depende do grau de evolução, sobretudo, do grau de compreensão da Vida e Existência que cada um atingiu. O crente, o católico etc verá um céu ou um inferno. O espírita verá 'Nosso Lar' ou Umbral, e os espíritos livres e realistas, procuraram entender o que se passa e, tateando aquela realidade, buscarão a compreensão total daquele mundo e da situação num todo.

Por isso, esqueça tudo o que você aprendeu e acreditou sobre a vida e a existência, até aqui. Você acha que a Existência é só passeio, curtição, distração, ou só tragédia, fodeção, vai e volta? 

Pois saiba que quem acha que a vida é mero vai e vem de encarnações, "sucessos e fracassos", tédios, coisas meia boca e reencarnações, está muito enganado. A parada é muito maior, muito mais complexa, meu caro animal pensante.

Só para ilustrar: [....] HÁ UMA INFINIDADE DE CIVILIZAÇÕES TRANS-INTRA-EXTRAFÍSICAS e uma infinidade de Seres, Espíritos, Consciências Extrafísicas multi-plurais, cosmo-culturais, cosmo-plurais evoluídas ou em evolução.  Para quem não sabe ou sequer consegue imaginar, também há, além de Amparadores, Serenões e outros Espíritos Evoluídos que 'atuam' na Terra,  'Conciex Viajantes Siderais, observadores, nômades, 'mochileiros', cientistas, estudiosos e pesquisadores de outras Galáxias, de outros sistemas solares e até mesmo de outros Universos que eventualmente passam por aqui'. [...] [...] Afinal, há Vida INCOMENSURÁVEL por toda a parte na INEFABILIDADE da Existência que abrange miríades de miríades de miríades de sistemas solares, mutli-versos, universos, dimensões e mundos do COSMOS. E você achando que tudo se resume apenas à breve e ainda recente historinha humana sobre a Terra!? Que coisa não? [...] (In___Artigo: A verdade realista sobre Allan Kardec, espiritismo, JC e muito mais, Blog Médium-Unidade e Blog Realismologia).

Capítulo 12 - Como sair da sinuca de bico da vida, diante do Suicídio? Faxina Geral via técnica (TD3P)

MAS, ENFIM, COMO SAIR DA MERDA, DA SINUCA DE BICO? FAXINA GERAL MENTAL  MORAL E ESPIRITUAL PELA TÉCNICA (TD3P), OU SIMPLESMENTE, A TÉCNICA DOS 3 PASSOS:

1º passo: o primeiro passo é cair na real, te mancar, ou seja, compreender a situação (reconhecer que há pessoas em situação muito pior que a tua e que seguem em frente), baixar a bola, e, principalmente, decidir melhorar para você mesmo e diante de você mesmo, antes dos outros, antes de qualquer coisa. Para ser ajudado por outras pessoas, pelo Cosmos, pela vida, PARA ATRAIR ENERGIAS, COISAS E PESSOAS MELHORES, primeiro você precisa se ajudar. E cair na real, parar de se iludir com idealismos inúteis ou crentelhices, parar de se achar a última bolacha do pacote, importantão além da conta, é o primeiro passo prático. Lembre-se que diante da Imensidão Cósmica Interestelar, da Incomensurabilidade da Vida e da Inefabilidade da Existência ainda somos meras partículas de poeira cósmica pensantes, no máximo, meros animais pensantes-filosofantes.

2º passo: tanto quanto for possível, parar de mentir para si mesmo e para os outros, nas pequenas e nas maiores coisas. A 'mentirinha' que eventualmente você acha uma simples 'besteirinha' pode virar um 'besteirão' que causa danos gigantescos. Parar de dar ouvidos e de dar trela para as mentiras e os papos moles dos outros. Sobretudo, parar de proliferar mentiras e alimentar mentiras, e, principalmente, começar a cortar os mentirosos, os Pinóquios, os estelionatários da vida que perambulam pela sua estrada da vida. É evidente que enquanto existir vida humana na Terra, existirá mentiras, grandes, pequenas e até mesmo mentiras sinceras. Todos nós, animais falantes, pensantes e filosofantes, vez ou outra vamos mentir, por bem, por mal, por qualquer motivo, mas que a mentira de modo geral não vire um hábito diário, sobretudo, um modo de vida, onde se mente a todo o momento. Capiti? A maioria dos 8 bilhões dos animais pensantes sobre a Terra começam com 'pequenas ' diárias, depois foram para 'pequenas mentirinhas a toda hora', depois a 'pequenas mentirinhas' a todo o momento e de repente, viraram grandes mentiras ambulantes, usinas produtoras de mentiras cavalares e absurdas, como os que propagam fake news em nome de politicopatas, corruptopatas, religiopatas e outros estelionatários da Vida. Por isso, recomendamos aqui: corte o mal pela raiz, não deixe que 'pequenas mentirinhas' se tornem um hábito que te levará a uma vida Fake, nociva e perversa, como vemos em relação a muitos indivíduos na vida real e na vida virtual nas redes umbrais sociais, pessoas que se tornaram grandes mentiras ambulantes.

3º passo: também, é de suma importância, procurar se livrar de tudo aquilo que não 'inflói e nem contribói' para a sua vida, ou seja, que não fede e nem cheira. É preciso fazer uma faxina geral, antes na sua casa, no seu quarto, NO SEU HABITAT, e aí na sua mente, na sua vida tosca, se afastando de todos os que não lhe fazem bem, que não prestam para sua vida, que não te agregam nada de bom. 'Joga fora no lixo! Mas, antes analise bem o que você está jogando para não jogar tudo tudo, no lixo, ok?'. OBS: obviamente, qualquer um já deve saber, que nada disso funciona sem A DECISÃO DE FAZER DIFERENTE, sem FAXINA GERAL MENTAL, MORAL E ESPIRITUAL, sem auto-disciplina, sem auto-comprometimento e, principalmente, sem auto-condenação. É você e só você que resolverá suas tretas, seus B.O, especialmente, os psicológicos, mentais, morais, éticos, espirituais e mais ninguém.

Não se iluda! Não é o padre popular nas redes sociais com sua ladainha barata, não é o pastor explorador de menores e amigo de politicopatas com sua teologia de R$ 1.000 por grão de feijão que curaria a COVID-19, não é JC, 'Chessus', Buda, Alá, Maomé, Espíritos Superiores, nem esse texto aqui, nem o raio que o parta que fará a Faxina Geral mental, moral e espiritual por você, é só você e mais ninguém, capiti? 

Então, levanta a sua bela bunda dessa sarjeta existencial e vai lá mudar alguma coisa e fazer alguma coisa de bom e útil nessa sua vida tosca. Há sempre tempo para tudo, mas o tempo urge, ok?

CHUTAR O BALDE É SEMPRE UM BOM COMEÇO

O ideal, para começar pra valer, é chegar e dar 'um contra' em tudo e todos que não lhes agregam nada como num belo chute no balde, porque aí não se corre o risco de recaídas e de voltar atrás. 

Mas, também, é possível ir se desvencilhando aos poucos. Se a intenção é firme, forte e séria, ainda que tropece, seguirá em frente. Cada um no seu ritmo.

MUDAR A PORRA DA ROTINA

Além de faxinar a própria casa, o quarto, o quintal, o lugar onde habita, faxinar a mente é fundamental. Aliar os 3 passos acima, com estudos, leituras, com a busca por mais conhecimento, com o cancelamento de velhas informações, crenças, baboseiras psicológicas, espirituais, mentais, anulando assim, gradativamente (SEM QUERER DAR O PASSO MAIOR QUE A PERNA), velhos hábitos, vícios, manias, estabelecendo uma nova rotina, com novas atividades, é essencial.

Umas boas caminhadas diárias, exercícios físicos, assistir filmes ou séries que lhe agreguem algo, que lhe inspire, fazer viagens ou, (QUANDO JÁ SE SENTIR MAIS FIRME), adotar um gato ou um cachorro, ou o que quiser, fazer um trabalho voluntário, construir novas amizades, mais adequadas a 'esse novo mundo que você está construindo', TUDO ISSO, ajuda a despoluir a sua vida e contribui e muito para a elevação do nível intelectual, espiritual, mental, humano.

Pode ter certeza de uma coisa, quando você atingir um novo nível, despoluído, mais alto, melhor, mais esclarecido, com energias positivas, fortes, coisas melhores e pessoas melhores virão à você. É a simples lei da atração.

E, claro, quando novas merdas acontecerem, num outro nível (sim, merdas sempre vão acontecer, porque a vida em todos os níveis é movimento, alternância, transformação, mutação, choque de forças e transcendência, 'é uma guerra sem fim', e as merdas, em geral, são, pela lógica, INEVITÁVEIS ATÉ NOS MUNDOS DITOS SUPERIORES. Sim, até lá elas são, em tese e pela lógica, de fato, expiações, karmas, ou obstáculos, pegadinhas da vida, desafios da programação existencial, 'do destino', para impulsionar a sua Evolução). O mais importante: NÃO EXISTE FAXINA GERAL, REVOLUÇÃO MENTAL, MORAL E ESPIRITUAL FÁCIL E DE GRAÇA. Você precisa se dedicar, se esforçar, trabalhar, mover pensamentos e todas as suas forças no novo rumo, na nova direção de dias melhores e da prosperidade material intrafísica e da prosperidade e evolução imaterial extrafísica. Sobretudo, pelo Esclarecimento, saber que a Vida neste mundo e em todos os mundos possíveis, em lógica e tese, até mesmo nos ditos 'mundos perfeitos', sempre terá pegadinhas, problemas, merdas, alegrias e tristezas, depressão e paz de espírito, tudo, à depender da Mente de cada Espírito em Revolução e Evolução.

'PQP! DE QUE ADIANTA TUDO ISSO SE SEMPRE VAI CONTINUAR A DAR MERDA?', DIRÁ O PRECOCE AFOBADO. Digo: olha só! O animal pensante acha que seguindo alguns pequenos passos para uma mini-faxina existencial, estará livre de todas as vicissitudes, merdas e cagadas da vida, como um Deusão fodástico!!!

Vai sonhando meu caro animal pensante! Repito, ninguém, nem nesse Mundo, nem em nenhum outro mundo possível está livre de merdas, cagadas e imprevisões. Talvez, nem mesmo Deus, deuses, anjos, arcanjos, espíritos superiores e o que o valha, estão livres de terem que lidar com as merdas da Incomensurabilidade e da Inefabilidade da Existência.

