O que você acha que sabe? Hum?


Diante da Imensidão Cósmica Interestelar, da Incomensurabilidade da Vida e da Inefabilidade da Existência, ainda somos meras partículas de poeira cósmica pensantes.


Logo, todo o nosso conhecimento, a nossa mais sincera forma de fé, a nossa mais profunda filosofia, a nossa mais fodástica tecnologia e a nossa elevada Ciência são ínfimos, tacanhos, tragicômicos e não passam de uma pequena parte da infinitesimal partícula de poeira cósmica pensante que nós somos, em todos os sentidos.

Ademais, o que achamos que sabemos diante dessa imensidão?

Nada, ou quase nada.

Imagine um iceberg.

A ponta do iceberg: o que achamos que sabemos.

A maior parte do iceberg: o que não sabemos.

O Oceano: o que se sequer imaginamos.

----

A Arrogância Cósmica do Homo Sapiens: um ensaio tragicômico sobre o nada

Num universo que nem liga pra nossa existência, o ser humano continua a bater no peito como se fosse o protagonista de uma novela cósmica. Mal sabe ele que, diante da vastidão interestelar e da dança silenciosa das galáxias, não passa de um farelo pensante perdido no sofá poeirento do multiverso. A nossa fé, ciência, filosofia e tecnologia — por mais tunadas e fodásticas que pareçam — são apenas brinquedinhos de criança num parquinho cósmico cujo manual de instrução ninguém nunca viu.

A real é que a gente tá mais pra figurante de luxo num teatro que não pediu plateia. A ciência? Linda. A filosofia? Profunda. A tecnologia? Brilhante. Mas tudo isso, diante do tamanho do rolê cósmico, é só a ponta da unha do mindinho da ignorância humana.

Sabe aquele papo de "a ponta do iceberg"? Pois é, o que a gente acha que sabe é essa pontinha ridícula boiando. Embaixo, tem um mundaréu do que não sabemos — e, pior ainda, um oceano inteiro de coisas que nem imaginamos. A humanidade se comporta como um peixe dourado em aquário, achando que entendeu o oceano só porque viu o ralo da pia.

No fim, a humildade intelectual deveria ser o ponto de partida, não o de chegada. Porque enquanto a gente debate metafísica tomando café, o universo segue sua festa psicodélica de supernovas e buracos negros — e nem mandou convite.

___E. E-Kan 

Referências:

CARL SAGAN. Pálido Ponto Azul: uma visão do futuro da humanidade no espaço. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.

HAWKING, Stephen. Uma breve história do tempo: do Big Bang aos buracos negros. São Paulo: Intrínseca, 2008.

KANT, Immanuel. Crítica da razão pura. Tradução de Manuela Pinto dos Santos e Alexandre Franco de Sá. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2001.

NIETZSCHE, Friedrich. Humano, demasiado humano. São Paulo: Companhia de Bolso, 2005.

===

GOSTA DO QUE LÊ AQUI? CONTRIBUA COM QUALQUER QUANTIA>>> 

Pix: kanlivros@hotmail.com 


Comentários

Formulário de contato

Nome

E-mail *

Mensagem *

Postagens mais visitadas