O Pensador de verdade 'não tá nem aí' para seguidores, curtidas, compartilhamentos, aplausos, bajulações e frivolidades

Já disse e repito quantas vezes forem necessárias: diante da imensidão cósmica interestelar, da incomensurabilidade da vida e da inefabilidade da existência, ainda somos meras partículas de poeira cósmica pensantes ou, no máximo, animais falantes e filosofantes. Logo, o que alcunhamos de conhecimento é uma pilhéria, uma galhofa. Com efeito, o Pensador  de verdade não está 'nem aí' para aprovação, aplausos, seguidores, curtidas, compartilhamentos e demais bajulações nas redes umbrais sociais e em lugar algum porque escreve para si mesmo e para os poucos que pretendem seguir a si mesmos. Ou seja, a recíproca aos que também 'são de verdade', é verdadeira.

Nietzsche, no aforismo 330 de "A Gaia Ciência", diz:

[...] 330 -  Aprovação -  O pensador não tem necessidade de nenhuma aprovação e, tampouco, de aplauso, desde que esteja certo dos seus próprios aplausos; esses, pelo contrário, não pode dispensá-los. Existirá homens que possam despender qualquer espécie de aprovação? Duvido; e quando Tácio, que não caluniava
o sábio, dizia, não excetuando o mais sábio dos sábios: quando "etiam sapientibus gloriae cupido novissima exuitur" (ainda para os sábios o desejo de glória é o último de que desistem); isso significava para ele "nunca". [...]

Resumindo: como espíritos livres, realistas, de letras, também, como pensadores, sabemos que a glória, a mediocridade ou a desgraça, inevitavelmente, dependem apenas de nossas ações e do nosso grau de compreensão da vida em toda a sua incomensurabilidade, e por isso, dizemos: "tanto faz". Ou seja, goste ou não, acredite ou não, a nossa visão de mundo é essa, auto-evolutiva, clara, objetiva, sincera, lógica, simples, esclarecida, intelectualmente honesta, circunspecta, carregada de sangue, de vida, de experiência e alma nas letras escritas e nos pensamentos pensados e, portanto, independente de qualquer tipo de aprovação. Assim, a visão que alguns incapazes da mais simples análise e compreensão tiverem sobre nós, nossas letras e pensamentos, não altera a realidade da nossa existência, como dirá,  'Sakola Man': "O tesão que alguns tem por mim não altera a minha realidade". Ou seja, rimos ironicamente como "O Cavalheiro" de Franz Hals, 1624".


(In___ Livro: Miscelânea Insólita - Aforismos, poesias, experiências e pensamentos, E-Kan, 2022). (Imagem: O Cavalheiro Rindo, de Franz Hals, 1624).

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