MAS...E TEM MUITA COISA NESSE 'MAS' QUE TE DIREI…

Mas, seguindo esses 3 passos simples supra citados acima, com os adendos posteriores, para a sua própria faxina geral, pessoal, mental, moral e espiritual, com o tempo, gradativamente, você estará, pelo menos, menos poluído, e muito mais lúcido, mais firme, forte, sólido, íntegro, pronto para aguentar o tranco, as novas porradas da vida e do 'destino', e assim, suportar firme e forte, sem desespero, ansiedade ou chororô, e, o mais importante, podendo analisar friamente e sabiamente todos os aspectos das novas merdas que surgirão. 

Sem sombra de dúvida, com a mini-faxina geral pessoal sugerida aqui pela técnica (TD3P), você será capaz de se livrar mais rapidamente dos novos problemas, das novas merdas que lhe surgirão em outros níveis de Vida, seja em nível íntimo-mental-pessoal, seja na convivência interpessoal e até mesmo espiritual.

Aí então, já tendo superado e estando 'um bom tanto acima das merdas da Existência', desapegado, estará ciente e consciente de que a Existência é muito maior que os nossos problemas e as merdas que nos atingem, sobretudo, que uma vida intrafísica é apenas um momento e, que portanto, há muito mais para ser vivido, conquistado, aprendido, desfrutado, elevado, evoluído, superado.

De fato, faxinado, limpo, despoluído, ou menos poluído, com essa nova FORÇA MENTAL, MORAL E ESPIRITUAL, QUE SÓ AUMENTARÁ COM O TEMPO, com essa nova perspectiva, desperta, livre e realista, com um olhar calmo, um tanto frio e calculista, mas irônico, 'mais alegre', profundo e detalhista, observador, (QUASE UM SPOCK DO STAR TREK), (OU UM MESTRE YODA DO STAR WARS), (OU AINDA, QUASE UM SON GOKU OU HITTO DO DRAGON BALL), ou quase qualquer outro personagem que lhe inspire algo mais ou menos positivamente, você irá achar a solução paras os B.O da vida mais rápido do que antes, de maneira muito mais inteligente, eficaz, objetiva, prática, certeira, realista, controlada, equilibrada, muito melhor do que quando ficava choramingando, sofrendo e só pensando nos problemas e não na solução. Capiti?  

Capítulo 13: O desapego é fodástico, O Método e O Caminho para uma Vida melhorada

Agora, uma dica fodástica: COM O TEMPO, SEM PRESSA E SEM MEDO DE SER FELIZ, quando você atingir o nível de desprendimento, DESAPEGO, 'tranquilidade da alma', como dizia Sêneca, quase que numa ATARAXIA crítica total, 'A MEGA ATARAXIA', VOCÊ ENTÃO ATINGIRÁ UM NÍVEL EXTREMAMENTE FODA, UM NÍVEL ALTO DE COMPREENSÃO DA VIDA E DA EXISTÊNCIA. Um nível no qual, independente de sua condição nesse mundo, não precisará de nada além de si mesmo e do seu próprio modo de viver com àquilo que tem, ainda que seja pouco em termos materiais e andará ereto, de cabeça erguida, como um Rei, isto é, com simplicidade mas resplandecendo confiança, sobretudo, resplandecendo energias altamente positivas, destravadoras, renovadoras, faxinadoras, reestruturadoras, inspirando pessoas abaixo, atraindo/chamando a atenção de mais pessoas, espíritos e Seres de níveis acima, isto é de níveis mais altos de evolução, de compreensão da vida e, consequentemente, de prosperidade humana, mental, moral e espiritual.  

Capítulo 14 -  Após a auto-faxina geral mental, moral e espiritual a coisa bomba

Após ter se auto-faxinado mental, moral e espiritualmente, sendo a sua própria revolução, ressignificando a sua vida o sentido de sua Vida, você parecerá um ser de outro mundo aos que ainda patinam na mesmice suicida existencial. 

De fato, você estará pronto para tudo o que vier, as coisas boas da vida, sabendo apreciá-las com sabedoria e as coisas ruins sabendo identificá-las, compreendê-las e superá-las à jato, muitíssimo rapidamente. E assim, transformado, transcendido, auto-revolucionado, com suas próprias forças, agora muito mais potentes, você terá a 'mega capacidade' de saber viver com os outros no mundo, de maneira sábia e realista, e só precisará disso para estar bem, SEM SE AFETAR DE FATO COM AS MERDAS DA VIDA, compreendendo a INCOMENSURABILIDADE DA VIDA EM TODA A INEFABILIDADE DA EXISTÊNCIA, DIANTE DA IMENSIDÃO CÓSMICA, sobretudo, e principalmente, porque agora, despoluído ou ao menos, menos burro, sabe, sem as distorções das balélas que lhe enfiaram na cabeça desde que veio a esse mundão de meu Deus, que a vida continua, de um jeito ou de outro, goste ou não, acredite ou não.

Frise-se: a vida continua, de um jeito ou de outro, goste ou não. Acredite ou não, com ou sem você, independente do que você ache ou deixe de achar. 

Obviamente, insisto em destacar aqui: NÃO ESTAMOS CRIANDO UMA NOVA RELIGIÃO E NEM PORRA NENHUMA! REPUDIAMOS OS QUE PRETENDEM LAVAR CÉREBROS. Apenas estamos, como meros estudiosos independentes, a identificar alguns dos problemas que levam ao suicídio e, assim, sugerir meios, formas de soluções para tais problemas. Aceita quem quer, analisa quem quer e tira suas próprias conclusões. Se lhes forem boas e úteis essas sugestões, ótimo! Se não, se lhes parecerem besteiras, perda de tempo, baboseiras, sugestões inúteis, joguem fora no lixo e vida que segue!

Contudo, frisamos que, para nós, em tese e por experiências próprias, sobretudo, considerando a mega imensidão cósmica sobre a qual pouco ou nada conhecemos, podemos dizer com todas as letras que sim, a vida continua, sim! Agora, como será a parada do 'outro lado', na 'quanticidade', na Extrafísica, na 'Espiritualidade', aí são outros quinhentos! Repito, penso firmemente que para cada um a coisa toda será muito diferente, de acordo com o nível de despertar e, principalmente, de acordo com a compreensão da vida de cada um. 

Para nós, espíritos livres e realistas, não há sombra de dúvida, de que quanto mais esclarecido for aqui e agora, em tese e pela lógica, o será depois, se tiver esse depois de fato, e não se afetará demasiadamente pela 'mudança de cenário', do outro lado, na outra dimensão, na dimensão quântica, ‘supernatural’, 'quântica', da Existência.

Capítulo 15 - O Esclarecimento é o Super X da Questão, O Ponto Crucial, O Mega Segredo da Vida

Esclarecimento é autonomia, é liberdade, é realismo na veia. Não há Liberdade de fato, sem Esclarecimento. Não há Evolução de fato, sem Esclarecimento. 

DE POSSE DESSA HABILIDADE, O ESCLARECIMENTO, a vida e a Existência, no mais profundo sentido da palavra, se transformarão radicalmente diante de seus olhos e você (feito o Neo em 'Matrix') será outro Ser, capaz de ver o que 99% dos animais pensantes, encarnados e desencarnados, deste Planeta pelo menos, não conseguem ver. Não conseguem ver porque eles ainda preferem estar vivendo uma vida fake, uma vida alicerçada no 'faz de contas' da sociedade de idiotas que se acham os 'poderosão', os 'espiritão das trevas', 'os sabichões, 'os bons da boca', os 'loucões' 'bandidões' 'os perigosão' do mundo, os donos da cocada, os ladrões, genocidas, religiopatas e politicopatas/corruptopatas viciados em dinheiro e poder, e que enfiam um monte de merda nas cabeça de 99% dos imbecis deste mundo intrafísico e também no extrafísico. Mas, que no fundo, na real, não passam de uns abestalhados, escravos da própria ignorância e que, cedo ou tarde, em tese e pela lógica, as leis cósmicas os colocarão no devido lugar.

Voltando ao assunto destas laudas: só não esqueça, meu caro animal pensante: nada é de graça, nada rola sem faxina, esforço, trabalho, ou seja, nada muda, nada acontece se não der o primeiro passo, sobretudo, se não tiver auto-disciplina, auto-comprometimento. Ou seja, levantar a bundinha da sarjeta da sua vida tosca, é o primeiro passo. Compreende? Então, bora lá!

Capítulo 16 -  Resumindo: vai à luta, chute o balde da Vida

É ISSO, MEU CARÍSSIMO ANIMAL PENSANTE… Via à luta, levante, lute, chute o balde, NÃO ACREDITE EM NADA DO QUE LHE ENFIARAM NA CABEÇONA ATÉ AQUI, NEM MESMO NESSAS PALAVRAS QUE LHE DIRIJO, AINDA QUE COM AS MELHORES DAS INTENÇÕES, QUESTIONE, DUVIDE PARA COMPREENDER MELHOR, E, SOBRETUDO, SE LIBERTE DAS BABOSEIRAS DESTE MUNDO CÃO, desça a lenha, meta a ficha, corra, seja prático, seja bravo, seja leve, seja luz, seja firme, seja feliz de verdade, do seu jeito, sem culpas, sem máscaras, sem ilusões, sem crentelhices, sem venenos, seja livre e realista DE FATO! Aprenda a enxergar o sentido supremo em cada ponto de vida no macro e no micro-universo, assuma o controle da sua vida, da sua Revolução e da sua Evolução! Bote pra quebrar! Ligue o botão do 'foda-se', literalmente! Bora mudar e melhorar essa bagaça de vida?

"Não há nada mais grandioso que as pequenas coisas da vida".

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Capítulo 17 - Uma pergunta pertinente

Uma pergunta pertinente que sempre surge a mim: por que você diz tanto palavrão?

Explico: em primeiro lugar, meu caríssimo animal pensante, como dizia a saudosa Dercy Gonçalves: "Palavrão, meu filho, é corrupção, é condomínio, palavrão é fome, palavrão é a maldade que estão fazendo com um colírio custando 40 mil réis, palavrão é não ter cama nos hospitais".

CORRUPÇÃO, APEGO DOENTIO ÀS COISAS MATERIAIS, CONSUMISMO ABSURDO, FOME DE MAIS E MAIS, ACÚMULO DE RIQUEZAS NAS MÃOS DE POUQUÍSSIMOS QUE SE ACHAM DONOS DO PLANETA TERRA, PARA ALÉM DO QUE O SER HUMANO PRECISA PARA VIVER BEM,ENQUANTO BILHÕES DE SERES PENSANTES VIVEM COMENDO O PÃO QUE O DIABO AMASSOU TODOS OS DIAS DURANTE TODA A VIDA, ISSO SÃO PALAVRÕES!

