Sobre espiritualidade, Deus, etc...
Pelo atual nível de compreensão da vida que atingi e pela própria disposição de espírito, posso dizer tranquilamente que não sou espiritualista e nem religioso. Não, no sentido compreendido pela maioria.
Sou um realista duro na queda? Isso posso dizer agora, estando na estrada dos quarenta rumo a estrada dos cinquenta, num momento da vida que tudo pode acontecer, a qualquer momento, coisas extraordinariamente interessantes, 'boas' e, principalmente, o inevitável dos inevitáveis.
Também não sou ateu, muito menos um ateu à toa. Aliás, penso que jamais teria saco para ser ateu, ficar mantendo a pose de sabichão a todo o momento, como se soubesse tudo e mais um pouco. Não, não tenho essa índole. Contudo, essa visão crítica que tenho do ateísmo não significa que eu 'desteste todos os ateus', mesmo porque existem ateus gente boa por aí.
Fui 'criado', compulsoriamente, em ambiente católico de cidade pequena, batizado, crismado, ia à missa, confessava e comungava, mas depois de um tempo, larguei mão por livre e espontânea rebeldia à dogmas, ritos e cerimônias. Gosto do ambiente das igrejas, sua arquitetura, gosto principalmente quando não tem ninguém nelas. Após alguns anos, num momento de vácuo existencial, participei de movimento espírita Kardecista. E lá, por vários anos, li, estudei e fui a fundo em quase todas as obras do espiritismo no Brasil, inclusive trabalhei em entidades filantrópicas espíritas como Lar de Idosas, etc. Mas, como Waldo Vieira, caí fora do movimento espírita Kardecista por não concordar com muitas coisas que, para mim, pareciam baboseiras, sobretudo, muitas coisas que as lideranças e boa parte dos crentes espíritas acreditam, fazem e falam.
Toda religião, salvo raríssimas exceções, em sua essência, também se resume a negócios, poder e pose. Com efeito, o espiritismo no Brasil quer se postar não apenas como uma religião, mas como algo mais, 'algo melhor que as outras religiões', algo filosófico e científico e esse é o erro, a farsa, a grande conversa para boi dormir do espiritismo kardecista. Mas, não pretendo me aprofundar nessas questões, aqui. Embora tenha uma visão crítica, penso que espiritualidade e religião são questões muito pessoais e respeito a religião, a crença e a fé de todos, desde que não me amolem com as pregações e as tentativas de lavar cérebros. E sim, também existem pessoas muito boas no espiritismo do Brasil.
Leia: Os que emporcalham a própria fé e os que dignificam a sua fé
Com efeito, há muito tempo estudo de maneira severamente crítica a extrafísica e tudo mais e, posso dizer que há muita picaretice, tem muito espiritualistopata, religiopata, estelionatário da fé.
Contudo, claro, penso que também há, entre a multidão de charlatões, estelionatários da fé, crentelhos que ultrajam sua própria fé e os muitos bandidos travestidos de religiosos, pessoas de boa-fé, pessoas que honram aquilo em que acreditam pelas próprias obras solidárias e beneficentes em prol do próximo, da comunidade, da humanidade em geral. Esses verdadeiramente bem intencionados, a meu ver, são a minoria da minoria. A maioria, diria 99,999% é, máxima data vênia, picareta, crentelho fanático ou ignorante.
Quer conhecer uma pessoa que honra a sua fé, aquilo em que acredita? Observe o nível de solidariedade dela e asua discrição. Pessoas espiritualistas de verdade, pessoas 'boas' de verdade, são ultra-solidárias e fazem tudo de uma forma que ninguém fica sabendo, só elas e o Deus e os entes em que acreditam. Esse tipo de pessoa, eu louvo com o máximo respeito e aprendo muito com ela, mesmo não sendo da 'vibe' dela.
De fato, há pouquíssimas pessoas de verdade nesse meio da 'religião e espiritualidade', mas há e é por isso, que apesar dos 'caminhões de canalhas', não se pode jogar tudo e todos na vala comum da infante e grosseira generalização. E isso, essa forma direta de analisar as coisas, saber quem é quem, observar quem é quem, serve para quase tudo na vida.
