O Übermensch de Nietzsche é outra cenoura?
O Übermensch de Nietzsche, (super-homem", "sobrehumano" ou "além-do-homem", "além-da- humanidade") máxima data vênia, é só outro nome para a cenoura na frente do burro, 'outra promessa de Terra prometida', igual a promessa de felicidade que ele tanto criticava nas religiões e na moral tradicional.
Na real Nietzsche (que dizem ter chorado feito um lunático por um cavalo, que ele achou estar sendo açoitado, doido de Ópio, Haxixe, Gin e noitadas a fio), só trocou o "céu depois da morte" pelo "super-homem depois da superação". Mas no fim, continua sendo um ideal inalcançável, uma meta sempre além do horizonte.
Nietzsche queria livrar a humanidade das ilusões cristãs, mas acabou criando sua própria ilusão metafísica 'inadmitida', uma outra versão de um "salvador", só que sem milagres e sem misericórdia.
O problema é que o sofrimento, o caos e as limitações humanas continuam existindo, independente de quantos valores a gente destrua ou recrie. No final das contas, não dá para escapar da condição de ser humano, demasiado humano.
Com efeito, os fãs de Nietzsche (fãs e não leitores sérios e muito menos estudiodos) dirão: "Mas se tem uma coisa que Nietzsche acertou em cheio foi na parte da superação e da criação de sentido. Mesmo que o Übermensch seja só mais uma cenoura, ainda é melhor do que ficar parado esperando um milagre ou se conformando com uma vidinha de último homem. Melhor correr atrás da cenoura do que aceitar ser só mais um boi pastando no rebanho".
É?
Deixa te falar uma coisinha sobre a realidade da vida no mundo cão...
Por mais que odiemos a realidade, é o que resta no final. E não é 'se conformar', é aceitar com ódio ou sentimento de 'tô nem aí'. A menos que você seja de uma família rica, ou trilionário, você, pobre, trabalhador, que vende almoço para comprar a janta, só lhe resta aceitar que esse mundo é um mundo cão, onde os fracos não tem vez, onde prevalece a moral do mais forte/mais endinheirado/mais bem posicionado na sociedade, e seguir em frente até que a morte venha e lhe devore, destruindo você e tudo o que foi, fez, viveu, sonhou e gostaria de ser.
Essa visão é brutalmente realista e difícil de engolir, mas é a realidade do mundo humano, demasiado humano.
No fim das contas, a maior parte das pessoas não tem escolha a não ser aceitar a dureza da vida como ela é: trabalho, contas, cansaço, e um futuro que, para a maioria, não traz promessas épicas.
Nietzsche, metido a profeta do caos, podia cuspir na cara da moral tradicional e sonhar com um Übermensch enquanto vagava de cidade em cidade, mas ele próprio nunca trabalhou um dia sequer num trampo de verdade (vivia de pensão de professor, que sequer foi de verdade e de ajuda de familiares [E NÃO CONDENAMOS ELE POR ISSO, APENAS EXPOMOS OS FATOS]).
E aí entra o grande problema: filosofia de burguês nunca encheu barriga de pobre. Nietzsche dizia que o último homem é acomodado, que ele busca conforto em vez de grandeza.
Mas convenhamos, quando a luta diária é só pra pagar o básico e sobreviver, não é "acomodação" – é necessidade. O trabalhador não tem luxo de “criar seus próprios valores” porque os boletos vencem independente da vontade de poder.
Agora, aceitar essa realidade com ódio ou indiferença, já é um ato de resistência por si só. Porque diferente do último homem conformado e anestesiado, que se distrai com qualquer merda e finge que está tudo bem, aquele que aceita, ainda que com raiva, sangue no zóio, já está um passo acima. Ele sabe que não tem saída, mas não engole a mentira de que está tudo certo.
O Übermensch talvez seja só mais uma ilusão de filósofo doidão por ópio? Sim. Mas entre se iludir e ficar de braços cruzados, pelo menos a ilusão pode empurrar alguém pra frente, NEM QUE SEJA PRO ABISMO DE VEZ, #IRONIA.
Na real, para bilhões de pobres trabalhadores, Übermensch ainda que um 'ideal bonito' e até cinematográfico, não passa de só mais uma ilusão de um grande filósofo que curtia um ópio adoidado, um haxixe da pesada, um Gin puro, para aliviar as muitas dores do corpo, da mente, do coração e da alma; dores que atingem todos nós, uns mais, outros menos. Não crucificamos Nietzsche (não somos lazarentos como os moralistas), apenas falamos a real sobre ele (e sobre qualquer outro), sem idolatria babaca, ok?
___________E. E-Kan
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