Sacou?

Depois, é muito simples, como diria Louis Pauwels, no livro O Despertar dos Mágicos: [...] "Sabemos muito bem que a nossa visão das coisas se arrisca a parecer louca: é porque dizemos, rápida e brutalmente o que temos a dizer, da mesma forma que se bate à porta de um dorminhoco quando o tempo urge. [...]

Resumindo:

O TEMPO URGE. NÃO TEMOS TEMPO PARA PERDER. Só os Espíritos realmente Livres e Realistas, fortes, destemidos, que Lutam como Leões para não morrerem como Veados na selva da sociedade humana, é que tem CORAGEM PARA (SEM MÁSCARAS, SEM CULPAS, SEM JULGAMENTOS E TODA AQUELA BABOSEIRA MORALISTOPATA), VIVER DE VERDADE, SUPORTAR AS MERDAS DA VIDA COMO ELA É: UM CHOQUE ININTERRUPTO DE FORÇAS E MUDANÇA CONSTANTE E TER A CORAGEM, SOBRETUDO, PARA USAR O SEU CONHECIMENTO, COM OU SEM PALAVRÃO!

SÓ OS ESPÍRITOS LIVRES E REALISTAS DE FATO, SUPERAM AS MERDAS DA EXISTÊNCIA, TRANSCENDENDO A PRÓPRIA EXISTÊNCIA, EM LÓGICA, OBJETIVA E PRÁTICA REVOLUÇÃO E EVOLUÇÃO REALISTA. Só os Espíritos realmente Livres e Realistas são desapegados o suficiente para abrir mão de seu maior tesouro, o Conhecimento e a Experiência adquiridos ao longo de milhares de vidas, e transmitir esse Conhecimento aos que, talvez, possam fazer algo de bom e útil com a informação, criando uma grande corrente, uma grande legião de espíritos livres, realistas e de letras, desapegados, destemidos, conscientes de sua revolução e evolução, bem como do quão pequenos ainda somos diante da Imensidão da Vida.

A forma como o Conhecimento e a Experiência são transmitidos, pouco importa.

O que importa é que sejam transmitidos de maneira simples e direta, e que, assim, possam auxiliar o maior número de Seres, Consciências, (Espíritos) encarnados (ressomados) e desencarnados (dessomados), em Revolução e Evolução. O TEMPO URGE!

Emerson E-Kan

01/08/2022 15:22

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TEXTO BÔNUS: 


LUTANDO COMO UM LEÃO PRA NÃO MORRER COMO UM VEADO 

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"Mantenha-se como você começou, e se apresse a fazer o que é possível, de modo que você possa ter mais prazer de uma mente aperfeiçoada que esteja em paz consigo mesmo".  (Sêneca, em sua quarta carta a Lucílio)


Índice:

0 - Caminhos e caminhos

1 - A Maturidade dos Espíritos Livres e Realistas, os Leões dos Leões da selva humana

2 - O tesão que você tem por mim não altera a minha realidade

3 -  Tudo e todos continuarão sem você

4 - Já fiz muita cagada na vida

5 - Por que diabos nos preocupamos tanto?

6 - A luz da vida

7 - Faculdade pra quê?

8 - A loteria da vida, o conhecimento e o desprezo de tudo isso, ou os negacionistas do saber

9 - Lembre-se disso quando olhar para as estrelas à noite, não há nada mais grandioso que as pequenas coisas da vida

10 - Resumindo

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Texto Bônus: <<<Sobrevivendo às merdas da vida>>> Introdução à Filosofia Realista Prática. O texto trata de questões sobre o Suicídio, Superação e Faxina Geral Mental, Moral e Espiritual.

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Foto da Capa: Gurcharan Roopra/https://thegreatestmaasaimara.com/?competition_data=life-and-death


#Texto


Prefácio

Certa vez, numa dessas madrugadas, passei a vista numa série que estava passando na TV e um dos personagens dizia que a vida, para ele, se resumia a: comer, beber, foder, ter Poder, dinheiro e mais. E, certamente, na vida real, muitos dos bilhões de animais pensantes desse Mundo vivem dessa maneira, tentando preencher o saco sem fundo do vazio da alma, a fome de mais e mais que nunca se sacia. Mas, será que a vida é mesmo só isso? Ter coisas, comer, beber, foder, ter Poder, dinheiro e buscar cada vez mais e mais, num labirinto de apego doentio às coisas materiais, num consumismo absurdo, num materialismo mórbido? Ou será que a vida deve ser mais 'espiritual', mesmo sabendo que nada disso pode existir de fato? O que fazer com a vida? Abraçá-la, negá-la ou criar um novo sentido para ela? É possível, após vários anos, diante de uma deprimente humanidade em avançado processo de idiotização, brutalização e desumanização, ainda ter algum Tesão pela vida nesse mundo cão? Como sobreviver a esse Mundo de uma humanidade aparvalhada e as suas desgraças, sem se deprimir de vez? 

Fernando Pessoa, através de Álvaro de Campos, em Tabacaria, disse em poesia:  "Vivi, estudei, amei e até cri e hoje não há mendigo que eu não inveje só por não ser eu. Olho a cada um os andrajos e as chagas e a mentira e penso: talvez nunca vivesses nem estudasses nem amasses nem cresses (Porque é possível fazer a realidade de tudo isso sem fazer nada disso); Talvez tenhas existido apenas, como um lagarto a quem cortam o rabo e que é rabo para aquém do lagarto remexidamente". [...] (In: Tabacaria, Fernando Pessoa/Álvaro de Campos, 1928). Fernando Pessoa morreu aos 47 anos de idade de Cirrose, ou seja, de tanto encher a cara. Seria a sua desilusão com a vida e o Mundo o motivo para encher a cara? Vai saber o que exatamente se passava na cabeça dele? O fato é que ninguém bebe até morrer por alegria ou só por esporte e ninguém, de fato, admite que bebe por tristeza. 

O que nos perguntamos aqui, é: como encontrar alguma alegria de viver num Mundo cão como esse, diante de uma humanidade, que em sua maioria, já se encontra, há tempos, em um avançado estágio de putrefação mental, moral e espiritual? 

Max Stirner, em 'O Único e a sua Propriedade', falando sobre o objetivo de vida dos 'Antigos' dissera: [...] "Que busca então a Antiguidade? O verdadeiro gozo de viver, o gozo da vida! Vistas bem as coisas, a «vida verdadeira». O poeta grego Simónides* canta: «A saúde é o mais precioso bem dos mortais, a seguir vem a beleza, depois a riqueza adquirida sem manhas, e por fim o gozo dos prazeres mundanos em companhia de amigos jovens.» Tudo isto são as boas coisas da vida, alegrias de vida. E que outra coisa buscava Diógenes de Sinope* senão o verdadeiro gozo de viver, que descobriu ser o de ter o mínimo de necessidades? E que outra coisa procurava Aristipo*, que com grande serenidade encontrou esse gozo em todas as situações!! O que todos eles buscam é a coragem de viver, a alegria, procuram «viver bem neste mundo». Os estóicos querem dar corpo ao ideal do sábio, do homem da sabedoria de vida, do homem que sabe viver - desejam realizar, assim, uma vida sábia; e encontram esse ideal no desprezo do mundo, numa vida sem evolução, sem crescimento, sem relações amigáveis com o mundo, ou seja, numa vida isolada, na vida enquanto vida, e não na vida com os outros: só o estóico vive - todo o resto, para ele, está morto. Pelo contrário, os epicuristas buscam uma vida animada. Como querem viver bem neste mundo, buscam uma vida cheia de benesses (os judeus, em especial uma vida longa, abençoada por filhos e riquezas), a eudemonia, O bem­-estar em todas as suas formas possíveis. Demócrito*, por exemplo, faz o elogio da '«paz de alma» em que se pode «viver tranquilamente, sem medo nem agitação»". [...] (In: O Único e a sua Propriedade, Max Stirner). 

Já Rúlio, em nosso outro livro, 'Andarilhos Errantes', dirá que diante de todo o mal, de toda a desgraça, de toda a tragicomédia de uma humanidade que, como os dinossauros, um dia será varrida do mapa sideral, é preciso firmeza de espírito, mas, sobretudo, desapego e uma boa dose de loucura para não se deixar vencer. Já que a vida humana não passa de uma grande distração do Universo, só resta-nos viver de modo a nos Distrair, se divertir, gozar a vida, fazer alguma coisa que livre a nossa mente da tristeza e do vazio desolador que é a vida na Terra, senão, o indivíduo, o animal pensante, vai pro vinagre, morre antes do tempo, de tristeza, após muito pensar nos problemas, nas tragédias, na miséria, sobretudo, na falta de sentido que é a vida humana na Terra.

[...] "Diante da morte tudo não passa de Distração, então, não temos outra alternativa senão viver e morrer como desejamos, e nos Distrair. A ausência de sentido da vida humana, faz aquele que pensa, perder todas as ilusões, até mesmo perder a paixão por muitas coisas da vida em sociedade, forçando-o a recolher-se e a mergulhar em si mesmo. É o Ser pulando dentro do abismo, que é ele mesmo! Apesar de parecer frio, duro, apático, perturbador, pessimista, o pensador se mostra Realista, Supra Realista, como uma das faces da Existência, tal como ela é. Mesmo assim, Rúlio dizia a si mesmo mentalmente: 'perca-se todas as ilusões sobre a vida humana mas que não se perca o tesão pela A Vida. Aos trancos e barrancos sigamos, caminhando, sem pressa, apressadamente, cambaleantes, de joelhos, rastejando ou de quatro, não importa, apenas sigamos, afinal, seguir é o único caminho". [...] (In: Andarilhos Errantes, Emerson, 2022).

Com efeito, neste livro aqui, "Lutando como um Leão pra não morrer como um Veado", tratamos justamente do maior desafio de todos que é a superação. A superação que é sobreviver à esse Mundo cão e ainda ter algum Tesão pela Vida, ou seja, encontrar algum prazer, alguma alegria, algum sentido e, apesar de trancos e barrancos, ainda que relativamente, viver de boas com tudo, até mesmo com as desgraças que de vez em quando nos atingem.