E após tantos anos, vivenciando e estudando religiões, crenças, espiritualidade, extrafísica, reitero, chego a conclusão de que não sou espiritualista, nem religioso e muito menos ateu.
Digamos que não acredito mais em nada do que foi escrito, falado e pensando pelo bando de animais falantes que se acham pensantes, também autoproclamado 'humanidade', muito menos nas picaretices, mas também, não descarto as coisas 'com cara de sérias', que a mim me parecem ter um fundo de verossimilhança (se é que podemos de fato chegar a uma verdade relativa de ponta em questões metafísicas ou extrafísicas), ao contrário, estudo, aprofundo e analiso tudo com muita cautela, crítica e severidade. Mas, sem me estressar mais como fazia antes, na juventude.
Penso que há muito mais do que há, sim. Mas, obviamente, não penso como a maioria.
Aliás, penso que achar que - - - diante da Incomensurabilidade Cósmica Interestelar e do pouquíssimo que sabemos sobre a Realidade da Incomensurabilidade Cósmica Interestelar, a Incomensurabilidade da Vida e a Inefabilidade da Existência - - - não exista algo mais, é de uma soberba e de uma estupidez gigantescas. E penso, severamente, que a ciência tradicional e academicista, extremamente importante para as nossas vidas, vacila ao se fechar para tais possibilidades diante dessa imensidão toda.
Penso que há muito mais, sim. Mas, como é de fato esse 'algo mais', aí são outros quinhentos. Podemos imaginar, acreditar, achar, sonhar, idealizar, romantizar, ler as ficções e relatos religiosos de outros sobre o assunto, 'as estórinhas', sobre o que há depois no 'além', ver mil filmes e séries sobre o assunto, mas dizer como é 'a coisa toda' de fato, penso que é muita picaretice. E mesmo que você, hipoteticamente, de alguma forma tenha ido lá e voltado, a sua visão sobre 'lá' é muito íntima particular. Outros terão outra visão etc.
Em toda a história da aventura humana sobre a Terra, o animal pensante sempre imaginou e vai continuar imaginando o que pode existir e acontecer no 'além túmulo'. Muito por medo da morte e do inevitável fim de tudo nesta dimensão material.
A maior preocupação humana sobre 'o além', a extrafísica, é em relação às consequências dos atos em vida.
É por isso que, como diz a canção da Banda Blitz, 'todo mundo quer ir pro Céu, mas ninguém quer morrer'. :)
Contudo, quem dentre os bilhões de animais pensantes, limitados, imperfeitos, problemáticos, que passam uma vida inteira numa guerra contra a própria mente, vícios, manias, coerções sociais, sentimentos, medos, em guerra contra a moral (uma invencionice humana, de uns (a elite) para controlar a outros (povo)), pode dizer, com exatidão, o que será ou deixará de ser, sobretudo, como funcionam 'as leis extrafísicas', sobretudo, quem poderá dizer como funciona o 'mundo além' (se é que de fato existe)???
Penso que ninguém. Ninguém pode dizer de fato como é ou como será. Primeiro, porque, penso, para cada um é uma 'coisa diferente' e deve ter a ver com o grau de compreensão da vida. (Os espíritos só veem aquilo que querem ver, dizem). Diria, dentro desse contexto aqui, que os espíritos só veem aquilo que querem ver, mas sobretudo, aquilo que conseguem ver. Um ignorante não verá nada de esplêndido numa obra de arte. Assim como um bilionário ou até mesmo um super-erudito pode não entender o valor e o prazer de um simples pão com margarina com sal e café.
Então, quando penso no 'de acordo com o grau de compreensão da vida', penso em algo muito maior e especial e que cada um alcança conforme seus próprios esforços, independentemente da condição neste mundo. Há pessoas que mesmo sofrendo muito não aprenderam nada ou muito pouco e reproduzirão a violência sofrida. Há pessoas que sofrerão horrores com resiliência e até com um sorriso no rosto. Há pessoas que aprendem a todo o momento, com tudo e todos, facilmente. Há pessoas que só aprendem na dor. E há pessoas que se limitam achando que a dor é tudo, ou que já sabem tudo, etc, etc etc. Cada um, conforme o 'grau de compreensão da vida', isto é, cada um vê este mundo como consegue vê-lo. E, por isso, penso, cada um verá o outro mundo, a extrafísica, a espiritualidade, a incomensurabilidade cósmica, como consegue ver.
