Sobre Espiritualidade, Deus etc


Pelo nível de compreensão da vida que atingi e pela própria disposição de espírito, posso dizer tranquilamente que não sou espiritualista e nem religioso. Também não sou ateu. Fui criado, compulsoriamente, em ambiente católico de cidade pequena, participei de movimento espírita Kardecista por vários anos, li, estudei e fui a fundo em quase todas as obras do espiritismo no Brasil, mas, como Waldo Vieira, cai fora do movimento por não concordar com muitas coisas que, para mim, pareciam baboseiras, sobretudo, muitas coisas que as lideranças e boa parte dos crentes espíritas acreditam, fazem e falam. Também estudo, há muito tempo, de maneira severamente crítica a extrafísica e tudo mais e, posso dizer que há muita picaretice, tem muito espiritualistopata, religiopata, estelionatário da fé.

Contudo, claro, penso que também há, entre a multidão de charlatões, estelionatários da fé, crentelhos que ultrajam sua própria fé e os muitos bandidos travestidos de religiosos, pessoas de boa-fé, pessoas que honram aquilo em que acreditam pelas próprias obras beneficentes em prol do próximo, da comunidade, da humanidade em geral. Pouquíssimas pessoas de verdade nesse segmento, mas há e é por isso, que apesar dos 'caminhões de canalhas', não se pode jogar tudo e todos na vala comum da infante e grosseira generalização. 

E após tantos anos, vivenciando e estudando religiões, crenças, espiritualidade, extrafísica, reitero, chego a conclusão que não sou espiritualista, nem religioso e muito menos ateu. Digamos que não acredito mais em nada, muito menos nas picaretices, mas também, não descarto as coisas sérias, que a mim me parecem ter um fundo de verdade, ao contrário, estudo, aprofundo e analiso tudo com muita cautela, crítica e severidade.

Penso que há muito mais do que há, sim. Mas, obviamente, não penso como a maioria. Aliás, penso que achar que, diante da Incomensurabilidade Cósmica Interestelar e do pouquíssimo que sabemos sobre a Realidade da Incomensurabilidade Cósmica Interestelar, a Incomensurabilidade da Vida e a Inefabilidade da Existência, não existe algo mais, é de uma soberba e de uma estupidez, gigantescas. 

Penso que há muito mais, sim. Mas, como é de fato esse 'algo mais', aí só outros quinhentos. Em toda a história da aventura humana sobre a Terra, o animal pensante sempre imaginou e vai continuar imaginando o que pode existir e acontecer no 'além túmulo'. A maior preocupação humana sobre 'o além', a extrafísica, é em relação às consequências dos atos em vida.  É por isso que, como diz a canção da Banda Blitz, 'todo mundo quer ir pro Céu mas ninguém quer morrer'. :)

Contudo, quem dentre os bilhões de animais pensantes, limitados, imperfeitos, problemáticos, que passam uma vida inteira numa guerra contra a própria mente, coerções sociais, sentimentos, medos, contra a moral (uma invencionice humana), pode dizer, com exatidão, o que será ou deixará de ser, sobretudo, como funcionam 'as leis extrafísicas', no 'mundo além'? Penso que ninguém. Então, diante dessa incomensurabilidade e inefabilidade Cósmica, seguimos teorizando, imaginando, acreditando, sonhando, idealizando, ignorando os fatos, sobretudo, ultrajando a razão, a simplicidade e a lógica.

Princípio da Incomensurabilidade, segundo E-Kan



Princípio da Incomensurabilidade, segundo E-Kan: "o que não poder ser mensurado, não pode ser definido". Aplicando esse simples conceito lógico às questões Cósmicas Existenciais, temos o Princípio da Incomensurabilidade Cósmica: "reduzir todo o Cosmos, que não conhecemos, ao conhecimento humano, é o mais absurdo erro lógico. É tragicômico, ridículo. Portanto, dizer, com certeza absoluta, que algo não existe para além da realidade do Universo-observável tangível, tendo como base apenas a infinitesimal pequenez do conhecimento humano é o cúmulo do absurdo e da soberba humana e muito pior ainda: é se limitar e se fechar para todas as infinitas possibilidades da vida em toda a sua incomensurabilidade e inefabilidade Existencial.
 

Diante da Incomensurabilidade Cósmica Existencial, afirmar, com certeza absoluta, que a extrafísica/espiritualidade é uma quimera, uma ilusão ou uma invencionice, 'que nada disso existe e ponto final', é o mesmo que dizer que conhece todo o Cosmos e todas as possibilidades da Vida, incluindo o conhecimento total de todo esse nosso Universo-observável tangível, todos os Universos-observáveis tangíveis, todos os Universos Não-observáveis intangíveis, todas as realidades e supra realidades em todas as dimensões em todos os mundos possíveis. Ou seja, é incomensuravelmente ridículo, tragicômico. Contudo, afirmar com exatidão como tudo é ou pode ser na extrafísca/espiritualidade, é algo igualmente absurdo, ilógico, ridículo, tragicômico. Resumindo: diante da Incomensurabilidade Cósmica Interestelar, tudo está em aberto e tudo é possível. Como assim? Repito: diante da Imensidão Cósmica Interestelar, da Incomensurabilidade da Vida e da Inefabilidade da Existência, todo o nosso Conhecimento, a nossa mais pura e sincera forma de fé/crença, a nossa mais profunda Filosofia e a nossa mais elevada Ciência são ínfimos, tacanhos e não passam de uma pequena parte da infinitesimal partícula de poeira cósmica pensante que nós somos, em todos os sentidos.      

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*[...] Incomensurabilidade metodológica

A incomensurabilidade metodológica é a ideia de que não há padrões objetivos e compartilhados de avaliação da teoria científica, de modo que não existam padrões externos ou neutros que determinem univocamente a avaliação comparativa de teorias concorrentes.[6] Esta ideia foi desenvolvida a partir das rejeições de Kuhn e Feyerabend da visão tradicional de que uma característica distintiva da ciência é um método científico uniforme e invariável, que permanece fixo ao longo de seu desenvolvimento.[7][8] Feyerabend argumentou, em 1975, que todas as regras metodológicas propostas foram frutificamente violadas em algum momento no decurso do avanço científico, e que, somente ao violar tais regras, os cientistas poderiam ter feito progresso. Ele concluiu que a ideia de um método científico fixo, historicamente invariante, é um mito. Para ele não há regras metodológicas universalmente aplicáveis.

Kuhn desafiou a visão tradicional do método científico como um conjunto de regras, alegando que os padrões de avaliação teórica, como simplicidade, precisão, consistência, alcance e fecundidade, dependem e variam de acordo com o paradigma atualmente dominante. Ele argumentou que não há "algoritmo neutro para a escolha da teoria, nenhum procedimento de decisão sistemático que, aplicado corretamente, deve necessariamente levar cada indivíduo no grupo à mesma decisão".[9] Kuhn desenvolveu a ideia de que tais padrões epistêmicos não funcionam como regras que determinam a escolha da teoria racional, mas como valores que meramente o guiam.[10] Diferentes cientistas aplicam esses valores de forma diferente, e eles podem mesmo puxar direções diferentes, de modo que possa haver desacordo racional entre cientistas de paradigmas incomensuráveis, que apoiam diferentes teorias devido à sua pesagem dos mesmos valores de maneira diferente. [...] (Via Wikipédia)

 (In___Livro: Trabalho Cerebral, E-Kan).

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