Obviamente, também buscamos filosofar, se é que isso é possível e compreensível nos dias de hoje, refletindo de maneira prática e despretensiosa, irônica, satírica, jocosa, até de certa forma bem humorada sobre as coisas da vida, a fim de levar a vida mais na esportiva, na galhofa, rindo das coisas e das desgraças da vida, tanto quanto possível, e ao mesmo tempo, praticar uma certa ataraxia realista diante do mundo cão, como praticamente o único meio de conservar o que resta de nossa precária saúde mental. Não há como negar que andamos, durante toda a vida, uns mais outros menos, sobre o fio da navalha. E por isso, essa pode ser uma empreitada falha, uma viagem do corvo, 'a volta dos que não foram', mas, mesmo assim, o fazemos.

Caminhos e caminhos

Goethe dizia: "Nem todos os caminhos são para todos os caminhantes".

E também: "Seja ousado e forças poderosas virão em sua ajuda".

Já Sêneca, em sua quarta carta a Lucílio, dizia:

"Mantenha-se como você começou, e se apresse a fazer o que é possível, de modo que você possa ter mais prazer de uma mente aperfeiçoada que esteja em paz consigo mesmo". 

Quantas vezes na vida nos perguntamos: Qual é o meu caminho? Algum dia encontraremos o caminho de verdade? Há um caminho de verdade? Já passamos da entrada do caminho? Só temos um caminho ou vários caminhos? Será que a busca pelo caminho é uma busca sem fim? "Todos os caminhos levam à Roma? Ou “Mil ruas levam os homens a Roma”, como diria Alain de Lille, " Ou seja, não importa o caminho que sigamos, trilhemos, caminhemos, afinal, tudo vai dar na mesma?

Reflitamos: durante a vida toda, procuramos 'o caminho a seguir'. Muitas vezes nos perdemos na busca por esse caminho e muitas vezes nos deparamos com o dito: "O sonho acabou", anunciando que todas as esperanças, todas as expectativas, todos os desejos e todas as ilusões foram perdidas. No entanto, sempre recomeçamos. Como Diria Raul Seixas: "aprendi a ficar quieto e começar tudo de novo".

A busca para se saber o que de fato viemos fazer aqui, a busca da resposta do 'grande por que', pode ser longa ou curta, a depender das nossas escolhas e também das vicissitudes da vida. Afinal, nem tudo depende apenas de nossas escolhas, não é?

Muitos de nós encontram caminhos que parecem ser 'o caminho', mas logo percebem que não e que perderam um tempo precioso achando que aquele era 'o caminho'.

Já outros, que ousam mais e arriscam mais, encontram 'o caminho' facilmente mas, no entanto, muitas vezes, quando encontram 'o caminho', percebem que o tempo já se faz escasso.

E, então, diante do tempo que urge, alguns tentam acelerar o passo e assim se perdem no próprio caminho de vez.

Ou seja, difícil é achar 'o caminho', mais difícil ainda é se manter sem se perder no próprio caminho. Com efeito, é melhor se perder no próprio caminho do que ser um errante por toda a vida.

Contudo, independente do caminho, viva e faça aquilo que ama, pois o amor por aquilo que se vive e faz, o torna criador de um novo caminho, do seu próprio caminho. 

Ainda citando Raul Seixas, na Música: Um Messias Indeciso, dissera:

"Mas foi sua própria voz que falou

Seja feita a sua vontade

Siga o seu próprio caminho

Pra ser feliz de verdade

E aquela voz foi ouvida

Por sobre morros e vales

Ante ao Messias de fato

Que jamais quis ser adorado

Que jamais quis ser adorado

Ah, quantas ilusões

Ah, quantas ilusões

Nas luzes do arredor

Quantos segredos terá

Quantos segredos terá". 

'Siga seu próprio caminho, pra ser feliz de verdade'. Uma ótima sugestão! Mas, diante da realidade atual, como seguir o seu próprio caminho e "ser feliz de verdade" num mundo que tem uma mega bolha de abismo social de injustiças, misérias, violência, abusos criminosos? Como seguir seu próprio caminho e "ser feliz de verdade" num mundo onde as oportunidades mínimas de uma vida simples são cada vez mais escassas para todos, principalmente, para os que já passaram dos 40? Somente entrando para o crime organizado? Para o crime político organizado? Ganhar na loteria? 

A vida é foda para todos em todas as classes e idades, para uns mais, outros menos. Mas, verdade seja dita, para os espíritos que foram "agraciados" com a injustiça, a pobreza e a falta de oportunidades, somente sendo brutalmente forte, forte pra cacete para sobreviver a si mesmos, a pobreza, a desesperança, a desilusão de um mundo cão, ou seja, somente sendo um Leão e lutando como um Leão para não morrer como um Veado! 

De fato, para os bilhões de pobres do mundo, especialmente, passar dos 40 anos de idade sem ao menos um horizonte à frente, é o mesmo que uma sentença de morte. Chegar aos 50 anos de idade, sem nada, então, para muitos, é o mesmo que já estar morto em vida. É claro, que muitos repetirão a frase usada por Stephen Hawking, e dirão: "enquanto há vida, há esperança", ou a frase Bíblica de Eclesiastes, que diz: "Mas enquanto se vive neste mundo, existe alguma esperança; porque é melhor ser um cão vivo do que um leão morto", (Eclesiastes 9:4). As duas frases, muito semelhantes, são belíssimas, mas no fundo, não passam de sofismas. Na real? A esperança é uma ilusão. E a humanidade precisa de ilusão para sobreviver. Muitas vezes, a maioria das pessoas neste mundo precisam de ilusões e mentiras sinceras para continuarem com suas vidas, senão elas se afundam de vez. 

A maioria esmagadora dos bilhões dos animais pensantes deste mundo cão chegam aos 50 anos de idade, quando chegam, da mesma maneira que começaram, quase sem nada, nem esperança mais. E, claro, há alguns raros que se recusaram a ser meros cachorros abandonados, e como verdadeiros Leões, conseguem chegar nas idades maiores, com muita coisa na cabeça, muita informação, conhecimento, 'sabedoria', experiência de vida, sabendo reconhecer tudo a distância, despertos o suficiente para saberem 'os pulos do gato', e, assim, vividos de verdade, estão aptos, prontos para 'liberarem todo seu poder oculto', toda a sua genialidade e vencer diante de si mesmo e até do mundo, talvez. Esses raros só começam a brilhar de verdade após os 40 anos de idade, dos 40 aos 60 anos. Essa, parece ser 'a melhor idade' de todo e qualquer ser pensante, dotado de alguma genialidade e com alguma condição capital para tal. 

Machado de Assis, escreveu um texto chamado, 'Teoria do Medalhão', e nele diz o seguinte: 

[...] Não te ponhas com denguices, e falemos como dois amigos sérios. Fecha aquela porta; vou dizer-te coisas importantes. Senta-te e conversemos. Vinte e um anos, algumas apólices, um diploma, podes entrar no parlamento, na magistratura, na imprensa, na lavoura, na indústria, no comércio, nas letras ou nas artes. Há infinitas carreiras diante de ti. Vinte e um anos, meu rapaz, formam apenas a primeira sílaba do nosso destino. Os mesmos Pitt e Napoleão, apesar de precoces, não foram tudo aos vinte e um anos. Mas qualquer que seja a profissão da tua escolha, o meu desejo é que te faças grande e ilustre, ou pelo menos notável, que te levantes acima da obscuridade comum. A vida, Janjão, é uma enorme loteria; os prêmios são poucos, os malogrados inúmeros, e com os suspiros de uma geração é que se amassam as esperanças de outra. Isto é a vida; não há planger, nem imprecar, mas aceitar as coisas integralmente, com seus ônus e percalços, glórias e desdouros, e ir por diante.

- Sim, senhor.

- Entretanto, assim como é de boa economia guardar um pão para a velhice, assim também é de boa prática social acautelar um ofício para a hipótese de que os outros falhem, ou não indenizem suficientemente o esforço da nossa ambição. É isto o que te aconselho hoje, dia da tua maioridade.

- Creia que lhe agradeço; mas que ofício, não me dirá?

- Nenhum me parece mais útil e cabido que o de medalhão. Ser medalhão foi o sonho da minha mocidade; faltaram-me, porém, as instruções de um pai, e acabo como vês, sem outra consolação e relevo moral, além das esperanças que deposito em ti. Ouve-me bem, meu querido filho, ouve-me e entende. És moço, tens naturalmente o ardor, a exuberância, os improvisos da idade; não os rejeites, mas modera-os de modo que aos quarenta e cinco anos possas entrar francamente no regime do aprumo e do compasso. O sábio que disse: "a gravidade é um mistério do corpo", definiu a compostura do medalhão. Não confundas essa gravidade com aquela outra que, embora resida no aspecto, é um puro reflexo ou emanação do espírito; essa é do corpo, tão-somente do corpo, um sinal da natureza ou um jeito da vida. Quanto à idade de quarenta e cinco anos...

- É verdade, por que quarenta e cinco anos?

- Não é, como podes supor, um limite arbitrário, filho do puro capricho; é a data normal do fenômeno. Geralmente, o verdadeiro medalhão começa a manifestar-se entre os quarenta e cinco e cinqüenta anos, conquanto alguns exemplos se dêem entre os cinqüenta e cinco e os sessenta; mas estes são raros. Há-os também de quarenta anos, e outros mais precoces, de trinta e cinco e de trinta; não são, todavia, vulgares. Não falo dos de vinte e cinco anos: esse madrugar é privilégio do gênio.

- Entendo. [...] (Teoria do Medalhão, Machado de Assis). 

Nós dizemos: somente os despertos de verdade, os Leões de verdade, que lutam como Leões de verdade, em todos os sentidos e todos os campos da vida, é que conseguem chegar aos 40,45,50,60 anos de idade sendo Leões Medalhões, sendo, em todos os campos da vida, melhores ou pelo menos, menos piores, diante de si mesmos e do mundo cão.

A Maturidade dos Espíritos Livres e Realistas, os Leões dos Leões da selva humana

Como Espíritos Livres e Realistas, Leões de verdade, quanto mais velhos ficamos menor é a nossa tolerância para com a burrice alheia e a conversa fiada.