Então, diante dessa incomensurabilidade e inefabilidade Cósmica, seguimos pensando, refletindo, escrevendo, teorizando, imaginando, acreditando, sonhando, idealizando, ignorando os fatos, sobretudo, ultrajando a razão, a simplicidade e a lógica. Mas, sobretudo, atrás daquilo que é verdadeiro ou que nos parece verdadeiro e bom. Todo o resto é secundário. Seguimos fazendo o diabo na Terra, esperando ir para um Paraíso de felicidade, gozo e delícias eternas.
Em termos práticos
Reafirmo que diante da Incomensurabilidade Cósmica tudo é possível, tudo está em aberto e seria burrice estarmos fechados para as infinitas possibilidades da Vida. Agora, reitero, dizer como é ou deixa de ser 'o outro lado', o 'além', etc, é, novamente máxima data vênia, muita pilantragem, é estelionato existencial e espiritual. Há bons lugares? Maus lugares? Lugares meia boca? Provavelmente. Mas, quem poderá dizer e descrever detalhadamente como são esses lugares? Bom se desse para levar uma câmera ou celular junto ao 'Além', não é? (Contém ironia).
Às vezes imagino que a sistemática de vivências em tais lugares é parecida com essa tragicomédia que temos aqui. Quer dizer, quase ninguém se importa de verdade, raríssimos são os 'espíritos' despojados e desapegados que agem porque assim desejam em prol do bem de outros. A maioria é ignorante, mesquinha, problemática, violenta, raivosa, corrupta em amplos os sentidos, cheia de manias, vícios, defeitos, complexos, âncoras e age em face dos próprios interesses, até mesmos muitos dos que se dizem 'bonzinhos' agem por interesse, esperando 'alcançar posições mais elevadas'. Até eu ajo por interesses, os meus interesses de não ter interesses para além de apenas viver 'de boas', na simplicidade, tanto quanto possível for, 'na minha' e perto da ninha gente de verdade, dos meus bichos/irmãos sencientes e, claro, sempre no meio da livraiada, sempre em busca de mais conhecimento, sobretudo, em busca de um Esclarecimento Maior, para ser melhor, ou pelo menos, menos pior, etc.
Contudo, como aqui, na Terra, penso que há, no 'Além', 'as elites que ficam no bem bom', enquanto miríades de miseráveis 'espiritualmente', se arrebentam entre si em disputas, conflitos e no caos mental, moral, espiritual, na desigualdade, injustiças e abusos criminosos. Todos lutando 'por um lugar à luz'.
Máxima data vênia, na prática, penso que o mundo espiritual também é um mundo cão, onde os fracos não tem vez e prevalece a moral dos mais fortes, como penso ser aqui na Terra, nessa realidade e em toda a Incomensurabilidade Cósmica, uma 'Incomensurabilidade Cósmica, Cão', onde no fundo é cada um por si, e 'sorte' de quem tiver alguém de verdade para dividir um pouco a carga de Ser, a fodeção de existir.
Contudo, de minha parte, apesar de todos os pesares, dessa visão que para outros parecerá 'ultra-pessimista', mas que entendo como meramente realista, penso que o Amor é A Lei Transformadora da A Vida em toda a Incomensurabilidade Cósmica, em todos os Universos e mundos possíveis. O Amor, entendido aqui como algo maior, elevado, é a Ressignificação das ressignificações. Logo, onde existir Amor de Verdade, a Vida e tudo a sua volta se Ressignificarão e seguirão seu rumo, como Viajantes da Luz na Escuridão. Até o Colapso Final, porque, teoricamente (vide aqui), tudo Colapsará um dia, até mesmo a Incomensurabilidade Cósmica.
No entanto, enquanto o Colapso Final não chega, espero que quando chegar a minha hora derradeira de passar desse para o outro lado do rio da vida, então, no 'Além' de fato, pelo menos tenha livros e pessoas interessantes para trocar ideias, além de gatos e cachorros.
___Kan
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Princípio da Incomensurabilidade
O Princípio da Incomensurabilidade, para mim, E. E-Kan, se resume simplesmente em: "o que não poder ser mensurado, não pode ser definido".