Se existe alguma coisa 'boa' com o passar dos anos é que podemos antever as jogadas das pessoas. Isto é, podemos facilmente antever as intenções das pessoas, 'há quilômetros de distância', desde a primeira frase escrita, pelo jeito de andar, se portar, desde a primeira palavra falada, enfim, desde o primeiro olhar já sabemos se determinada pessoa está de boa ou má intenção e se vale a pena conversar com ela, se há algo que se aproveite de tal mente, e, sobretudo, em conversando com tal pessoa, à distância, a cada nova escrita ou, pessoalmente, a cada nova fala e movimento do rosto, dos olhos, do corpo, podemos observar claramente as ciladas, as verdades, as meias verdades, as mentiras deslavadas e as mentiras sinceras.

Com efeito, depois de uma certa idade, nada e ninguém mais escapa do nosso olhar crítico, severo, observador, atento e detalhista. Depois de uma certa idade, ser prático se torna o imperativo dos imperativos porque sabemos muito bem que o tempo urge.

Isso não significa que não possamos ser enganados. Contudo, aos impostores da Vida, aos estelionatários da Existência, se torna praticamente impossível enrolar e muito menos enganar um Espírito Livre e Realista, principalmente, se já Experimentado da Vida em todos os sentidos.

Na verdade, um Espírito Livre e Realista, um Leão de verdade, Experiente, vivido, nunca é enganado a não ser que queira ser enganado. Alguns, chamarão isso de 'Sabedoria'. Mas, nós chamamos isso de 'Evolução'.

O tesão que você tem por mim não altera a minha realidade

Que pessoas agregam algo para a sua vida? Que pessoas não agregam merda nenhuma? Há, como sabemos, louco para tudo nesse mundo. Uns nos amam, outros nos odeiam e a maioria dos animais pensantes não fede, nem cheira. Todos de alguma maneira, em algum momento da vida, acham que sabem o que é 'o melhor para nós', uns aconselham com 'a melhor da intenções', outros cagam regras e 'moralismopatia'. Em relação à nós Espíritos Livres, Realistas, Leões entre leões, independente do que todos sintam por nós, especialmente, os que nos odeiam, nada do que sintam, acreditem, idealizem, pensem ou falem alterará a nossa essência e muito menos a nossa realidade. Sim, o Espírito Livre e Realista, o que luta com um Leão pra não morrer como um Veado não dá a mínima de fato para o que os imbecis do mundo acham ou deixam de achar. Como dirá 'Sakola Man', aquele que, como Momo, a cria da escuridão e do caos, que veio para lançar a luz da ironia e do escracho para o esclarecimento do mundo, resumirá tal filosofia de vida realista dizendo: "O tesão que você tem por mim, não altera a minha realidade". Não mesmo. 

Há muitos que nos odeiam, sem sequer nos conhecer, especialmente, nas redes umbrais sociais,  e que demonstram ter um tesão louco por nós, já que não deixam de nos seguir e nos bisbilhotar como a vizinha fofoqueira. O tesão desses perversos pervertidos do mundo, nós os espíritos livres e realistas, dispensamos sumariamente! Só nos interessa o tesão e o amor dos que são de verdade e dos poucos e raros que sempre estão conosco nas batalhas da vida. Já diz o ditado, atribuído a Nietzsche: "os que entram em nossa vida, são bem-vindos. Os que não, nos fazem um favor!". 

Tudo e todos continuarão sem você

Acredite, esse Mundo cão como ele é, o Universo  e todo o resto já estavam aqui antes de você e continuarão sem você. Umas das primeiras coisas que todo aquele que pretende viver de boas e superar esse Mundo, deve enfiar na cabeça, é isso: 'você é importante mas não é tão importante quanto acha que é, e não tem nada de mais nisso'. 

O fato, incontestável, é que se você morrer daqui a cinco minutos ou amanhã, o Universo, esse Mundo cão, a vida como ela é, a humanidade como ela é, as pessoas que você ama e as pessoas que você detesta, o Zé do bar, os agiotas, a política enojante e a corrupção, as guerras, as doenças, as injustiças, o abismo social, o crime, a violência, o fanatismo, o apego doentio às coisas, o materialismo mórbido, o consumismo burro, o vazio da alma, os problemas pessoais, individuais e coletivos, todas as desgraças, a idiotice e a desumanização, as alegrias e as tristezas, o teu cachorro e o teu gato, até as suas contas, vão continuar sem você. 

Por que diabos nos preocupamos tanto?

Então, nos perguntamos, por que insistimos em nos preocupar tanto? Por que insistimos em perder noites de sono e anos a fio desiludidos, amargurados, nervosos, 'meio deprimidos, meio suicidas', ansiosos, sisudos, fechados, inquietos, temerosos, indignados, revoltados, reticentes,' nos perdendo entre monstros de nossa própria criação', em relação às dores do Mundo cão? Não seria melhor, ao menos de vez em quando, já que você se acha normal num Mundo insano, encher a cara e ligar o botão de foda-se? Por que diabos nos preocupamos tanto?

'Porque somos humanos', é o clichê mais óbvio. Mas, sempre tem algo mais. É da natureza humana sofrer por antecipação e a prazo, e muitas vezes, mesmo sem ter muitos motivos de fato? Há uma guerra acontecendo sempre em algum lugar do mundo, a grande velha mídia não mostra, mas há pessoas matando, pessoas morrendo, pessoas sendo violentadas de todas as formas possíveis, há, também, pessoas sendo exiladas, bichos e pessoas sendo agredidas e mortas nas ruas das cidades por todo o Planeta e todo o tipo de loucura que nunca poderemos parar e nem fazer nada a respeito. 

Sempre terá alguma tragédia acontecendo no mundo enquanto alguns, no alto da pirâmide social estarão festejando, comendo e bebendo do bom e do melhor, e não se engane, você também, poderá, independente de sua condição material, estar celebrando a sua vida com a sua família e amigos ou em algum lugar fazendo sexo, bebendo um vinho, 'fumando' ou fazendo qualquer outra coisa enquanto alguém estará prestes a perder a vida numa guerra, no hospital, para violência das ruas nas cidades, etc. 

Olhando assim, a vida na Terra parece uma tremenda loucura sem fim e todos parecemos tremendamente hipócritas, não é? É. E você vai fazer o quê? Encontrar Jesus? Fazer novas velhas promessas? Comer menos, beber mais? Parar de fumar? Parar de beber? Entrar para uma nova velha seita? Orar? Pedir uma intervenção divina ou extraterrestre? Virar monge? Como se alguma coisa do tipo fosse acabar com as desgraças e as injustiças do mundo cão? 

Nada. Isso mesmo, ainda que você faça alguma coisa e dê o seu máximo, na sua família, no seu trabalho, no seu bairro, na sua cidade, no seu Estado, no seu País, para as pessoas que dizem que te amam, para o Zé do bar, para o Mundo que tira teu sono, para a humanidade, nada será o bastante. Isto é, o teu máximo nunca será o bastante para alterar a realidade do Mundo cão, sobretudo, a realidade da humanidade em acelerado processo de idiotização, desumanização, de putrefação mental, moral e espiritual, rumo à sua auto-extinção. 

Eu sei, tudo isso parece uma grande besteira, parece desanimador, parece negativo, parece pessimista, parece triste demais, mas é a realidade. Goste ou não, é assim que as coisas são. Nada mais que a simples realidade. Desde que o Mundo é Mundo é assim e assim será até depois que você se for, até que a humanidade desapareça da face da Terra como os Dinossauros ou até que a Terra vá para o beleléu, ou o que acontecer antes. 

Diante disso, sobretudo, diante da realidade máxima e do fato que, diante da imensidão cósmica, da incomensurabilidade da Vida e da inefabilidade da Existência ainda somos meras partículas de poeira cósmica ao vento sideral, procurando evoluir e entender ao menos um pouco o que é isso tudo, a Vida, a Existência, para que e por que existimos como indivíduos e como humanidade na imensidão cósmica, encontrando cada vez mais perguntas do que respostas, não temos outro caminho senão levar a vida da melhor maneira que nos for possível, de preferência rindo de nós mesmos diante do abismo inefável. Não estou sugerindo que sejamos loucos ou idiotas ao ponto de rirmos até para os postes. Apenas que aceitemos, tanto quanto nos for possível, sem abrir mão de nossa capacidade de se indignar, de ficar putos, a realidade nua e crua da vida como ela é, e compreendamos, de uma vez por todas, que o Mundo é cão muito antes de você nascer e continuará sendo cão após você morrer. 

Que esse Mundo é cão, ninguém contesta. Mas, talvez, por toda a imensidão cósmica seja assim, uma 'imensidão cósmica cão', ou seja, onde a lei do mais forte, do mais rico, do mais bem posicionado na sociedade, do mais armado, do mais insano, do mais evoluído, do mais apto, do mais lazarento, é a que prevalece, num 'estado Hobbesbiano cósmico' de um contínuo 'todos contra todos', e 'onde os fracos não têm vez', como, em resumo, numa mega selva cósmica. Quem garante que não seja assim?

Dessa forma, como Espíritos em Revolução e Evolução, ainda que aos trancos e barrancos, aqui e acolá, ainda que limitados pelas inúmeras questões existenciais, materiais, espirituais e, sobretudo, financeiras, não temos outro caminho nesse Mundo cão a não ser 'Lutar como um Leão para não morrer como um Veado'. 

Ou seja, precisamos, apesar de tudo, levantar da cama de manhã, meter uma água na cara, sair, chutar a porta do Mundo e dizer ao Mundo cão e aos muitos 'son of a bitch' que aguardam a nossa queda e a nossa morte, quando então esperam rir e comemorar, como idiotas que são, ao menos em pensamento, que 'eles terão que nos engolir até o último milésimo de segundo de nosso sopro de vida e, talvez além, quer queiram, quer não'. 

E por quê faríamos isso? Porque não é só por nós. É por nós mas também é por outros de agora e outros que virão, olharão e dirão: porra, mesmo num Mundo cão como o tal, (mesmo bebendo para caralho, #Ironic), eles foram firmes e fortes, meteram o pé na porta, chutaram o balde e mandaram ver. E claro, pelo motivo óbvio, e a história comprova isso, é que quase ninguém gosta dos que ficam chorando pelos cantos, reclamando da vida e dizendo 'isso é difícil, eu não consigo, é complicado, a sociedade me deprime'. A sociedade não está nem aí para você, Baby! A vida é uma puta dificuldade e complicação para todos em todas as classes e idades, claro, para uns mais, outros menos, mas a vida é assim, como a rapadura, ou seja: ela pode ser doce mas não é mole.

Já fiz muita cagada na vida

Certo dia, estava meio puto com algumas coisas e fui ao lugar onde muitos vão para espairecer as ideias, aliviar o estresse. Não, não era na psicóloga, ou uma zona ou boate. Era um bar, mas não era qualquer bar, era 'o bar do Cleber'. Saiba que muitas pessoas nesse Mundão vão a um bom bar para aliviar o estresse, muito embora, muitas vezes isso acabe por aumentar o estresse com os bêbados sarnas e faladores que sempre perambulam por esses lugares. Contudo, lá, no bar do Cleber, foi onde a frase que leva o nome desse livro, que é de domínio público, popular, cravou profundamente em minha cabeça. 

Estava eu lá tomando uma cerveja, ouvindo uns rock´s na Jukebox, quando chega um conhecido, chato mas gente boa. É importante salientar que durante a nossa vida toda, muitos são os conhecidos e poucos são os amigos, capiti? E então chegou esse conhecido, professor, socialista, defensor de Lula, chato, mas gente boa e muito culto. Quebrado mas muito culto, como muitos professores no Brasil, infelizmente. Ele chegou avoado, hiperativo como sempre e disse: e aí Clebão? Tudo bom? E todos sabem que a maioria dos donos de boteco são gente boa mas bem desbocados, principalmente, em relação a alguns frequentadores de bar, sobretudo, os que devem e demoram para pagar as suas contas. Clebão, respondeu-lhe: 'bom seria se você pagasse a continha aqui, não é?'. 

O conhecido chato mas gente boa, ria, como todo 'moiado/bêbado/cozido' de bar, como se a coisa não fosse com ele e dizia: 'ah, então está tudo as mil maravilhas! Até o dia 30 lhe pago, por tudo que é mais sagrado!'. 

Clebão, apesar de rígido com os devedores, sempre era positivo, alto astral, quando queria. E também ria e fazia piadas e dizia: você perguntou se estou bem? Deixa te dizer: 'Lutando como um Leão para não morrer como um veado'.  Vai beber alguma coisa? O professor disse: 'vende umas fiado?'. 

Clebão, com o espírito de todo dono de bar, respondeu na galhofa: 'vendo sim, para clientes em dia e também para maiores de 90 anos acompanhados com os pais!'. E todos riam no bar. É claro que Clebão autorizou umas cervejas litrão no fiado ao professor, chato mas gente boa. 

Passado os momentos de tensão e descontração, como sempre ocorre nos bares, o professor chato mas gente boa, me viu no canto e, como sempre, acelerado, gritou: e aí louco? E já chegou, como sempre com seu litrão, sentou e começamos a conversar, sobre tudo, história, filosofia, mundo cão, humanidade, política, de tudo um pouco, como era de costume. 

Lá pelas tantas, entre um e outro litrão, ele diz: 'já fiz muita cagada nessa vida'. Claro, como se fosse o único a fazer cagadas na vida. Lhe disse: 'olha, então estamos no mesmo barco, você, eu, o Clebão e 100% da humanidade!'. E ríamos, como tem de ser. Entre um delírio de bêbado e outro, ele asseverava que 'já estava velho demais, que não tinha mais jeito na vida, que não sei o quê' mas no fundo, ele gostava da vida e nunca deu pinta de que se mataria um dia, como nunca se matou. Até hoje ele dá aulas e vai no bar do Clebão, mesmo aos trancos e barrancos, sendo chato e gente boa. Seguindo o rumo da vida.

O que quero dizer com isso tudo? Independente das cagadas da vida, das coisas que nos acontecem, com a idade, com o passar dos anos, quanto mais velhos ficamos, as coisas ruins vão ficando obsoletas, quase insignificantes, e no fim, só restam as coisas boas ou mais ou menos boas, por mais pequenas que sejam, porque essa é a nossa tendência como humanos, sobretudo, como espíritos em revolução e evolução, abraçar a vida, seja qual for a condição, isto é, mesmo  com as cagadas da vida, até contra a realidade e todas as possibilidades, vamos caminhando e vamos avançando, com uma luz inefável nos iluminando. Chamo essa luz de 'a luz da vida'. 

A luz da vida

A luz da vida sempre estará para nos iluminar, até na pior escuridão onde possamos nos meter, mesmo que façamos grandes cagadas ou estejamos sujeitos a fazer grandes cagadas. Alguns acreditam que as consequências de nossas escolhas sempre cairão com tudo sobre as nossas cabeças. Se isso fosse mesmo totalmente verdade, esse Mundo seria mais justo e não teria menos de um 1% dos humanos, através da corrupção sistêmica mundial, acumulando 99% das riquezas da Terra, causando uma mega bolha de um mega abismo social de injustiças e abusos criminosos, ou seja não teria 'meia dúzia de gente se dando bem na base da roubalheira e todo tipo de loucura' enquanto milhões, quiçá, bilhões de indivíduos comem o pão que o diabo amassou todo o santo dia, durante toda a vida. Não é? 

Mas, enfim, também é fato que as consequências de nossas escolhas, muitas vezes, serão pesadas como um tijolo caindo de uma obra num prédio, outras vezes serão leves como uma pena. 

Penso que tudo dependerá de como levamos a vida, sobretudo, do quanto na esportiva, de boas, levamos a vida. Contudo, muitas vezes, durante a vida, é preciso, data máxima vênia, sermos meio 'psicopatas no bom sentido' para seguirmos em frente, meio ignorando os problemas e as consequências das escolhas que fazemos, como fazem os mega bilionários deste mundo, os 'um por cento que detém noventa e nove por cento das riquezas' e que se acham, de certa maneira, os donos do Planeta. Sim, os que se acham donos das cidades, Estados, Países e do Planeta, que tem tudo na vida e que podem fazer o que lhes der na telha de verdade, em sua esmagadora maioria, estão cagando e andando para as misérias do povão nesse Mundo!

Quero dizer que para ter alguma alegria nessa vida, há sim diversos momentos na vida, que temos que ser frios e calculistas, egoístas, insensíveis, diria até 'meio psicopatas', como os políticos, ou, mais precisamente, como 'tratores de esteira abrindo a floresta para a construção de uma estrada'. Vamos causar danos, vamos parecer maus, vamos fazer cagada mas vamos passar, seguir em frente, atingir algum progresso, como tratores de esteira. 

Obviamente, não estou dizendo, com isso, que devemos ser sempre, a todo o momento, como os corruptopatas, os políticos ou como tratores de esteira,  'meio psicopatas' e insensíveis, mas sim, que às vezes, também somos assim, goste ou não, acredite ou não. Todo ser humano, uns mais, outros menos são assim em algum momento da vida ou durante toda a vida como no caso dos mega ricaços sociopatas/corruptopatas e dos políticos/politicopatas, como disse acima. Quem acha que não, que consulte os livros de história ou a própria experiência de vida e se pergunte: "quantas vezes já fui um lazarento?". E outra coisa, detalhe, nem só de cagadas é feito a vida do animal pensante nesse Mundão, também há coisas boas que fazemos, talvez mais coisas boas do que ruins, embora muitos façam mais cagadas, mais coisas ruins do que coisas boas. 

Claro, muitas são as pequenas coisas boas que fazemos na vida, mas as cagadas são as que saltam aos olhos e chamam mais a atenção dos que se acham 'incagáveis'. No entanto, se quiser ter alguma alegria nessa vida, o espírito livre e realista, deve ser meio doido e de vez em quando ligar o botão de 'foda-se', senão não vive!

Faculdade pra quê?

Na minha juventude, trabalhei num sindicato de agricultores e conheci um Engenheiro Agrônomo chamado 'seu Eurico'. Eurico era gente boa e, sem a menor modéstia, dizia: "com o conhecimento que eu tenho poderia ser Presidente da República mas nunca nem perto de ser síndico do prédio eu cheguei. É a vida, nem tudo sai como esperamos e não adianta espernear, chorar, lamentar, se deprimir ou culpar alguém. Também não adianta nem fazer planos e se matar por tal coisa quando a coisa não é pra você", dizia ele. Eurico tinha razão?

Antes que algum 'chanotildo' de plantão venha dizer que desprezo o ensino formal, como um ignorante, digo que na minha humilde opinião, penso que todo animal pensante nessa Terra deveria ter o seu direito à Educação de qualidade, previsto na desprezada Carta dos Direitos Humanos, e ser preparado desde cedo para ter no mínimo uma faculdade até aos 20 anos de idade e, assim, ter alguma chance de uma vida mais digna. Mas, nesse mundo, todos sabemos que a maioria dos bilhões de animais pensantes, não conseguem sequer um trabalho decente e estável durante toda vida, não conseguem sequer pagar as contas em dia, nem se alimentar direito, que dirá estudar de verdade e fazer uma mísera faculdade! Não é? 

Certa vez, topei com um sujeito desconhecido no ônibus do trabalho, e todos sabem que no ônibus e no metrô, a coisa é quase como um consultório de psicologia, psiquiatria ou psicanálise, ressalvadas as tênues diferenças. É nas filas das lotéricas e bancos, é no transporte público que ocorrem muitas das conversas que poderiam inspirar obras maiores que as de Victor Hugo. 

E lá estava eu, observando o vai e vem do povão pela janela do busão, quando de repente senta um sujeito que nunca vi na vida e conta sua história de vida, ou pelo menos, a sua fantasia sobre a sua triste história de vida, sem eu não ter lhe perguntado nada, como sempre acontece em toda a parte.

Dizia ele, entre tantas tergiversações, 'que sempre quis fazer uma faculdade mas que nunca conseguiu', seja por preguiça, seja por não ter condições. E num momento ele soltou: 'mas pra quê faculdade? Faculdade pra quê?'. 

"A vida é assim mesmo, a gente nasce, cresce, trabalha, tem filhos, paga as contas como pode, se vira como pode, trabalha em empregos que odeia, achando que um dia a coisa melhora, mas nunca melhora. Não para a maioria do povo, do povão, que fica velho e morre sem nada. Só o que nos resta é levantar todo dia, ir trabalhar e viver até quando Deus quiser", asseverava.

Falando como se tivesse engolido um rádio, o sujeito ainda disse que já tinha trabalhado para um empresário que tinha algumas lojas de móveis. Segundo o falador, 'o cara' tinha mormente a 5ª série e que mal sabia ler direito. 'O cara nunca foi para a faculdade e já era rico!', dizia ele. É claro que ele não sabia que a família do sujeito era meio mafiosa e já tinha grana. Mas, no entanto, o sujeito até que tinha certa razão, afinal, há muitas pessoas que nunca sequer pisaram numa escola e se deram bem na vida. Já muitas outras, inclusive letradas, formadas, com títulos e tudo mais nunca chegaram nem perto de serem síndicas de prédio, como dissera Eurico do sindicato. E a maioria da humanidade, com ou sem alfabetização, infelizmente, come o pão que os diabos politicopatas amassam com a bunda, diariamente. 