Aplicando esse simples conceito lógico às questões Cósmicas Existenciais, temos o Princípio da Incomensurabilidade Cósmica: "reduzir todo o Cosmos, que não conhecemos, segundo o conhecimento humano, é o mais absurdo erro lógico.
É tragicômico, ridículo. Portanto, dizer, com certeza absoluta, que algo não existe para além da realidade do Universo-observável tangível, tendo como base apenas a infinitesimal pequenez do conhecimento humano é o cúmulo do absurdo e da soberba humana e muito pior ainda: é se limitar e se fechar para todas as infinitas possibilidades da vida em toda a sua incomensurabilidade e inefabilidade Existencial. E A Vida tem muitas possibilidades. Ah, se tem.
Dessa forma, penso que diante da Incomensurabilidade Cósmica Existencial, afirmar, com certeza absoluta, que a extrafísica/espiritualidade é uma quimera, uma ilusão ou uma invencionice, 'que nada disso existe e ponto final', é o mesmo que dizer que conhece todo o Cosmos e todas as possibilidades da Vida, incluindo o conhecimento total de todo esse nosso Universo-observável tangível, todos os Universos-observáveis tangíveis, todos os Universos Não-observáveis intangíveis, todas as realidades e supra realidades em todas as dimensões em todos os mundos possíveis.
Ou seja, novamente, é incomensuravelmente ridículo, tragicômico. Contudo, afirmar com exatidão como tudo é ou pode ser na extrafísca/espiritualidade, é algo igualmente absurdo, ilógico, ridículo, tragicômico.
Resumindo: penso firmemente que, diante da Incomensurabilidade Cósmica Interestelar, tudo está em aberto e tudo é possível.
Como assim?
Máxima data vênia às opiniões em contrário, penso firmemente que diante da Imensidão Cósmica Interestelar, da Incomensurabilidade da Vida e da Inefabilidade da Existência, todo o nosso mais elevado Conhecimento, a nossa mais pura e sincera forma de Fé, a nossa mais profunda Filosofia, a nossa mais ousada Tecnologia, a nossa mais alta Ciência e a nossa mais elástica Imaginação são ínfimos, tacanhos, tragicômicos e não passam de uma pequena parte da infinitesimal partícula de poeira cósmica pensante que nós ainda somos, em todos os sentidos.
*[...] Incomensurabilidade metodológica
A incomensurabilidade metodológica é a ideia de que não há padrões objetivos e compartilhados de avaliação da teoria científica, de modo que não existam padrões externos ou neutros que determinem univocamente a avaliação comparativa de teorias concorrentes.[6] Esta ideia foi desenvolvida a partir das rejeições de Kuhn e Feyerabend da visão tradicional de que uma característica distintiva da ciência é um método científico uniforme e invariável, que permanece fixo ao longo de seu desenvolvimento.[7][8] Feyerabend argumentou, em 1975, que todas as regras metodológicas propostas foram frutificamente violadas em algum momento no decurso do avanço científico, e que, somente ao violar tais regras, os cientistas poderiam ter feito progresso. Ele concluiu que a ideia de um método científico fixo, historicamente invariante, é um mito. Para ele não há regras metodológicas universalmente aplicáveis.
Kuhn desafiou a visão tradicional do método científico como um conjunto de regras, alegando que os padrões de avaliação teórica, como simplicidade, precisão, consistência, alcance e fecundidade, dependem e variam de acordo com o paradigma atualmente dominante. Ele argumentou que não há "algoritmo neutro para a escolha da teoria, nenhum procedimento de decisão sistemático que, aplicado corretamente, deve necessariamente levar cada indivíduo no grupo à mesma decisão".[9] Kuhn desenvolveu a ideia de que tais padrões epistêmicos não funcionam como regras que determinam a escolha da teoria racional, mas como valores que meramente o guiam.[10] Diferentes cientistas aplicam esses valores de forma diferente, e eles podem mesmo puxar direções diferentes, de modo que possa haver desacordo racional entre cientistas de paradigmas incomensuráveis, que apoiam diferentes teorias devido à sua pesagem dos mesmos valores de maneira diferente. [...] (Via Wikipédia)
E. E-Kan
Filosofia Insólita e Trabalho Cerebral
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