Também é fato que algumas pessoas nesse mundo tem uma sorte danada e se veem livres de ir para a Escola e para a Faculdade. E muitas pessoas tentam fazer das tripas coração para tentar conseguir um canudo universitário. Algumas conseguem, outras não mas no geral grande parte do povão, ainda que com faculdade, continua na mesma. Ou seja, bem na ponta da caneta, tanto a escola quanto a faculdade, embora obrigatórias e imprescindíveis segundo o 'Santo Estado', parecem uma grande perda de tempo, mais um tipo de distração para que as pessoas não prestem atenção no que realmente acontece no mundo. Isso, no entanto, não significa que o sujeito não deva buscar obter conhecimento, aprender alguma coisa que preste, ler, estudar, ainda que de maneira autodidata, por conta própria. 

A loteria da vida, o conhecimento e o desprezo de tudo isso, ou os negacionistas do saber

Curiosamente, ao longo de quase quatro décadas de vida, observo: tem sujeito que teve sorte na loteria da vida, teve uma boa família que lhe deu de tudo, amor, educação, perspectiva de um futuro melhor, apoio incondicional, uma boa escola, uma boa faculdade e possibilitou que tal sujeito pudesse, em alguns casos, fazer mestrado, doutorado, PhD etc. Tal sujeito leu trocentos livros, escreveu livros, estudou com profundidade os mistérios da vida e do Universo, mas, no entanto, viveu e vive, escondido atrás de ideologias, crenças e teorias anacrônicas, ilógicas, sem pé, nem cabeça, à idolatrar tiranos, genocidas, ladrões viciados em roubar dinheiro do povo, politicopatas, corruptopatas, religiopatas, sub-celebridades descerebradas e outros estelionatários da Vida! Ou seja, existe desprezo maior em relação à 'luz da vida'? Existe um negacionismo maior contra o próprio conhecimento? De que adianta o sujeito ficar vários anos estudando, obter 'tanto conhecimento' e ser um imbecil na vida prática, cego, surdo e  mudo diante da realidade? Defender corrupopatas, politicopatas, religiopatas e outros psicopatas e sociopatas? De fato, não adianta se dizer "intelectual", ter montes de título acadêmicos, ter lido caminhões de livros e ser imbecil na vida, defender corrupopata politicopata. E, infelizmente, há muitos imbecis do tipo por esse Mundo. Por outro lado, o povão, de uma forma geral, também nunca foi lá muito fã de escola, faculdade, essas coisas, porque como o gado, o povão é manejado, confinado e tratado para o abate, isto é, para servir como bucha de canhão, escravo, eterno explorado e, claro, obviamente, para legitimar a farsa que são os governos/regimes através de eleições. O que são os governos/regimes senão meras marionetes dos que realmente mandam no Mundo, os que tem grana pra chuchu e o Poder material de verdade, os mega ricaços, os 'um por cento' dos humanos que detém noventa e nove por cento das riquezas da Terra? Só não vê quem não quer ou é burro demais para tal!

Lá no interior onde fui parido, quando criança eu observava que muitos dos vizinhos de bairro diziam dar graças a Deus quando tinham que ir trabalhar de bóia fria para não ter que ire para a escola. Parece insano, mas é verdade. E claro, também havia entre os jovens que eram meio que obrigados a trabalhar de bóia fria, para ajudar no sustento da casa, aqueles que odiavam aquilo tudo e que gostariam de estar numa escola, numa faculdade, enquanto que muitos outros jovens, sortudos na loteria da vida, cujos pais lhes davam tudo, certamente estavam enchendo a cara de cachaça e o cu de maconha pelos bares próximos das universidades. É a vida! Enquanto uns tem o couro arrancado, outros passam bem. 

Mesmo diante de tais coisas da vida, o espírito livre e realista, deve, de fato, lutar como um Leão pra não morrer como um veado, e só conseguirá isso, vivendo de modo desapegado e de vez em quando ligando o botão de foda-se, senão, não vive!

Lembre-se disso quando olhar para as estrelas à noite

Um dos poucos filmes que cravaram fundo na minha mente é Mad Max. É impossível não lembrar de algumas falas e cenas. Uma dessas falas é sobre um dos personagens do filme Mad Max 1, Nightrider, bandido morto à quem os colegas de gangue dizem: "lembre-se dele quando olhar para o céu à noite". 

A nossa reflexão aqui é sobre o mal que há nesse mundo. O que de certa forma tem a ver com o Nightrider já que ele fazia parte de uma gangue brutal e violenta, no filme.

Já refletimos sobre o saco sem fundo do vazio da alma humana, um mal cada vez maior, fundamentado no apego doentio às coisas materiais, no consumismo absurdo, no materialismo mórbido, na ignorância e na fome de mais e mais que está a devorar o que resta da 'alma humana'. Refletimos sobre as tragédias e as desgraças humanas, sobre as crises fabricadas (como guerras, pandemias e caos na economia), refletimos também sobre a mega bolha do mega abismo social de injustiças e abusos criminosos, causada pelo acúmulo hediondo, criminoso e absurdo de 99% das riquezas da Terra nas mãos de menos de 1% dos humanos, e refletimos ainda sobre as mais variadas formas de violência e de brutalidade cada vez mais intensas e próximas de todos nós em toda a parte. Tudo isso, deve ser compreendido e, se possível, superado pelo espírito livre e realista, que 'Luta como um Leão pra não morrer como um Veado'. A maioria dos quase oito bilhões de viventes humanos, animais pensantes, são como os Veados na selva, sempre fugindo dos Leões e outros predadores até serem pegos e devorados, sem dó, nem piedade. Então cabe aos espíritos livres e realistas, escolherem ser como Leões ou como os Veados, devorar ou serem devorados. Claro, o Leão também terá seu dia derradeiro como todos os Seres vivos neste Planeta, mas até esse dia, O Leão vive como ele quer e faz o que ele quer. 

No entanto, como animais pensantes, obviamente, temos preocupações que transcendem a mera sobrevivência, embora, na ponta da caneta tudo seja sobre sobrevivência, adaptabilidade e evolução.  Diz Marcelo Nova na canção: Claro como a Luz, (Escuro como o Breu): "Eu preciso ter nervos de aço / E também de um pouco de sorte /Pois as pessoas que são frágeis / Elas atraem aquelas que são fortes". Se você for frágil atrairá os que estão fortes, ou seja, pode ser que atraia pessoas boas mas certamente você atrairá muito mais malucos que tirarão proveito de suas fraquezas e o devoraram em todos os sentidos. Então, escolha: quer ser Veado ou Leão na selva humana?

Falamos muito sobre sobreviver ao mal do Mundo e à humanidade em estágio avançado de putrefação mental, moral e espiritual, mas pouco falamos e pensamos sobre como sobreviver e superar o mal que também Está em nós.

O mal que há no Mundo e na maioria da humanidade também nos afeta individualmente. Ou seja, o mal  do Mundo cão também Está em nós e por causa desse mal, causamos mal a nós mesmos e a outros, e os outros também nos causam mal, especialmente, aqueles que dizem nos admirar, amar, respeitar ou 'querer bem', num círculo vicioso de maldades. Como escapar disso? É preciso pensar sobre isso, aceitar essa realidade e tentar encontrar uma solução. 

É inevitavelmente certo, que cedo ou tarde, em algum momento, alguém vai lhe enfiar a faca nas costas, assim como você também fará a alguém. É inevitável, até Sócrates, Sêneca, Jesus, seus avós, seus Pais, o Zé do Bar e tantos outros tiveram um momento desses, e, é possível, que até o final de uma vida, ainda tenhamos que aturar mais de uma trairagem e coisas do tipo.

A questão é: qual será o tamanho do estrago, o tamanho da ferida, se ela fechará, cicatrizará ou se ela ficará entreaberta e, sobretudo, qual será a possibilidade de morte já em vida por um ferimento desses? Se isso vai te matar de vez ou te fortalecer após uns tragos em meio às mágoas afogadas? 

Muitos até se suicidam por causa do mal que há na humanidade e por causa das desgraças da vida, por causa das trairagens e tudo mais, outros se vingam, como muitas mulheres histéricas e vingativas, que arrancam até as calças dos homens no divórcio e os jogam na sarjeta do mundo para transarem em paz com as ilusões que acham serem 'o verdadeiro amor de suas miseráveis vidas e vice-versa, afinal o homem, de modo geral, com raras exceções, também é canalha. 

Certa vez, numa dessas conversas de bar, onde a maioria comete sincericídio e depois se arrepende, tinha uma mulher defensora dos direitos da mulher, que estava à nossa mesa. Ela dizia que as Mulheres devem se defender e lutar pelos seus direitos. "Eu sou Mulher com M Maiúsculo e defendo Mulheres, falo de Mulheres de verdade, com Vagina de nascença e não os tipos que se travestem de Mulher inclusive pondo uma vagina postiça onde havia um pênis! Cada um faz o que quiser da porra da sua vida, ok? Não me entenda mal, mas eu defendo Mulher e não outros tipos", afirmara. Curiosamente, entre um gole e outro, ela ainda soltou o seguinte: "Sabe quando a mulher, como ser humano, foi um ser bom? Não foi no Jardim do Éden, antes de ser 'influenciada' pela Serpente e dar a maçã ao trouxa do Adão, não! A mulher, como ser humano, só foi boa quando não tinha voz, nem voto e sua única função era ser uma boa esposa e cuidar dos filhos. Depois disso, a mulher se perdeu, tentou ser homem e se tornou má, vingativa, histérica, ressentida e agora com tantos direitos liberais libertinos, ela se tornou igual ao homem canalha, talvez até pior! A história da ascensão das mulheres se confunde com A Revolução dos Bichos do George Orwell, ou seja, chegou a um momento na história, que [já se tornara impossível distinguir quem era homem, quem era porco], e a tendência é da coisa piorar ainda mais com homens tentando se passar por mulheres. Vai chegar um momento, de fato, que será muito difícil dizer quem é homem, quem é mulher e qual dos tipos de pessoas é a mais canalha, a mais víbora, a mais vingativa, a mais histérica! Não estou dizendo com isso que não existam pessoas boas, homens e mulheres, mas o fato da pessoa não se aceitar como ela veio ao mundo, é um direito dela e respeito isso, mas para mim é fraqueza de espírito. Penso que não há como uma pessoa ser melhor, renegando a si mesma, muito menos combater o mal que há nela! Para sermos melhores como humanos e até espiritualmente, precisamos primeiro nos aceitar como viemos a este mundo, esse é o primeiro desafio e é por isso que penso que as coisas vai piorar e muito ainda nesse mundo, diante de tanta confusão mental e sexual. Imagina uma dessas pesquisas por aí perguntando: quem trai mais, o homem ou a mulher? Primeiro terá que se saber quem é homem e quem é mulher de fato!", asseverou.

Refletindo sobre essa breve memória absurdamente tragicômica, embora pareça difícil hoje em dia saber quem é quem, observamos que as pessoas mudam até de sexo mas não mudam em relação ao mal que Está nelas e as trairagens continuam, as facas continuam entrando nas costas. Não adianta mudar de sexo e continuar sem caráter, sem escrúpulos!

Ou seja, o que nós, os espíritos livres e realistas, espíritos das letras, que tentamos Lutar como Leões para não morrer como Veados na selva humana, podemos fazer diante dessa merda toda? Quando as trairagens nos acertam, simplesmente, sentimos a lâmina entrando, dilacerando, o sangue escorrendo, a pontada da morte, e à medida que tudo se esvai, como o sangue, <<<Pensamos>>>, depuramos, processamos, ruminamos, cuspimos fora o que não presta e seguimos em frente, e sem medo, seguimos olhando para o abismo, encarando ele, sonhando com ele, fantasiando com ele, ou seja, olhando para trás, para todos os lados, mas seguimos em frente, como se todos fôssemos o próprio Bukowski no lugar dos personagens em 'Crônica de um amor louco' ou o Don Draper de Mad Men ou o Max "Mad" Rockatansky de Mad Max 1, 2 e 3 ou ainda, seguimos em frente como O Quasímodo ou Jean Valjean, Gilliatt ou Gwynplaine de Victor Hugo, antes que a Dama de Preto nos beije na boca e nos leve para sabe Deus lá onde! 

Sim, para suportar esse mundo humano tosco, onde já não se sabe quem é humano e quem é 'demônio', é preciso ser louco de verdade e 'ver além do alcance', tendo seu conhecimento, seu esclarecimento, seu estudo, sua pesquisa, sua leitura da realidade e sua reflexão como a sua 'espada justiceira'.

Assim, após quase quatro décadas de existência (que para mim parecem 300 anos) nesta dimensão da realidade, chego à conclusão de que "quase tudo" nesse mundo é ilusão, faz de contas, sem sentido, ruim, perverso, nefasto, brutal, bizarro, medíocre, superficial, idiota, tosco, tragicômico. Mas, nem tudo. 

Não há nada mais grandioso que as pequenas coisas da vida

Como disse, "quase tudo" é ilusão e mal. Isto significa que, mesmo nesse mega umbral que é a vida humana na Terra, ainda há, por mais incrível que pareça, para a nossa tragicômica sorte, pequenas grandes coisas que nos permitem suportar a vida intrafísica como ela é, nua e crua, quente e fria, sem sentido e, ao mesmo tempo, em contínua tentativa de construção de um sentido, sobretudo, suportar os muitos imbecis que perambulam por aí, desde um vizinho insuportavelmente idiota, um imbecil na fila do mercado aos macacos falantes politicopatas, corruptopatas, mafiosos, terroristas e criminosos em geral com grana, aqueles seres bizarros que se acham donos das cidades, Estados, Países e do Planeta Terra. 

Chego à conclusão, nessas quatro décadas, que de fato quase nada disso vai mudar, não para melhor, mas sempre para o pior. Haverão aqui e acolá, alguns momentos de ilusão de estabilidade e de melhoria, mas serão meros momentos de ilusão de estabilidade e de melhoria. Tudo assim será, tosquice e mais tosquice, entre tragédias e comédias, até que a humanidade seja varrida do mapa sideral como os dinossauros ou a Terra seja detonada, o que acontecer antes.

Contudo, chego à conclusão que, por isso mesmo, não podemos mais perder o tempo precioso de nossas vidas com os males do mundo e da humanidade em estágio avançado de putrefação mental, moral e espiritual. Isso não significa que aceitaremos tudo numa boa, numa ilusão de paz total e ou num 'tanto faz total'. Ao contrário, é por ter Consciência e Esclarecimento suficientes para saber que as coisas da vida continuarão acontecendo, que a humanidade continuará sua marcha para a sua auto-extinção, e que o mal sempre Estará por aí, assim como o bem, pois um depende do outro para existirem, é que compreendemos que não podemos perder tempo precioso se preocupando com tais coisas, porque sabemos que elas não vão mudar, independente do que façamos. Diante disso, seguimos em frente, olhando para a frente, mas sem temor algum, olhando para trás quando quisermos e para todos os lados, mas sem se preocupar demasiadamente com tudo o que ocorre no mundo e à nossa volta, também nas relações interpessoais, porque tudo é infinitamente pequeno e secundário diante da Imensidão Cósmica, da Incomensurabilidade da Vida e da Inefabilidade da Existência, capiti?

Já há alguns anos, sempre que me pego 'fulo' com a tosquice humana e a minha própria tosquice e refletindo sobre elas, principalmente, à noite, vou ao fundo do quintal e olho para as estrelas e concluo, de vez, que: 'diante da Imensidão Cósmica, da Incomensurabilidade da Vida e da Inefabilidade da Existência', tudo isso, isto é, toda a tragicomédia humana na Terra, é menos que poeira cósmica ao vento sideral, parafraseando com a canção 'Dust in the wind, de Kansas'. 

Quer ver como isso é verdade? Observe quando estamos correndo grande risco de vida, à beira da morte ou quando as raríssimas pessoas que nos importam ou nossos bichos de estimação morrem ou estão para morrer.  Observe que todos os problemas, todas as diferenças, toda a raiva, todo o ressentimento, todas as brigas, as tosquices, as idiotices, enfim, todas as coisas se tornam sem sentido. Tudo, de fato, se torna infinitamente pequeno, como mera poeira cósmica ao vento! Não é? Nessas horas percebemos, embora profundamente tristes, que tudo é passageiro, que tudo tem data de validade, e que todos os problemas, ainda que pareçam gigantescos, intransponíveis, são perda de tempo, menos que nada. Tudo, chega a ser menos que mera poeira cósmica ao vento sideral e o mais importante, quão valorosas são as pequenas coisas da vida! De fato, não há nada mais grandioso que as pequenas coisas da vida.

É por isso que ao lutar como Leões, temos de ter Consciência, enquanto espíritos livres e realistas, que não fazemos apenas por sobrevivência, como os Leões na selva, isto é, não fazemos apenas por coisas e satisfações nesse mundo, mas para vivermos bem conosco mesmo e com as raríssimas pessoas e seres que realmente nos importam, deixando tudo que é secundário para trás. Lembre-se disso quando olhar para as estrelas à noite. 

Resumindo: todos os bilhões de seres humanos viventes nessa Terra chegam num ponto que tem de escolher entre ser Veado ou Leão na selva humana. A maioria, já Cordeirinho, escolhe ser Veado. Ou seja, muitos são os Veados, poucos são os Leões. 

No fundo, os espíritos verdadeiramente livres, que vivem a vida intensamente e dela nunca arredam o pé, a enfrentam com unhas e dentes, sempre suportarão, não sem alguma reação inimaginável, todas as coisas da vida, as trairagens, as vicissitudes, as consequências de suas próprias escolhas, as desgraças, as tragicomédias, as injustiças e superarão até as piores coisas porque sabem que não há outro caminho senão o da Inteligência, da lógica e da simplicidade, da busca da verdade e do Esclarecimento, da adaptabilidade para evoluir e ainda encontrar alguma alegria e ter Tesão pela vida. O espíritos livres e realistas, os espíritos verdadeiramente fortes, sempre lutarão com Leões para não morrerem como Veados porque sabem que a vida aqui e do outro lado, ou seja, neste Mundo e em todos os Mundos possíveis, sempre foi, é e sempre será uma selva só, onde prevalece 'a moral dos mais fortes', 'onde os fracos não tem vez'.

Emerson Rodrigues

E-Kan

13/04/2022

Brasil. 21:36


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SOBRE O AUTOR: Emerson Rodrigues, E-Kan, é Filósofo Realista/Autodidata/Autor/Editor de Mídias, brasileiro, há mais de duas décadas na estrada escrevendo de maneira livre e realista sobre Brasil, Povo, Mundo, Política, Filosofia, Realismo, Filosofia Realista e Supra Realista, Extrafísica e outras coisas. Tem 09 Livros Publicados de maneira independente (Vide mais abaixo). Emerson Rodrigues também assina como E-Kan, que é a abreviatura de Eghus Kaninnri. Para saber mais sobre o autor e ler diversos outros textos, vasculhe o blog: https://realismologia.blogspot.com.

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Lista de livros de Emerson E-kan já oficialmente publicados: 

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17 livros publicados até o ano de 2022


Lista de livros publicados:


- Trabalho Cerebral (Outubro de 2022)


- Vidas Fakes (Outubro de 2022)


- Filosofia Supra Realista (Agosto, 2022)


- Os três pontos de virada na vida (Agosto, 2022)


- Sobrevivendo às merdas da vida, manual prático contra o suicídio. (Agosto, 2022)


- Miscelânea Insólita - Aforismos, poesias, experiências e pensamentos (2022)


- Andarilhos Errantes (2022)


- A.C.O: Ampliação da Capacidade de Observação (2022)


- Lutando como um Leão pra não morrer como um Veado (2022)


- Do WikiLeaks a Lava Jato: a corrupção que mata (2022)


- João Thomaz e Panda: duas crônicas insólitas (2021)


- Teoria da Humanidade Zero (2021)


- As Redes Umbrais Sociais (2021)


- Raul Seixas & A Filosofia. A Arte de Ser um Maluco Beleza (2019)


- Como os ricos corruptopatas e os políticos politicopatas roubam impunemente? (2019)


- Consciencialismo Realista (2019)


- Diabo mulher (2018)


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Brasil,14/04/2022, 00:45, Quinta-feira. Madrugada tranquila, tempo frio mas suave.  última revisão: 01/08/2022 - 15:22


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